O Observador Econômico e Financeiro
Capa do nº 110, de março de 1945. | |
Editor | Olympio Guilherme |
Frequência | mensal |
Fundador(a) | Valentim Bouças |
Primeira edição | fevereiro de 1936 |
Última edição | dezembro de 1962 |
País | Brasil |
Baseada em | Rio de Janeiro |
Idioma | português |
O Observador Econômico e Financeiro é o título de uma revista extinta brasileira, de periodicidade mensal, sediada no Rio de Janeiro e fundada em fevereiro de 1936 por Valentim Bouças, tendo por redator-chefe Olympio Guilherme.
Escrita por técnicos (economistas, engenheiros e militares) que se associaram no projeto editorial, foi publicada até dezembro de 1962.[1]
Histórico
[editar | editar código-fonte]O periódico foi fundado pelo economista autodidata Valentim F. Bouças (representante no país da IBM e ele próprio dono Companhia Serviços Hollerith, que prestava serviços ao governo) no contexto do Estado Novo, recebeu o apoio de Lourival Fontes, diretor do órgão de censura à imprensa, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP); desde a Revolução de 1930 que Bouças se tornara próximo de Oswaldo Aranha, então ministro da Justiça, e do próprio caudilho, Getúlio Vargas, em cujo governo exerceu a chefia da recentemente criada Comissão de Estudos Financeiros e Econômicos dos Estados e Municípios, e foi coordenador da dívida externa do país, a quem representava em missões externas: de 1934 a 1945 foi importante membro da equipe de Artur de Sousa Costa, ministro da Fazenda.[1]
Ao longo do Estado Novo novas estruturas da administração foram criadas, num contexto desenvolvimentista, bem como agências reguladoras da atividade econômica; isto gerava entre os técnicos envolvidos um intenso debate que veio a culminar na fundação de revistas como Revista Bancária Brasileira e O Economista (consideradas pioneiras na área) e, finalmente, n'O Observador.[1]
Com a mudança de Bouças para os Estados Unidos, a publicação foi assumida por Olympio Guilherme; foi neste período que teve início a carreira jornalística de Carlos Lacerda.[2]
Análise
[editar | editar código-fonte]Em obra de 1995 o pesquisador Ricardo Alberto Bielschowsky considerou que os artigos veiculados nestas revistas de economia surgidos no contexto da ditadura de Vargas espelhavam a grande mudança que a economia do Brasil experimentava com a industrialização, e frisavam a essencialidade de ser vencida a pobreza que existia.[1]
O periódico é considerado conservador e nacionalista, e traduzia o pensamento econômico que marcou o final da ditadura Vargas e o processo de constitucionalização, a partir de 1946.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Maria Letícia Corrêa (2011). «Um estudo sobre o debate desenvolvimentista nas páginas de O Observador Econômico e Financeiro (1936-1954)» (PDF). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo (ed. julho). Consultado em 23 de maio de 2018. Cópia arquivada em 23 de maio de 2018.
(arquivamento em cache)
- ↑ Luiz Nassif (27 de março de 2017). «Olympio Guilherme, um brasileiro em Hollywood». Jornal GGN. Consultado em 21 de maio de 2018. Cópia arquivada em 21 de maio de 2018