Oval BA

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Oval BA[editar | editar código-fonte]

Imagem da Oval BA (à esquerda).

Oval BA é o nome oficial de uma tempestade vermelha localizada no hemisfério sul de Júpiter, similar em formato, embora menor, à Grande Mancha Vermelha. Por ser menor do que a GRS, foi apelidada de "Mancha Vermelha Júnior" ou "Pequena Mancha Vermelha Júnior". Uma característica do Cinturão Temperado Meridional, a Oval BA foi observada pela primeira vez em 2000 após a fusão de três tempestades ovais brancas, e, desde então, o vórtice resultante se intensificou.[1]

As ovais brancas que formaram a Oval BA datam de 1939, quando a Zona Temperada Meridional foi afetada por manchas escuras que efetivamente dividiram a zona em três longas seções. Elmer J. Reese, um observador de Júpiter, nomeou as seções escuras de AB, CD e EF. As manchas aumentaram em tamanho, diminuindo os segmentos restantes da STZ nas ovais FA, BC e DE.[2] As Ovais BC e DE fundiram-se em 1998, criando a Oval BE. Em março de 2000, as ovais BE e FA fundiram, criando a Oval BA.[1]

Formação da Oval BA a partir das três ovais brancas.

A cor da Oval BA começou a mudar para o vermelho em agosto de 2005.[3] Em 24 de fevereiro de 2006, o astrônomo amador filipino Christopher Go descobriu a mudança de cor, notando que a Oval BA tinha adquirido um matiz similar ao da Grande Mancha Vermelha.[3] Como resultado, Dr. Tony Phillips da NASA sugeriu que a Oval BA fosse chamada de "Mancha Vermelha Jr." ou "Vermelha Jr."[4]

Em abril de 2006, uma equipe de astrônomos, acreditando que a Oval BA poderia ter se fundido com a Grande Mancha Vermelha no mesmo ano, observou as tempestades através do Telescópio Espacial Hubble.[5] As tempestades passam próximas entre si a cada dois anos, mas as passagens de 2002 e 2004 não produziram nada excitante. Dr. Amy Simon-Miller da Goddard Space Flight Center previu que as tempestades fariam a passagem mais próxima em 4 de julho de 2006.[5] Em 20 de julho, as duas tempestades foram fotografadas pelo Observatório Gemini sem convergência.[6]

Não se sabe o motivo da mudança de cor da Oval BA para vermelho. De acordo com um estudo de 2008 pelo Dr. Santiago Pérez-Hoyos da Universidade do País Basco, o mecanismo mais provável é uma difusão, em direção à parte superior da atmosfera e interior do vórtice, de um composto colorido ou um vapor que pode interagir com os fótons solares de alta energia nos níveis superiores da Oval BA.[7]

A Oval BA está ficando mais forte, de acordo com observações do Telescópio Espacial Hubble em 2007. Os ventos do vórtice alcançaram 618 km/h; aproximadamente o mesmo que os ventos na Grande Mancha Vermelha, e muito mais fortes do que os ventos nas ovais brancas progenitoras.[8][9] Em julho de 2008, a Oval BA estava com um tamanho similar ao da Terra, ou cerca de metade do tamanho da Grande Mancha Vermelha.[7]

A Oval BA não deve ser confundida com outra tempestade jupiteriana, a "Pequena Mancha Vermelha", que adquiriu uma cor vermelha em maio de 2008.[10] A Pequena Mancha Vermelha convergiu com a GRS no final de junho e, no início de julho de 2008, foi destruída em pedaços pela última, com os pedaços remanescentes se fundindo com a GRS posteriormente.[11] Durante este encontro, a Oval BA estava presente nas proximidades, mas aparentemente não teve nenhum papel na destruição da Pequena Mancha Vermelha.[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Sanchez-Lavega et al. (2001)
  2. Rogers (1995), p. 223.
  3. a b Go et al. (2006)
  4. Phillips, Tony (3 de março de 2006). «Jupiter's New Red Spot». NASA. Consultado em 16 de outubro de 2008 
  5. a b Phillips, Tony (5 de junho de 2006). «Huge Storms Converge». Science@NASA. Consultado em 8 de janeiro de 2007 
  6. Michaud, Peter (20 de julho de 2006). «Gemini Captures Close Encounter of Jupiter's Red Spots». Gemini Observatory. Consultado em 15 de junho de 2007 
  7. a b «Diffusion Caused Jupiter's Red Spot Junior To Color Up». ScienceDaily. 26 de setembro de 2008. Consultado em 16 de outubro de 2008 
  8. Buckley, M. (20 de maio de 2008). «Storm Winds Blow in Jupiter's Little Red Spot». Johns Hopkins Applied Physics Laboratory. Consultado em 16 de outubro de 2008 
  9. Steigerwald , Bill (10 de outubro de 2006). «Jupiter's Little Red Spot Growing Stronger». NASA Goddard Space Center. Consultado em 16 de outubro de 2008 
  10. Shiga, David (22 de maio de 2008). «Third red spot erupts on Jupiter». New Scientist. Consultado em 23 de maio de 2008 
  11. a b Rogers, John H. (8 de agosto de 2008). «The collision of the Little Red Spot and Great Red Spot: Part 2». British Astronomical Association. Consultado em 29 de novembro de 2008