Palazzo Gianni-Lucchesini-Vegni

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Fachada do Palazzo Gianni-Lucchesini-Vegni.

O Palazzo Gianni-Lucchesini-Vegni é um palácio de Florença que se encontra na Via San Niccolò nº 91 a 95.

História[editar | editar código-fonte]

A família Gianni[editar | editar código-fonte]

Os primeiros proprietários doram os Gianni, e destes há memória na Chiesa di San Niccolò Oltrarno. De facto, à esquerda da abside encontra-se a "Cappella Gianni", em cuja parede se vê o cenotáfio de Astorre Gianni, Comissário da República Florentina na guerra contra Lucca (1429), juntamente com Rinaldo degli Albizi[1]. Um outro membro da família Gianni foi Ruggero, gonfaloneiro de justiça da República florentina.

O palácio[editar | editar código-fonte]

A Galleria.

A configuração actual deste palácio deve-se à união doutros edifícios do século XIV, graças a intervenções estruturais que se sucederam ao longo dos anos. O núcleo mais antigo é uma casa-torre do século XIII, que em 1584 ainda apresentava as ameias como coroação, como testemunha a planta de Stefano Bonsignori, daquele ano, que hoje se encontra no Museo di Firenze com'era. Pertencia aos Gianni, família originária de Bisticci, próximo de Quarrata. O pátio mantém ainda hoje o aspecto do século XIV.

O palácio foi mandado reorganizar uma primeira vez, unindo vários edifícios, por Gherardino Gianni, examinador das moedas por conta do Rei de Nápoles, que entragou a tarefa a vários arquitectos entre 1611 e 1658. Daquela intercenção resta actualmente a escadaria, realizado cerca de 1624 por Giulio Parigi. Em 1683, Pierfrancesco Silvani realizou novas câmaras no primeiro andar, sobre o lado este. No final do século XVII também trabalhou aqui Antonio Maria Ferri, que realizou a loggia debruçada sobre o jardim interno, com um terraço no topo, e a galeria.

No início do século XVIII, o arquitecto Rodolfo Giannozzi criou um jardim à italiana com uma pequena gruta artificial, ainda existente mas, infelizmente, em completo estado de degradação. Pelo jardim, foi criada uma série de caminhos e percursos decorados com estátuas, além de terraços panorâmicos voltados para a colina de Montecucco.

O palácio foi vendido uma primeira vez, durante o período do Reino da Etrúria, a Vittoria Daddi, esposa do Marquês Bourbon di Sorbello, sendo adquirido depois, em 1828, pelos Lucchesini, que encarregaram o arquitecto Giuseppe Martelli de renovar todo o edifício, dando-lhe o aspecto actual. Este redesenhou, sobretudo, os ambientes internos, mandando decorar as salas com afrescadores e estucadores, com pavimentos à veneziana. O jardim foi recriado segundo um desenho à inglesa.

Em 1860, tornou-se proprietário do palácio Angelo Vegni, o qual mandou realizar uma elevação do pavimento do palácio, demolir as antigas ameias e reconstruir a fachada segundo o sóbrio estilo que ainda se vê actualmente.

Em 1920, o palácio foi adquirido pela entidade moral Italica Gens, que o dividiu em apartamentos e o arrendou, enquanto uma parte acolheu um colégio gerido por freiras, as quais transformaram a galeria seiscentista do primeiro andar numa capela.

Em 1980 o palácio foi comprado pelo município de Florença, o qual o cedeu, a título de empréstimo, à Universidade de Florença a partir de 1986, com excepção do jardim e de alguns ambientes usados a uma creche ainda existente. Também hospeda o Dipartimento di Tecnologie dell'Architettura e Design "Pierluigi Spadolini" (Departamento de Tecnologia e Arquitectura e Desenho Pierluigi Spadolini").

Arquitectura[editar | editar código-fonte]

Os afrescos e as traves pintadas do século XIV.

O interior do palácio reflecte a sua história complexa e as numerosantervenções estruturais: escadas interrompidas, portas tapadas e decorações inseridas em contextos completamente alterados.

Não faltam, poré, ambientes de grande valor, como a loggia do jardim e o ballatoio, decorados por afrescos oitocentistas, a escadaria e os ambientes do piano nobile (andar nobre), entre os quais se destaca a galeria, afrescada por Alessandro Gherardini com figuras alegóricas ("Fertildade" e "Abundância") e episódios da "História da Família Médici", em particular ligados à figura da Rainha de França Maria de Médici.

Nos andares superiores foram encontrados vestígios de afrescos do século XIV, com papéis de parede e tecidos pintados, enquanto os tectos possuem sugestivas coberturas com traves pintadas ou com aixotões. Na Sala do ballatoio também foi encontrada uma Madonna con Bambino (Nossa Senhora com o Menino) do século XIV, por um artista não profissional com um simples aspecto de devoção. Também uma grande lareira numa sala vizinha deve remontar ao século XIV.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Sandra Carlini, Lara Mercanti, Giovanni Straffi, I Palazzi parte seconda. Arte e storia degli edifici civili di Firenze, Alinea, Florença, 2004.

Nota

  1. Francesco Lumachi, Firenze, nuova guida illustrata storica-artistica-anedottica della città e dintorni, Florença, Società Editrice Fiorentina, 1929.

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