Physcomitrella patens

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Esporófitos de Physcomitrella patens.
Esporófitos de Physcomitrella patens.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Bryophyta sensu lato
Classe: Bryopsida
Subclasse: Funariidae
Ordem: Funariales
Família: Funariaceae
Género: Physcomitrella
Espécie: P. patens
Nome binomial
Physcomitrella patens
(Hedw.) Bruch & Schimp.

Physcomitrella patens é um musgo (Bryophyta sensu lato) usado como organismo modelo em estudos de evolução vegetal, desenvolvimento e fisiologia.

Organismo modelo[editar | editar código-fonte]

Os musgos partilham processos fundamentais genéticos e fisiológicos com as plantas vasculares, apesar das duas linhagens terem divergido muito cedo no processo de evolução do mundo vegetal.[1] Um estudo comparativo entre os representantes modernos das duas linhagens pode oferecer interessantes observações sobre a evolução dos mecanismos que conduziram à complexidade da flora moderna.[1] É neste contexto que Physcomitrella patens é utilizada como organismo modelo.

Physcomitrella patens é um dos poucos organismos multicelulares que se conhece term recombinações homólogas altamente eficientes.[2] Basicamente, tal significa que os investigadores podem inserir uma sequência exógena de ADN numa posição genómica específica, usando-a como uma poderosa e sensível ferramenta para estudar as funções dos genes e, em combinação com o estude de plantas como Arabidopsis thaliana, ajudar a desvendar os mecanismos moleculares na evolução vegetal.

O genoma de Physcomitrella patens apresenta cerca de 500 MB organizados em 27 cromossomas, tendo sido completamente sequenciado em 2006.[1][3]

Ciclo de vida[editar | editar código-fonte]

Como todos os musgos, o ciclo de vida de Physcomitrella patens caracteriza-se por uma alternância de gerações heteromórfica em que:

  1. Um gametófito haplóide produz gâmetas;
  2. Um esporófito diplóide onde são produzidos esporos haplóides.

Os esporos desenvolvem-se numa estrutura filamentosa designada por protonema, composta por dois tipos de células:

  1. Os cloronemas, com grandes e numerosos cloroplastos;
  2. Os caulonemas, de crescimento velocíssimo.

Os filamentos do protonema alongam-se exclusivamente por crescimento apical por divisão das suas células apicais, podendo contudo originar ramos laterais de células sub-apicais. Algumas células laterais iniciais podem diferenciar-se em rebentos mais frequentemente que em ramos laterais. Estes rebentos podem evoluir para formarem gametóforos, estruturas mais complexas, semelhantes a estruturas semelhantes a folhas, rizoides e até órgãos sexuais: feminino (o arquegónio) e masculino (o anterídio).

A espécie Physcomitrella patens é monoica, o que significa que os órgãos masculinos e femininos se produzem na mesma planta. Se há água disponível, as células flageladas espermáticas podem nadar desde o anterídio até um arquegónio e fertilizar o óvulo (a oosfera). Da fecundação resulta um zigoto diploide, o qual origina um esporófito composto por um pé, uma seta e uma cápsula, de onde milhares de esporos haploides são produzidos por meiose.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

A espécie Physcomitrella patens está amplamente distribuída no hemisfério norte.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Rensing, SA; Lang, D; Zimmer, AD; Terry, A; Salamov, A; Shapiro, H; et al. (2008). «O genoma de Physcomitrella revela as linhas evolutivas até à conquista da terra pelas plantas.» 🔗. Science (319(5859)): 64-69 
  2. Schaefer, D. 2002. Una nueva genética de musgos: Mutagenesis en Physcomitrella patens. Annu. Rev. Plant Biol. 53: 477–501.
  3. JGI

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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