Pierre Schaeffer

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Pierre Schaeffer
Pierre Schaeffer
Informação geral
Nome completo Pierre Henri Marie Schaeffer
Nascimento 14 de agosto de 1910
Origem Nancy
País  França
Gênero(s) música concreta, música eletrônica, música erudita

Pierre Henri Marie Schaeffer (Nancy, 14 de agosto de 1910 - 19 de agosto de 1995) foi um compositor e teórico da música nascido na França, conhecido por ter inventado a música concreta (musique concrète, no original fem francês).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Schaeffer nasceu em Nancy. Seus pais eram ambos engenheiros, e o Pierre chegou a considerar a engenharia também como uma carreira. Ele estudou na École Polytechnique, e começou a trabalhar em 1936 na Office de Radiodiffusion Télévision Française (ORTF) em Paris. Lá ele começou a experimentar a gravação de sons, convencendo a gerência da estação de rádio a autorizá-lo a utilizar os equipamentos. Ele tentava tocar os sons no sentido inverso, mais lento, mais rápido e sobreposto a outros sons, técnicas desconhecidas até então. Sua primeira peça completa foi um resultado desses experimentos, e foi intitulada Étude aux chemins de fer (1948).

Na época, Schaeffer fundou o grupo Jeune France, que tinha interesses em teatro e artes visuais, assim como música. Em 1942, ele co-fundou o Studio d'Essai (posteriormente conhecido como Club d'Essai), que teve papel significativo nas atividades da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, tornando-se um centro musical posteriormente.

Em 1949, Schaeffer conheceu Pierre Henry, e os dois fundaram o Groupe de Recherche de Musique Concrète (GRMC) que recebeu reconhecimento oficial da ORTF dois anos após. A empresa forneceu ao compositor um novo estúdio, que incluía um magnetofone. Schaeffer é reconhecido como o primeiro compositor a utilizar fitas magnéticas. Seus experimentos resultaram na publicação de A la recherche d'une musique concrète ("A busca por uma música concreta") em 1952, um sumário de seus métodos de trabalho até então.

Pierre Schaeffer distanciou-se – voluntariamente - do universo musical no início dos anos 80 após criticar a vanguarda dos anos 50, que tinha a pretensão de romper com a tradição. Contrário a esta visão Schaeffer  retorna à música ao reconhecer no virtuose Otavio Henrique Soares Brandão o seu mais fiel discípulo, que realizou sob sua orientação, uma leitura de sua obra " Traité dos Objets Musicaux". Esta leitura tem como objetivo a criação de técnica instrumental pianística e musical  inovadora, que não rompe com a tradição.  Pierre Schaeffer escreve quatro textos fundamentais sobre este reconhecimento (Voir link) :

  • A propos de la transcription pour piano par Otavio Brandão de l´ “Étude aux  Objets” de Pierre Schaeffer”, In programa do concerto de Soares Brandão na Maison de l´Amérique Latine (Paris 09 de janeiro de 1988).
  • “Réponse à Otávio”, In texto do programa do concerto realizado por Soares Brandão na Salle Pleyel em homenagem aos 80 anos de Pierre Schaeffer ( 12 de janeiro de 1990).
  • DÉCLARATION  DE PIERRE SCHAEFFER SUR IBIS ET  OTAVIO  SOARES BRANDÃO (Paris le 13/09/1990)
  • Déclaration de Pierre Schaeffer (Porte Parole)
  • https://issuu.com/ibisfsb/docs/textes_de_pierre_schaeffer_sur_ohsb

Obras[editar | editar código-fonte]

Música[editar | editar código-fonte]

  • Concertino-Diapason (1948; colaboração com J.-J. Grunenwald)
  • Cinq études de bruits (1948)
  • Suite pour 14 instruments (1949)
  • Variations sur une flûte mexicaine (1949)
  • Bidule en ut (1950; colaboração com Pierre Henry)
  • La course au kilocycle (1950; com Pierre Henry)
  • L'oiseau r.a.i. (1950)
  • Symphonie pour un homme seul (1950; com Pierre Henry; versões revisadas em 1953, 1955, and 1966 (Henry))
  • Toute la lyre (1951; pantomina, colaboração com Pierre Henry. Também conhecida como Orphée 51)
  • Masquerage (1952; trilha sonora)
  • Les paroles dégelées (1952; música para uma produção de rádio)
  • Scènes de Don Juan (1952; música incidental; colaboração com Monique Rollin)
  • Orphée 53 (1953; ópera)
  • Sahara d'aujourd'hui (1957; trilha sonora; colaboração com Pierre Henry)
  • Continuo (1958; colaboração com Luc Ferrari)
  • Etude aux sons animés (1958)
  • Etude aux allures (1958)
  • Exposition française à Londres (1958; colaboração com Luc Ferrari)
  • Etude aux objets (1959)
  • Nocturne aux chemins de fer (1959; música incidental)
  • Phèdre (1959; música incidental)
  • Simultané camerounais (1959)
  • Phèdre (1961)
  • L'aura d'Olga (1962; música para rádio; colaboração com Claude Arrieu)
  • Le trièdre fertile (1975; colaboração com Bernard Durr)
  • Bilude (1979)

Escritos[editar | editar código-fonte]

Schaeffer deixou uma vasta obra escrita, abrangendo vários gêneros. Seu texto mais importante é o Tratado dos Objetos Musicais (Traité des objets musicaux, Paris, Seuil, première édition en 1966, deuxième édition en 1977.)

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