Porta Angélica

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Porta Angélica
Porta Angélica
Porta Angélica c. 1800
Porta Angélica
Aquarela de Ettore Roesler Franz, c. 1880
Tipo Portão da cidade
Construção século XVI
Promotor / construtor Papa Pio IV
Estado de conservação
  • demolido
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização Rione XIV - Borgo
Coordenadas 41° 54' 22.4" N 12° 27' 24.1" E
Porta Angélica está localizado em: Roma
Porta Angélica
Porta Angélica

Porta Angélica (em latim: Porta Angelica) era um antigo portão na Muralha Leonina no rione Borgo de Roma, Itália. Ela ficava na esquina da moderna Viale dei Bastioni di Michelangelo, Piazza Risorgimento e Via di Porta Angelica, onde está um brasão do papa Pio IX atualmente.

História[editar | editar código-fonte]

Construído antes de 1563 pelo papa Pio IV com uma abossadura simples e elegante, era a principal rota de acesso para os peregrinos chegando em Roma pela Via Cássia ou a Via Flamínia.

O nome "Angélica" é uma referência ao nome de batismo do papa que a construiu, Giovanni Angelo Medici, que gostava de ser lembrado não apenas através de inscrições, mas pelo nome dos monumentos que construiu (a Porta Pia também foi dedicada a ele).

Alguns restos do portão ainda são visíveis incorporados na parede ao longo da Viale dei Bastioni di Michelangelo: uma inscrição linear, "ANGELIS SVIS MANDAVIT DE TE VT CVSTODIANT TE IN OMNIBVS VIIS TVIS" ("Ele enviou seus anjos a você para que eles cuidassem de ti em seu caminho"), o brasão de Pio IV (sem as esferas) e dois relevo de anjos segurando cruzes, que ficavam dos dois lados do portão. De acordo com alguns testemunhos, havia no portão uma inscrição, similar à que estava na Porta Castello, que dizia: "QUI VULT SALVAM REMP. NOS SEQUATUR" ("quem quiser salvar a república, siga-nos"), um chamado dito pelos dois anjos.

Segundo um costume em prática desde pelo menos o século V, este portão era alugado a cidadãos romanos juntamente com a guarita anexa. Em 1673, o controle, que incluía a coleta dos pedágios, estava a cargo da família nobre romana dos Carpegna e, em 1750, dos Lambertini. Como ambas as famílias eram parentes de pontífices reinantes, é provável que o tráfego pelo portão fosse intenso, assegurando uma receita adequada aos beneficiários.

No começo do século XVIII, algumas gaiolas de ferro foram acrescentadas no sótão do portão para guardar a cabeça dos executados, segundo o secular costume de exibir os condenados. A primeira cabeça revelada na Porta Angélica, em 4 de julho de 1703, pertencia a um tal Mattia Troiani, um criado de um monsenhor da Cúria assassinado por ele.

Foi neste local que, em 30 de abril de 1849, aconteceu o primeiro ataque contra a República Romana, proclamada pelas tropas francesas do general Charles Oudinot e combatida pelas tropas de Giuseppe Garibaldi.

Foi demolida em 1888, juntamente com um grande trecho da muralha que ligava o local ao Castelo de Santo Ângelo, como parte das obras urbanísticas de modernização do rione Borgo.

Antes e depois
Imagem antes da demolição.
Imagem do local hoje.
Notar os anjos, o brasão do papa Pio IV e a inscrição, hoje instalados num trecho da Muralha Leonina.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Mauro Quercioli, "Le mura e le porte di Roma", Newton Compton, 1982 (em italiano)
  • Laura G. Cozzi, "Le porte di Roma", F. Spinosi Ed., Rome, 1968 (em italiano)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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