Pseudocisto pancreático

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pseudocisto pancreático
Pseudocisto pancreático
A pancreatic pseudocyst as seen on CT
Especialidade gastrenterologia
Classificação e recursos externos
CID-10 K86.3
CID-11 883330905
DiseasesDB 9530
MedlinePlus 000272
eMedicine 373117
MeSH D010192
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Pseudocisto pancreático é uma coleção de fluido rico em enzimas pancreáticas, sangue e tecido necrótico, envolvido por uma cápsula fibrosa e tecido de granulação, normalmente localizado no omento menor. Geralmente são uma complicação que aparece algumas semanas após uma pancreatite,[1] mas em crianças freqüentemente ocorrem após um traumatismo abdominal. Os pseudocistos pancreáticos representam aproximadamente 75% de todas as massas pancreáticas.[2]

Sinais[editar | editar código-fonte]

Nenhum dos sinais e sintomas é específico de pseudocisto pancreático. Pode haver desconforto abdominal, febre e indigestão.[3] Também pode haver febre, falta de apetite e pele amarelada (icterícia). Cistos grandes podem ser palpáveis e sensíveis. Sua ruptura pode causar peritonite e em caso de estar infectado pode causar sepse.[4]

Causas[editar | editar código-fonte]

Pseudocisto pancreático pode ocorrer devido a uma variedade de razões entre elas[5]:

Fisiopatologia[editar | editar código-fonte]

Pseudo-cisto pancreático são chamados de falsos cistos, porque eles não têm um revestimento epitelial. A parede do pseudocisto é vascular e fibrosa, encapsulada na área em torno do pâncreas. Pancreatite ou trauma abdominal podem causar a sua formação.[6]

Geralmente o tratamento depende do mecanismo que o causou. Um pseudocisto leva até 6 semanas para se formar completamente.[7] Pancreatite aguda ou crônica podem causar pseudocistos.[8]

O diagnóstico confirmatório de pseudocisto pancreático é baseado na análise do fluido do cisto.[3]

  • Antígeno carcino-embriônico (CEA) e o CEA-125 (é baixo em pseudo-cisto e elevado em tumores);
  • Viscosidade do fluido (baixa em pseudo-cisto e elevada em tumores);
  • Amilase (alta em pseudocisto e baixa em tumores)

As mais úteis ferramentas de imagem:

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O tratamento deve ser destinada a evitar qualquer complicação como ruptura ou infecção. Os pseudocistos maiores têm uma maior probabilidade de complicar e necessitar cirurgia.[12] Se não houver sinais de infecção presente, o tratamento inicial pode incluir medidas conservadoras, tais como jejum (NPO), nutrição parenteral (NPT) e observação. Níveis séricos de amilase e lipase podem ser avaliados regularmente. Se os sintomas não melhorarem em 6 semanas a intervenção cirúrgica pode ser apropriada.

  • Cistogastrostomia: este procedimento cirúrgico cria uma ligação entre a parte de trás da parede do estômago e o cisto de tal forma que o cisto drena para o estômago.[13]
  • Cistojejunostomia: neste procedimento é criada uma ligação entre o cisto e o intestino delgado, para que o fluido do cisto drene para o jejuno.[14]
  • Cistoduodenostomia: neste procedimento é criada uma ligação entre o duodeno (primeira parte do intestino) e o cisto para permitir a drenagem do fluido do pseudocisto no duodeno.[15]  O tipo de procedimento cirúrgico depende da localização do cisto. Para o pseudocisto que ocorre na cabeça do pâncreas, uma cistoduodenostomia geralmente é realizada.
  • [16]

Outras técnicas incluem a drenagem com cateter percutâneo, em caso de infecção, mas possui elevada recorrência.

Complicações[editar | editar código-fonte]

Complicações do pseudocisto pancreático incluem infecção, hemorragia, obstrução e ruptura. A obstrução pode causar compressão do tubo gastrointestinal desde o estômago até o cólon ou dos conductos biliares ou de artérias e veias.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Cópia arquivada». 15. PMID 19115466. doi:10.3748/wjg.15.38. Consultado em 1 de setembro de 2017. Arquivado do original em 12 de outubro de 2014 
  2. Beger, Hans G.; Buchler, Markus; Kozarek, Richard; Lerch, Markus; Neoptolemos, John P.; Warshaw (26 de janeiro de 2009). The Pancreas: An Integrated Textbook of Basic Science, Medicine, and Surgery. [S.l.: s.n.] ISBN 9781444300130 
  3. a b «Pancreatic pseudocyst: MedlinePlus Medical Encyclopedia». www.nlm.nih.gov 
  4. Dr. Louis R Lambiase. Pancreatic Pseudocysts. http://emedicine.medscape.com/article/184237-overview
  5. Atluri, Pavan (1 de janeiro de 2005). The Surgical Review: An Integrated Basic and Clinical Science Study Guide. [S.l.: s.n.] ISBN 9780781756419 
  6. Ignatavicius, Donna. Medical surgical nursing. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4557-7255-1 
  7. LIllenoe, Keith. Master techniques in Surgery. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-60831-172-9 
  8. Dr Pravin Bhingare, Dr Ninad Sawant, Study of Surgical Complications of Pancreatitis, journal of medical science and clinical research Volume 05 Issue 01 January 2017. https://dx.doi.org/10.18535/jmscr/v5i1.157
  9. 8. PMID 18333098. doi:10.1080/13651820600748012 
  10. 36. PMID 18376299. doi:10.1097/MPA.0b013e31815a8887 
  11. «Pancreatic Pseudocyst: Therapeutic Dilemma». www.hindawi.com 
  12. «Pancreatic pseudocyst Treatment». Medscape.com 
  13. «cystogastrostomy | creation of a surgical opening between the stomach and a nearby cyst for drainage». www.merriam-webster.com 
  14. Hughes, Steven (26 de março de 2015). Operative Techniques in Hepato-Pancreato-Biliary Surgery. [S.l.: s.n.] ISBN 9781496319067 
  15. Skandalakis, Lee J.; Skandalakis, John E. (8 de novembro de 2013). Surgical Anatomy and Technique: A Pocket Manual. [S.l.: s.n.] ISBN 9781461485636 
  16. Scott-Conner, Carol. Scott-Conner & Dawson: Essential Operative Techniques and Anatomy. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4511-5172-5