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Pyrostegia venusta

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPyrostegia venusta
Cipó-de-São-João
Cipó-de-São-João
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Bignoniaceae
Género: Pyrostegia
Espécie: Pyrostegia venusta
(Ker Gawl.) Miers
Espécies
O Wikispecies tem informações relacionadas a Pyrostegia venusta.

Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers, popularmente conhecida cipó-de-são-joão, é uma espécie de liana por gavinhas da família das Bignoniaceae, sendo nativa da América do Sul e ocorrendo em regiões tropicais e subtropicais do continente.[1] Graças ao seu hábito trepadeiro, pode ser encontrada na orla da mata comumente atada em árvores à beira de estradas, em arbustos em barrancos ou mesmo enroladas ao redor de cercas.

Um de seus nomes populares origina-se do seu corrente uso em festividades de São João.[2] Alguns outros nomes populares para a planta são: flor-de-são-joão, cipó-caititu, cipó-tingá, cipó-bela-flor, marquesa-de-belas, cipó-pé-de-lagartixa e cipó-de-lagarto.[3]

As vistosas inflorescências alaranjadas tornam-na amplamente usada como elemento ornamental.[4] Seu cultivo pode ser realizado facilmente por meio de estacas ou de sementes. A floração em geral ocorre desde maio vai até o mês de setembro, variando em cada estado do Brasil. A presença das flores, no entanto, é quase perene; podendo ser coletadas em todos os meses exceto dezembro. A frutificação ocorre entre julho e dezembro.[3]

Na medicina tradicional, serve de tratamento para a diarreia e a disenteria.[5] Propriedades medicinais e tóxicas, ademais, são suportadas por ensaios fitoquímicos; os quais identificam a alantoína, o β-sitosterol e a hesperidina como substâncias com potencial farmacognosológico para a espécie.[6][7]

Descrição

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Trata-se de uma planta perene ou semidecídua, com hábito trepadeiro lenhoso (liana) pelo mecanismo de gavinhas. Pode chegar até 5m de altura. As folhas são compostas pinadas e apresentam 2 ou 3 folíolos com tamanho entre 4 e 8 cm; mais um folíolo modificado em gavinha, geralmente trífida. A filotaxia é oposta dística.[3]

As inflorescências possuem a corola intensamente alaranjada, com flores com comprimento entre 5 e 9 cm. A flor tubular e com tons da paleta do laranja e do vermelhos são característicos de uma síndrome de polinização ornitófila.

Os frutos são deiscentes, lisos e encapsulados, com cerca de 3 cm de comprimento.

Morfoanatomia

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Órgãos vegetativos

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Folhas

Os folíolos de P. venusta são ovado-oblongos, de ápice agudo, base arredondada e margem lisa, com cerca de 4 cm de comprimento e 2 cm de largura. Possuem ainda venação reticulada, e frequentemente apresentam pseudoestípulas (profilos da gema axilar).[8] O mesofilo apresenta simetria dorsiventral e é hipoestomático.[9]

Órgãos reprodutivos

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Flores


Flor-de-são-joão, a trepadeira se "apoiando" em uma árvore na beira de estrada.



Referências

  1. «Flora e Funga do Brasil». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 6 de novembro de 2025 
  2. SANDWITH, Noel Yvri; HUNT, David R; REITZ, Raulino; KLEIN, Roberto Miguel (1974). «Bignoniáceas». Flora Ilustrada Catarinense (PDF). 1. [S.l.]: Itajaí, SC: Herbario Barbosa Rodrigues. 172 páginas 
  3. a b c Pool, Amy (setembro de 2008). «A Review Of the Genus Pyrostegia (Bignoniaceae)1,2». Annals of the Missouri Botanical Garden (em inglês) (3): 495–510. ISSN 0026-6493. doi:10.3417/2003090. Consultado em 6 de novembro de 2025 
  4. Lorenzi, Harri (9 de março de 2001). Plantas Ornamentais No Brasil. Hermes Moreira De Souza. [S.l.]: Instituto Plantarum De Estudos Da Flora Ltda 
  5. Stasi, Luiz Claudio di; Hiruma-Lima, Clélia Akiko (2002). Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica 2a. ed., rev. e ampliada ed. São Paulo, SP: Editora UNESP 
  6. Allen, C. E. (30 de agosto de 1940). «Plant Microtechnique: Plant Microtechnique . By Donald A. Johansen. xi+523 pp. New York: McGraw-Hill Book Company. 1940. $4.50.». Science (2383): 200–201. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.92.2383.200-b. Consultado em 6 de novembro de 2025 
  7. Ferreira, Dalva Trevisan; Alvares, Paulo Sérgio M.; Houghton, Peter J.; Braz-Filho, Raimundo (fevereiro de 2000). «Constituintes químicos das raízes de Pyrostegia Venusta e considerações sobre a sua importância medicinal». Química Nova (1): 42–46. ISSN 0100-4042. doi:10.1590/s0100-40422000000100010. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  8. Santos, Lucilene Lima dos; Santos, Leidiana Lima dos; Alves, Andrêsa Suana Argemiro; Oliveira, Luciana dos Santos Dias de; Sales, Margareth Ferreira de (setembro de 2013). «Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional Vale do Catimbau, Pernambuco». Rodriguésia (3): 479–494. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/s2175-78602013000300003. Consultado em 6 de novembro de 2025 
  9. Gonzalez, Ana M. (1 de janeiro de 1970). «Indumento, nectarios extraflorales y anatomía foliar en Bignoniáceas de la Argentina Indument, extrafloral nectaries and foliar anatomy in Bignoniaceae from Argentine». Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica (2): 221–245. ISSN 1851-2372. doi:10.31055/1851.2372.v48.n2.6207. Consultado em 6 de novembro de 2025 

Ligações externas

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