Ranavalona II

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Ranavalona II
Ranavalona II
Rainha de Madagascar
Reinado 2 de julho de 1868
a 13 de junho de 1883
Coroação 3 de setembro de 1868
Antecessor(a) Rasoherina
Sucessor(a) Ranavalona III
 
Nascimento c.1829
  Ambatomaina, Madagascar
Morte 13 de julho de 1883 (53 ou 54 anos)
Cônjuge Radama II
Rainilaiarivony
Dinastia Merina
Pai Razakaratrimo
Mãe Rafarasoa Ramasindrazana

Ranavalona II (c.1829, Ambatomaina, Madagascar - 13 de julho de 1883) foi a rainha de Madagascar desde 1868 até sua morte em 1883. [1] Ela teve seu reinado marcado pela ascensão do cristianismo no país. [2][3][1]

Início de Vida[editar | editar código-fonte]

Nascida em 1829 com o nome de Ramoma, na região de Ambatomaina, era a filha dos andrianas (nobres) Razakaratrimo, seu pai e Rafaradoa Ramasindrazana, sua mãe. Era prima de princesa Rasoherina, com quem teve uma boa relação e se tornaram irmãs de coração. Em 1849 sua prima-irmã se casou com o então príncipe Rakoto, herdeiro do trono e que futuramente se tornaria o rei Radama II. No mesmo ano do casamento de sua prima, Ramoma também se casou com o príncipe e se tornou a segunda esposa e pessoa autorizada do rei, atrás apenas de sua prima Rasoherina. O casamento foi permitido graças a prática da poligamia no país.

Em 1863 seu marido seria assassinado por uma conspiração do parlamento. Sua prima se tornou a rainha de Madagascar e Ramoma se tornou a pessoa autorizada da rainha, sendo também vista como uma possível herdeira ao trono. Em 1868 com a morte sua prima-irmã, ela foi entronizada como nova rainha de Madagascar sob o nome de Ranavalona II.

Reinado[editar | editar código-fonte]

Foto rara de Ranavalona II.

No início do reinado de Ranavalona II, a monarca seguiu o ato de sua prima no leito de morte e se converteu ao cristianismo. Ela se tornou devota da fé cristã, mas no ramo do protestantismo, ao contrário de sua prima que escolheu o catolicismo. Um anos depois, em 21 de fevereiro de 1869 ela se casou com o primeiro-ministro Rainilaiarivony para ter mais influência e poder no parlamento, tática também usada por sua falecida prima. Em setembro do mesmo ano ela declarou Madagascar uma nação cristã e introduziu o cristianismo protestante como religião oficial do país, declarando como proibida qualquer manifestação de fés tradicionais ou de outras religiões no país. Foi feita uma grande queima de objetos e talismãs da religião malgaxe e bíblias foram entregues ao povo, sendo um requisito obrigatório para todo o cidadão ter pelo menos um livro da bíblia em sua posse.

Em seu reinado o desmatamento e a caça desenfreada foram controlados, focando na ocidentalização do reino e instituindo apenas construções ao estilo da Europa. Para isso foi inaugurada uma fabrica de tijolos, que no século anterior havia sido proibida pelo rei Andrianpoininimerina. O Palácio Hova passou por grandes reformas para parecer ao máximo com as casas e castelos da Europa. A rainha também encorajou a vinda de algumas tecnologias avançadas para a época e que serviriam para auxiliar os trabalhadores, uma Revolução Industrial, sendo uma das primeiras a ocorrer fora da Europa e da América do Norte, assim como a primeira da África.

Ranavalona divulgou muito a cultura europeia para o país, fazendo sua corte utilizar vestimentas e acessórios europeus e fazendo o exercito utilizarem as primeiras armas de fogo, ainda que bem primitivas mesmo para a época. Na corte houve alguns europeus que serviram a rainha, entre eles uma britânica que relatou anos mais tarde sobre a ela;

"Eu acho que a rainha tinha cerca de 45 anos de idade, com uma pele morena escura e um rosto cheio de bondade e benevolência. Ela era muito bela e sempre estava com um vestido cinza de seda e uma lamba de seda caida negligentemente de seus ombros, seus cabelos eram pretos e lindamente arranjados devido a 'coroa que ela não usava', mas dos cabelos no alto de sua cabeça dependia da longa corrente de ouro fino que terminava em uma borla de ouro, que somente a rainha pode usar ".

Morte e Sucessão[editar | editar código-fonte]

Ranavalona II morreu em 13 de julho de 1883 com 53 ou 54 anos, uma idade relativamente jovem mas para a época e o país já bastante avançada. Por não ter deixado filhos foi sucedida por um período de interregno até a eleição de Razafindrahety, que assumiu como Ranavalona III. Ranavalona III foi a última soberana do país, sendo a monarquia abolida e ela exilada.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «madagascar2». www.royalark.net. Consultado em 14 de dezembro de 2019 
  2. The Newbery House Magazine (em inglês). [S.l.]: Giffith, Farran, Okeden & Welsh. 1893 
  3. Chrétien, Jean-Pierre; Triaud, Jean-Louis (1 de janeiro de 1999). Histoire d'Afrique: les enjeux de mémoire (em francês). [S.l.]: KARTHALA Editions. ISBN 978-2-86537-904-0