Referendo institucional italiano de 1946
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| Referendo institucional italiano de 1946 | |||||||||||
| 2 de Junho de 1946 | |||||||||||
| Tipo de eleição | Referendo sobre qual a forma de governo deve ser aplicado na Itália | ||||||||||
| Demografia eleitoral | |||||||||||
| Votantes | 28.005.449 | ||||||||||
| Resultados do referendo (vermelho= "Monarquia"; azul= "República") | |||||||||||
| República ou Monarquia? | |||||||||||
| Monarquia | 45.73% | ||||||||||
| República | 54.27% | ||||||||||
O referendo italiano de 1946 ocorreu em 2 de junho e foi decidido com uma maioria de 54,27% do fim da monarquia e o estabelecimento de uma república[1], sendo um evento chave da história contemporânea italiana.
Até 1946, a Itália foi um reino governado pela Casa de Saboia, que reinava desde a unificação da Itália em 1861 e, anteriormente, governava o Reino da Sardenha. Em 1922, a ascensão de Benito Mussolini e a criação do regime fascista na Itália, que eventualmente resultou no envolvimento do país na Segunda Guerra Mundial ao lado da Alemanha Nazista, enfraqueceram consideravelmente o papel da casa real.[2][3]
Após a Guerra Civil Italiana e a Libertação da Itália das tropas do Eixo em 1945, foi realizado em 1946 um referendo popular para decidir a forma de governo do país, resultando na escolha pela república em vez da monarquia. No mesmo dia, ocorreram também as eleições para a Assembleia Constituinte. Algumas regiões sob ocupação aliada, como a província de Zara e o território de Bolzano, não participaram da votação. O resultado, anunciado pela Suprema Corte de Cassação em 10 de junho, deu vitória à república com mais de doze milhões de votos, contra cerca de dez milhões favoráveis à monarquia.[4] O rei Umberto II deixou voluntariamente a Itália rumo a Portugal em 13 de junho, antes mesmo da decisão final sobre recursos apresentados pelos monarquistas, que foram rejeitados em 18 de junho. Com a entrada em vigor da nova Constituição em 1 de janeiro de 1948, Enrico De Nicola assumiu como o primeiro presidente da República Italiana, marcando o retorno de um governo republicano unificado na península desde a queda da República Romana.[5][6][7][8]
Resultado
[editar | editar código]| República ou Monarquia | |||
| Escolha | Votos | % | |
|---|---|---|---|
| República | 12 718 641 | 54,27% | |
| Monarquia | 10 718 502 | 45,73% | |
| Total de eleitores | 23 437 143 | 100% | |
Referências
- ↑ «Il referendum istituzionale e la scelta repubblicana - Istituto Luigi Sturzo». web.archive.org. 5 de março de 2018. Consultado em 30 de novembro de 2022
- ↑ Attal, Frédéric (2004). Histoire de l'Italie depuis 1943 à nos jours (em francês). [S.l.]: Éditions Armand Colin. ISBN 978-2200262150
- ↑ Attal, Frédéric (2007). «La naissance de la République italienne (2-18 juin 1946)». Parlement(s): Revue d'histoire politique (em francês). 1/2007 (7): 141–153. doi:10.3917/parl.007.0141
- ↑ Gazzetta Ufficiale n. 134 del 20 giugno 1946
- ↑ Guichonnet, Paul (1975). Histoire de l'Italie (em francês). [S.l.]: Presses universitaires de France
- ↑ Baquiast, Paul; Dupuy, Emmanuel; Ridolfi, Maurizio (2007). L'idée républicaine en Europe (xviiie – xxie siècle): histoire et pensée universelle, Europe - La République universelle (em francês). 1. [S.l.]: L'Harmattan. ISBN 978-2296027954
- ↑ Gaeta, Vittorio. «Vaticano, DC e alleati sul referendum del 2 giugno» (em italiano). ISSPE Istituto siciliano di studi politici ed economi. Consultado em 23 de setembro de 2023. Cópia arquivada em 2 de outubro de 2023
- ↑ Nobécourt, Jacques (2 de junho de 1986). «Il y a quarante ans, l'Italie devient République.». Le Monde (em francês)