Reino de Itália (1861–1946)

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Regno d'Italia
Reino da Itália
1861 – 1946 Flag of Italy.svg
 
Free Territory Trieste Flag.svg
Flag Brasão
Bandeira Brasão de Armas
Lema nacional
FERT
Hino nacional
"Marcia Reale d'Ordinanza" (1861-1943) (1944-1946)
"Marcha Real da Ordenança"

"La Leggenda del Piave" (1943-1944)

"A Lenda do Piave"


Localização de Itália
O Reino da Itália em 1936
Itália
Extensão máxima do Império Italiano, incluindo territórios ocupados militarmente entre 1940 e 1943
Continente Europa
Região Europa meridional
Capital Turim (1861–1865)
Florença (1865–1871)
Roma (1871–1946)
Língua oficial Italiano
Religião Catolicismo
Protestantismo
Judaísmo
Governo Monarquia constitucional (1861–1922; 1945–1946)

Monarquia sob uma ditadura fascista unipartidária totalitária (1922–1943)
Ocupação estrangeira (1943–1945)

Rei
 • 1861–1878 Vítor Emanuel II
 • 1878–1900 Humberto I
 • 1900–1946 Vítor Emanuel III
 • 1946 Humberto II
Presidente do Conselho de Ministros
 • 1861 O Conde de Cavour (primeiro)
 • 1922–1943 Benito Mussolini
 • 1945–1946 Alcide De Gasperi (último)
Legislatura Parlamento
 • Câmara superior Senado
 • Câmara inferior Câmara dos Deputados
História
 • 17 de março de 1861 Unificação italiana
 • 31 de outubro de 1922 Marcha sobre Roma
 • 1943–1945 República Social Italiana
 • 25 de julho de 1943 Queda de Mussolini
 • 2 de junho de 1946 Estabelecimento da república
Área
 • 1861 250 320 km2
 • 1936 310 190 km2
População
 • 1861 est. 21 777 334 
     Dens. pop. 87 hab./km²
 • 1936 est. 42 993 602 
     Dens. pop. 138,6/km²
Moeda Lira
Precedido por
Sucedido por
Flag of Italy (1861–1946).svg Reino da Sardenha
Flag of the Kingdom of Lombardy–Venetia.svg Reino Lombardo-Vêneto
Flag of the Papal States (1825-1870).svg Estados Papais
Flag of the Kingdom of the Two Sicilies (1860).svg Reino das Duas Sicílias
Flag of the Free State of Fiume.svg Estado Livre de Fiume
Itália Flag of Italy.svg
Território Livre de Trieste Free Territory Trieste Flag.svg

O Reino de Itália (em italiano: Regno d'Italia) foi um Estado fundado em 1861 após o rei Vítor Emanuel da Sardenha ter sido proclamado rei da Itália. O Estado foi fundado como resultado da unificação italiana, sob a influência do Reino da Sardenha, que era seu Estado antecessor legal. Em 1869 ocorre a compra da cidade costeira de Assab, dando origem à primeira colônia do Império Colonial Italiano.[1] O reino existiu até meados de 1946, quando os italianos optaram por uma constituição republicana, mediante plebiscito.

História[editar | editar código-fonte]

O Risorgimento e a Casa de Saboia[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Risorgimento e Casa de Saboia
Coroa do Reino de Itália.

Da deposição de Napoleão (1814), quando parte da Itália foi unificada como o Reino da Itália, até a unificação italiana (1861) nenhum monarca reclamou o título de "Rei da Itália". O Risorgimento estabeleceu com sucesso uma dinastia, a Casa de Saboia, sobre toda a península. A capital deste reino estava estabelecida em Turim, mas seria transladada para Florença em 1864. Veneza seria anexada dois anos depois, e Roma em 1870 (a cuja anexação se seguiu nova transladação da capital para Roma). A partir daí, seria a Casa de Savoia a governar a Itália até à constituição da atual República Italiana, em 1946.

A Segunda Guerra de Independência[editar | editar código-fonte]

Em 1859, ocorreu a guerra entre o Reino de Itália aliado à França contra o Império Austríaco. A vitória franco-italiana no conflito (batalhas de Magenta e Solferino trouxe para a Itália o controle da Lombardia.

Assim, o Reino de Sardenha, além da Lombardia, já havia anexado a Toscana, os ducados de Parma e de Módena e a maior parte dos Estados Pontifícios.

A conquista da Sicília[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Expedição dos Mil

Com a Expedição dos Mil de Giuseppe Garibaldi, foi conquistado o Reino das Duas Sicílias.

Vítor Emanuel II proclamado rei de Itália[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de reis da Itália

Com a primeira convocação do parlamento italiano em 18 de fevereiro de 1861 e a sucessiva proclamação de 17 de março, Vítor Emanuel II foi o primeiro rei da Itália no período 1861-1878.

A terceira guerra de independência[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Guerra Austro-prussiana

Em 1866, o Reino de Itália declarou guerra ao Império Austríaco, em aliança com o Reino da Prússia. Com o término do conflito, conhecido na Itália como terceira guerra de independência, foram anexados ao reino o Véneto e Mântua subtraídos ao Império Austríaco.

A tomada de Roma[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tomada de Roma

Por ocasião da Guerra Franco-Prussiana, os franceses, que apoiavam o papa, retiraram suas tropas de Roma. Então, as tropas italianas entraram na cidade em 20 de setembro de 1870, terminando com 1 000 anos de poder temporal do papa. Com a conquista de Roma, foi anexado ao reino o Lácio, retirando-o definitivamente dos Estados Pontifícios. Roma torna-se oficialmente capital do reino (antes, Turim e Florença foram as capitais).

A Tríplice Aliança e Primeira Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Em 1878, assume o trono Humberto I.

Em 1882, após grandes disputas com a França, relativas à sua expansão colonial, a Itália aceitou a proposta de Otto von Bismarck para entrar na Tríplice Aliança com o Império Alemão e com o Império Turco-Otomano e a Áustria-Hungria em 1882. No entanto, enquanto as relações com Berlim se tornaram muito amigáveis, a aliança com Viena permaneceu puramente formal, pois regiões consideradas italianas permaneciam sob domínio Austro-Húngaro.[2]

Em 1900, o rei Humberto I foi morto em um atentado pelo anarquista Gaetano Bresci. Assumiu o trono Vítor Emanuel III.

Em 1915, a Itália aceitou o convite britânico para se unir aos aliados na Primeira Guerra Mundial pois estes prometeram compensações territoriais (à custa de territórios do Império Austro-Húngaro) pela participação italiana, que eram muito mais generosas que as oferecidas pela Áustria a troco da sua neutralidade. A vitória na guerra deu à Itália um assento permanente no conselho da Sociedade das Nações.

Depois da Primeira Guerra Mundial, em 1919 uniram-se ao reino o Trentino, o Alto Ádige, Gorizia e o Friul oriental, a Ístria, Trieste e Zara. Fiume uniu-se ao reino em 1924.

A era fascista[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Fascismo

A "Itália fascista" foi o período no qual o Partido Nacional Fascista governou o país, entre 1922 e 1943, com Benito Mussolini como líder totalitário. Os fascistas impuseram um regime totalitário e esmagaram a oposição intelectual e política ao mesmo tempo em que promoveram a modernização econômica do país, os valores sociais tradicionais e uma reaproximação com a Igreja Católica. "O regime fascista passou por várias fases relativamente distintas ," diz Payne (1996). A primeira fase, entre 1923 e 1925, foi nominalmente uma continuação do sistema parlamentar, ainda que com uma "ditadura executiva legalmente organizada." Veio então a segunda fase, "a construção da ditadura fascista propriamente dita", entre 1925 e 1929. A terceira fase, com menos ativismo, foi de 1929 a 1934. A quarta fase, de 1935 a 1940, foi caracterizada por uma agressiva política externa, com guerra na Etiópia, confrontações as sanções da Liga das Nações, desenvolvimento autárquico da economia e um processo de seminazificação. A guerra em si, de 1940 a 1943 foi a quinta fase, e o regime-fantoche de Salò foi o estágio final, de 1943 a 1945.[3]

A Itália aliou-se à Alemanha Nazista na II Guerra Mundial até 1943. Mudou de lado, passando a apoiar os Aliados após a queda de Mussolini e eliminando o partido fascista nas áreas - inicialmente ao sul de Roma - ocupadas e controladas pelos Aliados. O Estado fascista reminiscente no norte da Itália que continuou a combater os Aliados consistia num estado-fantoche da Alemanha Nazista, a "República Social Italiana", ainda comandada por Mussolini e seus seguidores fascistas. Logo após a guerra, o descontentamento civil levou ao referendo constitucional de 1946, cujo questionamento à população consistia em decidir se o país permaneceria como monarquia ou viria se tornar uma república. Os italianos decidiram abandonar o regime monárquico, formando a República Italiana, que permanece até a atualidade.

A Itália do pós-guerra[editar | editar código-fonte]

O Reino de Itália manteve Humberto II da Itália primeiro como "Lugar-tenente do Reino" (1943-1946) e depois por pouco mais de um mês como rei (o Rei de maio) em seguida à abdicação de Vítor Emanuel III, conclui-se com a proclamação da República Italiana em seguida ao referendo de 1946, que determinou a exclusão da Casa de Saboia da História da Itália depois de 85 anos de monarquia. O exílio dos descendentes masculinos da casa de Saboia foi mantido até a reforma constitucional de 2002.

Após a Segunda Guerra Mundial, com a dissolução do reino e o subsequente tratado de Paris (1947), a Ístria (com Fiume, Zara e outras cidades menores) foi anexada à recém-instituída República Socialista Federal da Jugoslávia.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Mia Fuller, "Italian Colonial Rule", Oxford Bibliographies Online. Retrieved 12 October 2017.
  2. «Tríplice Aliança (1882)». Wikipédia, a enciclopédia livre. 13 de outubro de 2019 
  3. Stanley G. Payne, A History of Fascism, 1914-1945 (1996) p 212
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