Armistício de Cassibile
O armistício de Cassibile ou armistício de 8 de setembro foi um acordo através do qual o Reino da Itália cessou as hostilidades com os Aliados, no âmbito da Segunda Guerra Mundial. Na realidade não foi propriamente um armistício, mas uma rendição incondicional da Itália. Foi assinado secretamente, na pequena cidade de Cassibile, perto de Siracusa, na Sicília, em 3 de setembro de 1943, e só tornado público no dia 8 de setembro, quando de fato entrou em vigor.
O ato foi anunciado em 8 de setembro, às 18h30[1] através da Rádio Argel, pelo general Dwight D. Eisenhower e, pouco mais de uma hora depois, às 19h42, confirmado pelo marechal Pietro Badoglio através dos microfones do Ente Italiano per le Audizioni Radiofoniche (EIAR).[2]
O anúncio do armistício surpreendeu as forças armadas italianas, deixando quase sem orientação, tanto as tropas que se encontravam no exterior como as que estavam no interior do país. Não haveria ordens nem planos nos dias que se seguiram.
Consequências imediatas do armistício[editar | editar código-fonte]
Na manhã seguinte, diante das primeiras notícias de avanço das tropas alemãs na costa do mar Tirreno, em direção a Roma, o rei, a rainha, o príncipe herdeiro, assim como o marechal Badoglio, dois ministros do Governo e alguns generais do Estado Maior fugiram de Roma, dirigindo-se para o sul do país, para não serem capturados pelos alemães. A fuga acabou em Brindisi, que se tornou por alguns meses a nova capital do Reino. A intenção inicial era transferir com o rei e seu Estado Maior das três forças armadas mas apenas poucos oficiais conseguiram chegar a Brindisi.
Assim, enquanto acontecia a debandada das forças armadas italianas, a Wehrmacht e a SS, presentes em toda a península, iniciaram a Operação Achse (segundo os planos já definidos - com base expansão dos planos da Operação Alarico - desde 25 de julho, após a destituição de Mussolini) ocupando todos os principais centros do norte e do centro da Itália até Roma, desbaratando quase completamente o exército italiano. A maior parte das tropas foi feita prisioneira e enviada a campos de concentração na Alemanha,[carece de fontes] enquanto o restante das tropas debandadas tentava fazer o caminho de volta para a casa. Dentre últimos, por razões ideológicas ou por casualidade, muitos entrariam na clandestinidade ou formariam os primeiros núcleos do movimento guerrilheiro da resistência italiana.
Quase toda a península cedeu rapidamente à ocupação alemã. O exército foi desarmado, enquanto toda a estrutura do Estado se esfacelava. As forças armadas italianas conseguiram expulsar os "novos inimigos" alemães apenas em Bari, na Sardenha e na Córsega (que havia sido ocupada pela Itália). Em Nápoles, foi a população que expulsou as tropas nazifascistas, após uma batalha que durou quatro dias, no episódio que ficaria conhecido como "os quatro dias de Nápoles". Roma, no entanto, foi rapidamente conquistada pelos alemães, que facilmente dominaram as desorganizadas tropas do exército, além de muitos civis, que tentaram defender a cidade. O resultado foram cerca de 1 300 mortos.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Le 17.30 di Algeri» (em inglês). British Broadcasting Corporation
- ↑ Ruggero Zangrandi, L'Italia tradita, Mursia, 1971.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Aga Rossi, Elena (1993). Una nazione allo sbando. Bologna: [s.n.]
- Bianchi, Gianfranco (1963). 25 luglio, crollo di un regime. Milão: [s.n.]
- Marchesi, Luigi (1969). Come siamo arrivati a Brindisi. Milão: [s.n.]