Restúnia
Restúnia[1] (em armênio: Ռշտունիք; romaniz.: Ṙštunik’[a]) foi um gavar (cantão) da província de Vaspuracânia, na Armênia.
Geografia
[editar | editar código-fonte]Restúnia estava na costa sul do lago, com a cidade capital de Vostã e a cidade fortaleza de Altamar[2] Fazia divisa com Tosbe (antiga Tuspa, capital do Reino de Urartu) ao norte numa zona de colinas situada ao sul do vale do Vã. Era a metade oriental da porção sul do lago e da península de Caputecol (Kaputkoł) e sua fronteira ocidental passou pelo passo de Cusgunquirã (Kuzgunkiran) e continuou ao ponto norte da península. Altamar era local de refúgio no cantão e é possível que a planície de Guevaxe, na qual estava Vostã, era o único local populoso.[3] Altamar também foi sede de um catolicossado independente da Igreja da Armênia.[4] A fronteira ocidental de Vaspuracânia normalmente coincidiu com a de Restúnia.[5] Fausto, o Bizantino ao descrever um episódio envolvendo Manachir Restúnio e Jacó de Nísibis, menciona que o cantão era dividido por uma montanha com minas de ferro e cobre.[6]
História
[editar | editar código-fonte]No reinado do rei Cosroes III (r. 330–339), Vache I Mamicônio e Vaanes I Amatúnio, sob ordens do rei, massacrou a família Besnúnio em Altamar.[7] Em meados do século V, Lázaro de Farpe cita o bispo Isaque.[8] Foi apanágio da principesca família Restúnio,[2] mas após a morte de Teodoro Restúnio ca. 656, os Restúnios declinaram e a Restúnia foi perdida à família Mamicônio e então à família Arzerúnio.[9] Em 862, Gurgenes I derrotou o príncipe Asócio I (r. 856–890) em Noraguiul.[10] À época, Restúnia e cantões vizinhos estiveram sob Cacício I. Sob os auspícios dele, foram fundados os Mosteiros de Nareque e Ilu.[11]
Notas
[editar | editar código-fonte]- [a] ^ Seu nome armênio é formado por Restúnio (Ṙštuni), o nome da família que o governou, e o sufixo -k’ (-ք), utilizado para indicar o nome de países.[12]
Referências
- ↑ Cappelletti 1841, p. 63.
- ↑ a b Toumanoff 1963, p. 132; 213.
- ↑ Sinclair 1989, p. 315.
- ↑ Sinclair 1989, p. 329.
- ↑ Sinclair 1989, p. 322.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 77-79 (III.10).
- ↑ Grousset 1973, p. 129; 132.
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, II.23.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 213.
- ↑ Grousset 1973, p. 374-375.
- ↑ Sinclair 1989, p. 323.
- ↑ J̌ahukyan 1998, -ք.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cappelletti, Giuseppe (1841). L'Armenia. Florença: Itamperia e Fonderia Fabris
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
- J̌ahukyan, Geworg (1998). «-ք». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes]. Erevã: Anania Širakacʻi
- Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition
- Sinclair, T. A. (1989). Eastern Turkey: An Architectural & Archaeological Survey Vol. III. Londres: Pindar Press
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press