Família Besnúnio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Besnúnio (em latim: Bernunius)[1] ou Besnuni (em armênio/arménio: Բզնունի; romaniz.:Bznuni) foram os membros de uma família nobre armênia. Estes nacarares são atestados nas fontes até seu extermínio do século IV. Segundo a tradição relatada pelo historiador armênio medieval Moisés de Corene, os Besnúnios descendiam de Haico[2] e remontam ao tempo de Baz, neto de Haico.[3] Cyril Toumanoff interpreta a origem deles, também comum aos Apaúnios, Manavázio e Ordúnios, como urartiana e possivelmente real.[2]

Apareceram como chefes do principado do qual o nome deles deriva, Besnúnia (provavelmente no cantão de Erevárquia, com área de 1 325 km2[4]), na costa ocidental do lago de Vã,[5] na província histórica de Turuberânia.[6] Aparecem pela última vez no século IV: segundo Fausto, o Bizantino,[7][8] Databei[9] ou Databe, filho do naapetes, apoiou o Império Sassânida na guerra romano-persa de 337-363[2] e, contra a vontade do rei Cosroes III (r. 330–339), permitiu que os persas passassem por Zor (Bitlis). Para puni-los, Cosroes apedrejou o líder da família e a exterminou.[10] A propriedade dos Besnúnios, em seguida, passou para o tesouro real e a Igreja Armênia.[4]

Databe, preso pelo comandante-em-chefe Vache (Vache I Mamicônio) e pelo valente Baanes Amatúnio, foi levado perante o grande rei Xosrov [Cosroes III] e morto por apedrejamento como um homem que traiu seu país, brigada, e o exército de seu mestre. Os azegues [pais], mulher e filhos [de Databe] foram localizados na fortaleza do príncipe dos Restúnio, que foi chamada ilha de Altamar. O asparapetes Vache entrou num barco, passou para a ilha, e deixou nem homem nem mulher vivos. Assim, o azgatohm [família] do nacarar foi exterminada, e o tun [propriedade] deles foi apreendido pela coroa.
 
Fausto, o Bizantino, História da Armênia, livro III, cap. VIII.

Referências

  1. Pamphilus 1818, p. 25.
  2. a b c Toumanoff 1963, p. 216.
  3. Moisés de Corene 1993, I.12.123-124.
  4. a b Hewsen 2001, p. 79.
  5. Hovannisian 2000, p. 18.
  6. Hewsen 2001, p. 102.
  7. Grousset 1947, p. 129.
  8. Fausto, o Bizantino século V, III.VIII.
  9. Hovannisian 2004, p. 87.
  10. Mahé 2007, p. 172.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grousset, René (1947). História da Armênia das origens à 1071. Paris: Payot 
  • Hewsen, Robert H. (2001). Armenia: A historical Atlas. Chicago e Londres: The University of Chicago Press. ISBN 0-226-33228-4 
  • Hovannisian, Richard G. (2004). Armenian People from Ancient to Modern Times. vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Hovannisian, Richard G. (2000). Historic Armenian Cities and Provinces. Armenian Van/Vaspourakan. Costa Mesa: Mazda Publishers 
  • Mahé, Jean-Pierre (2007). «Affirmation de l'Arménie chrétienne (vers 301-590)». In: Gérard Dédéyan. Histoire du peuple arménien. Tolosa: Éd. Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5 
  • Pamphilus, Episcopus Caesariensis Eusebius; Aniensis Samuel (1818). Chronicorum canonum libri II ... Angelus Maius et Johannes Zohrabus ... latinitate donatum notisque illustratum, additis graecis reliquiis. Viena: Biblioteca Nacional Austríaca 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History III. Washington: Georgetown University Press