Rhamnus alaternus

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Folhas e bagas de Rhamnus alaternus
Folhas e bagas de Rhamnus alaternus
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Rosidae
Ordem: Rosales
Família: Rhamnaceae
Género: Rhamnus
Espécie: R. alaternus
Nome binomial
Rhamnus alaternus
L.
Sinónimos

Rhamnus alaternus é uma espécie de planta com flor da família Rhamnaceae. É popularmente conhecida como aderno-bastardo, aderno-bravo, espinheiro-cerval ou sanguinho-das-sebes[1].

É a planta hospedeira da borboleta cleópatra[2].

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome do género deriva do grego antigo "rabdos", ou “pau”, como referência à presença em muitas espécies de espinhos no término dos ramos. O nome específico, do latim, alaternus, semelhante a "alternus" ou “alterno”, é referência às folhas alternas.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Rhamnus alaternus é um arbusto de folha persistente, com cerca de 1 a 5 metros de altura ,apresentando uma forma densa e arredondada.[3] Os ramos possuem uma casca de cor avermelhada e ramos jovens pubescentes, arredondados e com folhagem compacta com folhas inteiras, serrilhadas, alternas de cerca de 2 a 6 cm de comprimento,[3] por vezes quase opostas, nervadas, ovais ou lanceoladas, de aspecto coriáceo, verde brilhantes da parte superior e verde amareladas da parte inferior.

As pequenas flores fragrantes, de cor branca esverdeada, estão juntas num pequeno racemo axilar, possuindo 4 pétalas. A época de floração estende-se de Fevereiro a Abril. Os frutos são drupas obovóides de cor vermelha acastanhada com cerca de 3 a 4 mm, contendo de 2 a 4 sementes de cor branca. A frutificação dá-se no Verão. A drupa torna-se de cor preta quando amadurece. Os frutos possuem propriedades medicinais, podendo ser usados com cuidado como laxativos.

São plantas muito resistentes à seca. É uma planta dioica. O seu crescimento é relativamente rápido.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Esta espécie esta presente na maioria dos países mediterrânicos. Pode ser encontrada nomeadamente em França, Portugal, Espanha, ex-Jugoslávia, Albânia, Grécia, Itália, Turquia, Israel, Líbia, Tunísia, Agélia, Marrocos e Ucrânia.[4]

Encontra-se em estado naturalizado na Austrália e na Nova-Zelândia. É utilizada em programas de reflorestação.[5]

Em Portugal ocorre em praticamente todo o país, predominando no centro e sul do país.

Habitat[editar | editar código-fonte]

Está dispersa em bosques e matagais termofílicos de folha persistente ou marcescente das regiões de clima mediterrânico, desde o nível do mar até aos 700 m de altitude.[3] Ocorre também em sebes e orlas de bosques. Tem uma boa tolerância a ventos marítimos.

Propriedades[editar | editar código-fonte]

Os frutos possuem propriedades medicinais e podem utilizar-se com precaução como laxante.

A planta é utilizada como purgante, laxante, adstringente (ritidoma).[6]

Uso[editar | editar código-fonte]

É usada como planta ornamental, em sebes e em jardins.

Na indústria de corantes é utilizada para produzir pigmento de cor acastanhada que podem servir para tingimento de lã. A madeira pode ser usada na indústria dos embutidos.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Rhamnus alaternus foi descrita por Lineu e publicado em Species Plantarum 1: 193–194, no ano de 1753.[7]

Citologia[editar | editar código-fonte]

O número de cromossomas de Rhamnus alaternus (Fam. Rhamnaceae) e táxones infraespecíficos é de 2n=24[8]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

  • Rhamnus alaternus L. subsp. alaternus
  • Rhamnus alaternus L. subsp. myrtifolia (Willk.) Maire
  • Rhamnus alaternus L. subsp. pendula (Pamp.) Jafri

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Rhamnus_alaternus». Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  2. Que espécie é esta: Borboleta cleópatra, por Inês Sequeira, Wilder, 12.06.2020
  3. a b c Pignatti S. - Flora d'Italia – Edagricole – 1982. Vol. II, pag. 78
  4. J-C. Rameau, D. Mansion, G. Dumé, C. Gauberville, Flore Forestière Française, guide écologique illustré, 3 région méditerranéenne, Ministère de l'agriculture et de la pêche, 2008, 2426 p.
  5. Gulias, J.; A. Traveset, N. Riera, M. Mus (6 de janeiro de 2004). «Critical Stages in the Recruitment Process of Rhamnus Alaternus L.». Annals of Botany. 93 (6): 723-731. ISSN 0305-7364. doi:10.1093/aob/mch100 
  6. «Rhamnus alaternus». Plantas útiles: Linneo. Consultado em 5 de novembro de 2009. Arquivado do original em 29 de abril de 2011 
  7. Rhamnus alaternus em Trópicos
  8. Números cromosomáticos de plantas occidentales, 855-862 López Pacheco, M. J. & al. (2000) Anales Jard. Bot. Madrid 58(2): 342-343

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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