Riadh Sidaoui

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Riadh Sidaoui

Riadh Sidaoui (رياض الصيداوي) (nascido em 14 de maio de 1967) é um escritor e cientista político tunisiano de nacionalidade suíça.[1][2]

Ele é diretor do Centre Arabe de Recherches et d'Analyses Politiques et Sociales (Caraps), com sede em Genebra, e editor-chefe do site de notícias Taqadoumiya desde 2010.[3] Publicou artigos em jornais de Londres, como Al-Hayat e Al-Quds Al-Arabi.[4]

Pensamento[editar | editar código-fonte]

Islâmicos[editar | editar código-fonte]

Sidaoui chama a atenção para a noção de que muitos islâmicos fanáticos são formados em ciências; na verdade, os ataques de 11 de setembro de 2001 foram cometidos por homens que haviam concluído estudos em ciências naturais.[5] Ele explica: "Apesar da falta de um estudo abrangente sobre a origem ocupacional da liderança dos movimentos islâmicos no mundo árabe, podemos ver um domínio quase total das carreiras científicas. Parece que o número de engenheiros, médicos, físicos, etc., agindo em nome do Islã, é considerável. Esta tese é confirmada pelo sucesso dos islamistas nas eleições de conselhos científicos nas faculdades de ciências. Este mesmo sucesso é difícil, se não impossível, nas faculdades de Humanidades e Sociais Ciências".[5]

Após a queda dos ditadores árabes na Primavera Árabe, Sidaoui disse que os primeiros vencedores das revoluções são os islamistas pela sua capacidade de mobilização e organização.[6] Além disso, ele observou que os islâmicos têm o apoio esmagador dos países árabes do Golfo Pérsico, os petrodólares, mas também os Estados Unidos, que aceitam um Islã moderado no mundo árabe (como na Turquia).

Wahhabismo saudita[editar | editar código-fonte]

Segundo Riadh Sidaoui, o uso habitual do termo wahabismo é cientificamente falso, devendo ser substituído pelo conceito de wahabismo saudita,[7] doutrina islâmica que se baseia na aliança histórica entre o poder político e financeiro representado por Ibn Saud e a autoridade religiosa representada por Abdul Al-Wahhab. A doutrina continua a existir até hoje graças a essa aliança, ao financiamento de vários canais religiosos e à formação de vários xeques.[8][9]

Sidaoui pensa que os fundamentos políticos do Islã estão na mente da monarquia democrática republicana e não-wahabita. Para ele, o wahabismo saudita é uma ameaça ao Islã, aos muçulmanos e a toda a humanidade.[10]

Publicações[editar | editar código-fonte]

Em inglês[editar | editar código-fonte]

  • "The Inner Weakness of Arab Media", in Natascha Fioretti et Marcello Foa, Islam and the Western World: the Role of the Media, éd. European Journalism Observatory, Lugano, 2008 ;
  • "Islamic Politics and the Military: Algeria 1962–2008", in Jan-Erik Lane et Hamadi Redissi, Religion and Politics: Islam and Muslim Civilisation, éd. Ashgate Publishing, Farnham, 2009, p. 225–247. ISBN 0-7546-7418-5.

Em árabe[editar | editar código-fonte]

  • Hiwarat nassiriyya (حوارات ناصرية) éd. Arabesques, Tunis, 1992 (rééd. Centre arabe de recherches et d'analyses, Beyrouth, 2003). ISBN 9973-763-00-9 ;
  • Heikel aw al milaf asirri il dhakira al arabiyya (هيكل أو الملف السري للذاكرة العربية), Tunis, 1993 (rééd. Le Caire, 2000 et Beyrouth, 2003). ISBN 9973-17-315-5 ;
  • Siraat annourab assiyasiyya wal askariyya fil jazair : al hizb, al jaych, al dawla (صراعات النخب السياسية والعسكرية في الجزائر: الحزب،) (الجيش، الدولة, éd. Arab Institute for Research and Publishing, Beyrouth, 2000 ;
  • Jean Ziegler yatahadath ila al Arab (جان زجلر يتحدث إلى العرب), éd. Centre arabe de recherches et d'analyses, Beyrouth, 2003 ;
  • Maarek Abd Ennacer (معارك عبد الناصر), éd. Centre arabe de recherches et d'analyses, Beyrouth, 2003 ;

Em francês[editar | editar código-fonte]

  • L'islamisme en Algérie: une révolution en marche ?, éd. Université de Genève, Genève, 1998;[11]
  • FIS, armée, GIA : vainqueurs et vaincus, éd. Publisud, Paris, 2002;[12]
  • L'Armée algérienne 1954/1994: Mutations internes, éd. Centre arabe de recherches et d'analyses, Paris, 2003.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Startseite - St.Galler Tagblatt Online». archive.ph. 12 de setembro de 2012. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  2. «www.rheintaler.ch – Eine Libyen-Geisel benötigt kein Visum». archive.ph. 26 de abril de 2012. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  3. «taqadoumiya – شعار التقدمية: كلمة الحق في زمن النفاق يجب أن تقال». Taqadoumiya.net. 8 de janeiro de 2013 
  4. «رياض الصيداوي – طلبت مني الجزيرة انتقاد الجيش الجزائري فرفضت.. لم أتعرض أبدا إلى تهديد أو شتم من قبل الجزائريين حكومات أو معارضة». Ssrcaw.org 
  5. a b «Les islamistes et les sciences exactes». Le Temps. 16 de outubro de 2001 
  6. «Quel avenir pourles révolutions arabes?». Tdg.ch 
  7. Le wahhabisme saoudien est le plus dangereux des courants religieux (الوهابية السعودية أخطر الحركات الدينية), Alkhabar al ousboui, Algéria, 30-8-2010
  8. " Saudi Wahhabism is the most dangerous religious currents ", El Khabar Ousbouî, 30 août 2010
  9. «Petro- Islam " Bennythomas's Weblog». Bennythomas.wordpress.com. 25 de outubro de 2011. Consultado em 25 de janeiro de 2013 
  10. «Vidéo الإسلام جمهوري أم ملكي؟ de riadh-sidaoui (Actualité – riadh-sidaoui) –». Wat.tv. Consultado em 25 de janeiro de 2013. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2013 
  11. Sidaoui, Riadh (1 de março de 2004). L'islamisme en Algérie: une révolution en marche ? – Riadh Sidaoui – Google Books. [S.l.: s.n.] Consultado em 25 de janeiro de 2013 
  12. «Bibliographies sur les mouvements islamistes au Maghreb (Bibliothèque de la Méditerranée)» (PDF)  (285 KB)