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Risk-aware consensual kink

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mulher praticando shibari. O RACK sai do pressuposto que não há atividades 100% seguras no BDSM.

Risk-aware consensual kink (RACK, também conhecido como risk-accepted consensual kink) é um acrônimo usado por parte da comunidade BDSM[1][2] para descrever a visão filosófica de que certos comportamentos sexuais arriscados são aceitáveis desde que seus participantes estejam cientes dos riscos.[3]

O termo RACK surgiu após descontentamento com parte da comunidade BDSM com o termo seguro, são e consensual (SSC).O termo foi cunhado pela organização GMSMA como um critério mínimo para estabelecer uma distinção entre as práticas sadomasoquistas e sua percepção pelo grande público. Porém, a frase virou um slogan e passou a ser mal utilizada por parte da comunidade, especialmente por membros novos, para justificar práticas que resultam em abuso, violência doméstica ou baixa autoestima.[4]

Em 25 de novembro de 1999, Gary Switch propôs o termo RACK no grupo de notícias da The Eulenspiegel Society na USENET "TES-Friends" para descrever mais adequadamente o tipo de prática que era feita por muitos da comunidade.[5][6] Seu artigo circulou dentro das comunidades fetichistas da USENET.[7]

O RACK é composto de três elementos:

  • consciente dos riscos (risk-aware): todos os participantes estão bem informados sobre a atividade proposta,
  • consensual: sabendo dos riscos, todos os participantes consentiram sobre a atividade proposta,
  • fetiche (kink): a atividade proposta pode ser classificada como sexo alternativo.[7]

Enquanto o SSC foi criado para descrever as práticas de BDSM e diferenciá-las do abuso de forma que fosse compreensível ao grande público, o RACK sai do pressuposto que nenhuma atividade é 100% segura. A filosofia RACK sai do pressuposto que o que é seguro e são para uma pessoa não é para outra. Por isso, o RACK tende a incluir atividades que seriam consideradas edgeplay.[8] No RACK, não existe "seguro" ou "não seguro", mas "mais" ou "menos seguro".[9]

Referências

  1. Kaak, Ayesha (2016). «'B&D, S&M, D&S, RACK, PRICK, SSC... An entree of acronym soup and kink'». PowerPoint de palestra da Night at The Museum: Passion for The National Museum of Australia do Museu Nacional da Austrália (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2024 
  2. Shahbaz, Caroline; Chirinos, Peter (2016). Becoming a Kink Aware Therapist (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis. ISBN 9781315295329 
  3. Taormino, Tristan (2012). 50 Shades of Kink: An Introduction to BDSM (em inglês). [S.l.]: Cleis Press. ISBN 9781573449403 
  4. Stein, David (1999). «"Safe Sane Consensual" - The Making of a Shibboleth» (PDF) (em inglês). Consultado em 6 de julho de 2024 
  5. Gary Switch. «SM ORIGIN of RACK: RACK vs. SSC». Vancouver Leather (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2024. Arquivado do original em 1 de maio de 2009 
  6. Equina Nur (14 de janeiro de 2019). «A origem do RACK: RACK vs. SSC por Gary Switch – BDSM». BDSM de Iniciante. Consultado em 6 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2024 – via Medium 
  7. a b Mr. Michael. «SSC and RACK». Louisville Munch (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 5 de agosto de 2024 
  8. Khan, Ummni (2014). Vicarious Kinks: S/M in the Socio-Legal Imaginary (em inglês). [S.l.]: University of Toronto Press. ISBN 978-1-4426-6810-2 
  9. Cross (6 de setembro de 2010). «SSC vs RACK». XCBDSM (em inglês). Consultado em 6 de agosto de 2024. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2024