Rochagem

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Rochagem é a prática de recuperar a fertilidade de solos pobres e lixiviados através do uso de misturas de rochas, ou pó de rocha. Essa prática torna possível a substituição do uso de fertilizantes químicos, abaixando o custo e impacto ambiental.

Rochagem e Potássio[editar | editar código-fonte]

O potássio é um elemento químico indispensável para a vida por entrar na composição do núcleo das células e estar envolvido em vários processos metabólicos das plantas, como ativação enzimática, controle osmótico de fluxo de água, produção e quebra das cadeias de carboidratos e balanço de cargas. Registros de sua importância na agricultura são encontrados desde a antiguidade, onde era utilizado na forma de cinzas resultantes da queima de árvores ou peixes.

Pós de rocha mais usados[editar | editar código-fonte]

A seguir estão apresentados os principais minerais de potássio e os respectivos teores de K2O equivalente:

Categoria Minerais principais Fórmula Química K2O equivalente (%)
Pó de rocha mais usados Silvita KCl 60
Sulfato de Potássio K2SO4 50

O pó de rocha mais conhecido como fonte de potássio é o Cloreto de Potássio (KCl), obtido a partir do sal silvita, formado pela deposição química em bacias sedimentares evaporíticas. Em leitos sólidos, a profundidades inferiores a 1400 metros, são extraídos principalmente por métodos convencionais de mineração subterrânea mecanizada. Outro método consiste na dissolução a partir da injeção de água. O processamento consiste na britagem, moagem, deslamagem, separação seletiva dos minerais e secagem, com a obtenção do produto final. Outra fonte conhecida é o Sulfato de Potássio, formado em depósitos de origem marinha e salmouras, por exemplo, o Grande Lago Salgado em Utah, o Lago Searles na Califórnia, o Mar Morto, entre Israel e Jordânia.

Pós de rocha usados menos conhecidos[editar | editar código-fonte]

Categoria Minerais principais Fórmula Química K2O equivalente (%)
Langbeinita K2SO4.2MgSO4 22
Pó de rocha menos conhecido Nitrato de Potássio NaNO3/KNO3 14
Glauconita K1,2-2,0(Fe, Al, Mg,)4,0(Si7,0-7,6Al0,4-1,0)O2,0(OH)4.nH2O 6-10

Outros tipos de pó de rocha, menos conhecidos, porém com eficiência agronômica comprovada. A Langbeinita é um pó de rocha extraído em Carlsbad, Novo Mexico. Comercialmente é vendida como K-Mag®. O Nitrato de Potássio (Salitre do Chile) tem registros de utilização como fertilizante desde início do século XX. A principal jazida ocorre no deserto do Atacama, Chile. A extração é feita através do uso da água como solvente, seguida por granulação a partir do aquecimento e resfriamento. [1] O Siltito Glauconítico é usado desde o século XVIII nos Estados Unidos. Em New Jersey (USA), a glauconita ocorre em rochas denominadas Greensand, cujos registros de aplicação agronômica datam de 1760.[2][3] Comercialmente, o Siltito Glauconítico é vendido no Brasil como K Forte® e nos Estados Unidos como Super Greensand®.

Pós de rocha em estudo[editar | editar código-fonte]

Categoria Minerais principais Fórmula Química K2O equivalente (%)
Polihalita K2MgCa2(SO4)4*2H2O 15
Pó de rocha em estudo Micas (K, Al)2(Mg,Fe)2(OH)2(AlSi3O10) 5-10
Nefelina (feldspatóide) (Na,K)(Al,Si)2O4 5-10
Feldspatos alcalinos (K,Na)AlSi3O8 5-15

A polihalita[4] é um mineral formado pela evaporação de mares pré-históricos. Possui o maior índice salino entre as rochas potássicas. O mica-xisto é uma rocha metamórfica composta basicamente por micas, quartzo e minerais acessórios. A rocha tem sido avaliada como fonte de potássio, porém Reis (2013)[5] obteve baixos teores de potássio solúvel, recomendando a realização de estudos mais detalhados. O fonolito, rocha vulcânica de granulometria fina, composta por feldspato potássico e feldspatóides, pode ser usado como fonte de potássio, necessitando de maiores estudos para comprovação de sua eficiência. Conforme Teixeira et al (2012)[6], é necessária uma análise da liberação de metais potencialmente tóxicos pela rocha, como por exemplo, cromo e cádmio, quando esta é colocada em contato com extratores adequados.

Referências

  1. «Informações técnicas sobre potássio» (PDF). Sana Comercial  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  2. «Bordentown City Environmental Commission» (PDF). Bordentown City Environmental Commission. 2003 
  3. Veloso, Cristiano (3 de Maio de 2019). «Nossa história: encontrando a solução para superar a tempestade». Blog da Verde. Consultado em 18 de maio de 2020 
  4. «Home». Sirius Minerals PLC (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  5. Reis, Daniele (2013). «Mineralogia, Química, Eficiência Agronômica e Tecnologias de Solubilização de Agrominerais Fontes de Potássio» (PDF). Universidade Federal de Lavras 
  6. Medeiros, Marta Eloisa; Garrido, Francisco Manoel dos Santos; Sampaio, João Alves; Teixeira, Aline Maria dos Santos (23 de outubro de 2012). «AVALIAÇÃO DA ROCHA FONOLITO COMO FERTILIZANTE ALTERNATIVO DE POTÁSSIO». HOLOS. 5 (0): 21–33. ISSN 1807-1600. doi:10.15628/holos.2012.1102