Salvador Dias Arnaut

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Salvador Dias Arnaut
Nascimento 25 de outubro de 1913
Morte 8 de julho de 1995 (81 anos)
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação historiador, médico, professor universitário
Prêmios
  • Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique
Empregador(a) Universidade de Coimbra

Salvador Manuel Dias dos Santos Arnaut ComIH (Penela, 25 de Outubro de 1913Coimbra, 8 de Julho de 1995) foi um médico, historiador e professor português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1940, tendo atuado, por alguns anos, nos serviços locais da delegação de Saúde e como professor da Escola de Enfermagem Rainha Santa Isabel.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1951, defendendo a dissertação A Batalha de Trancoso. Contratado como 2.º Assistente da mesma Faculdade (1952), obteve o doutoramento em 1960, com a dissertação A Crise Nacional dos Fins do século XIV, I. A Sucessão de D. Fernando.

Prestou concurso para professor extraordinário da sua Faculdade em 1969, atingindo a cátedra em 1971. Entre 1972 e 1974 exerceu o cargo de Subdirector da Faculdade de Letras. Entre as disciplinas que lecionou encontram-se as de História de Portugal II, História Moderna e Contemporânea de Portugal, História da Expansão Portuguesa e História do Brasil.

A 30 de Junho de 1971 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[1]

Afastado do ensino, com a chegada da Democracia ao País a 25 de Abril de 1974, regressou posteriormente à Faculdade em 1978, reassumindo a Direcção do Instituto de História da Expansão Ultramarina, que já dirigira a partir de 1965. Entre 1978 e 1981 presidiu a Comissão Científica do Grupo de História. Tendo atingido o limite de idade a 25 de Outubro de 1983, jubilou-se no termo do ano lectivo de 1983-1984, tendo continuado a prestar apoio a Seminários de Mestrado e a participar em júris de provas académicas praticamente até ao fim da vida.

Cultor da História Regional e local de Penela, foi membro da Academia Portuguesa da História, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e sócio emérito da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais, adquiriu, a preço de saldo, as ruínas do Castelo de Germanelo às quais dispensou alguns cuidados no sentido da sua preservação.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Activa (selecção)[editar | editar código-fonte]

  • Penela. Notas acerca de Um Centenário, Coimbra, 1937.
  • Ladeia e Ladera. Subsídios para o Estudo do Feito de Ourique, Coimbra, 1939.
  • António Nobre e a Paisagem de Coimbra (conferência), Coimbra, 1940.
  • Froissart e João Fernandes Pacheco, Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 129–159.
  • Flechas com "erva", na Guerra entre Portugal e Castela no fim do século XIV, Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 214–220.
  • Resenha sobre Historiografia Nacional e Estrangeira. Portugal (1939-1949), Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 307–328.
  • A Batalha de Trancoso, Coimbra, Faculdade de Letras / Instituto de Estudos Históricos Dr. António de Vasconcelos, 1951.
  • Região do Rabaçal. A Terra e o Homem, Coimbra, Câmara Municipal de Penela, 1955; 2.ª ed.: 1961.
  • A Crise Nacional dos Fins do Século XIV, I. A Sucessão de D. Fernando, Coimbra, Faculdade de Letras, 1960.
  • Algumas Notas sobre a Campanha de Aljubarrota, Revista Portuguesa de História, X (1962), pp. 467–499.
  • Terras de Ansião: Um Pouco de História, Lisboa, 1964.
  • Penela na Obra de Dois Escritores: Fernão Lopes e Eloy de Sá Sotto Mayor, Coimbra, Câmara Municipal de Penela, 1966.
  • Introdução, in: LOPES, Fernão – Crónica de D. Fernando, Porto, Civilização, 1966, pp. IX-XXIV.
  • A Arte de Comer em Portugal na Idade Média, Introdução a ARNAUT, Salvador Dias; MANUPPELA, Giacinto [Ed.] – "Livro (O) de Cozinha" da Infanta D. Maria de Portugal, Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1967, pp. XXIII-CXXX, com Apêndice Documental a pp. CXXXI-CXLV; reed. como vol. autónomo: Lisboa, IN/CM, 1986.
  • O Episódio de Inês de Castro à luz da História, Lisboa, Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação d'«Os Lusíadas», 1972.
  • Os Documentos do Mestre de Avis. Breves notas, Revista Portuguesa de História, XVII/2 (1977), pp. 341–349.
  • O Castelo de Germanelo, Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 28 (1982), pp. 231–256.
  • A Crise Nacional dos Fins do Século XIV (Contribuição para o seu Estudo), Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 30 (1985), pp. 51–79.
  • Os Amores de Pedro e Inês. Suas Consequências Políticas, in Mulher (A) na Sociedade Portuguesa: Visão Histórica e Perspectivas Actuais. Actas do Colóquio, t. II, Coimbra, 1985, pp. 403–414.
  • Acerca da Batalha de Trancoso, Trancoso, Câmara Municipal, s.d. [1986].
  • D. João I, Grande Rei, Grande Reinado, in Aljubarrota: 600 anos, Ciclo de Conferências da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, s.l. [Lisboa], 1987, pp. 351–363.
  • Tomar na Crise de 1383-1385, Boletim Cultural e Informativo da Câmara de Tomar, 10 (1988), pp. 13–21.
  • D. Fernando: o Homem e o Governante, Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 32/1 (1989), pp. 9–33.
  • O Infante D. Pedro, Senhor de Penela, Biblos, LXIX (1993), pp. 173–217.
  • Três Estudos sobre os Descobrimentos, Biblos, LXX (1994), pp. 93–118.
  • Valerá a pena ?, in Alta de Coimbra: História-Arte-Tradição (Actas do 1.º Encontro sobre a Alta de Coimbra), Coimbra, GAAC, 1988, pp. 303–308.

Passiva[editar | editar código-fonte]

  • Arnaut, Salvador Dias, in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, XXXVIII (Apêndice) [AL-BE], Lisboa / Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., p. 540; e Actualização, I, Lisboa / Rio de Janeiro, 1981, p 579.
  • Discursos nos Doutoramentos Solenes dos Doutores Salvador Manuel Dias dos Santos Arnaut e P.e Avelino de Jesus da Costa, Biblos, XLI (1974), pp. 3–28 (a oração de petição de grau, proferida pelo próprio SDA, encontra-se a pp. 9–10, e o elogio dos doutorandos, a cargo de Arnaldo Miranda Barbosa, a pp. 11–16; a pp. 4–5, uma breve nota biobibliográfica de SDA).
  • HOMEM, Armando Luís de Carvalho; ANDRADE, Amélia Aguiar; AMARAL, Luís Carlos – «Por onde vem o Medievismo em Portugal ?», Revista de História Económica e Social, 22 (1988, Jan.-Abr.), pp. 115–138.
  • MACEDO, Jorge Borges de – «Desenvolvimento (O) da Revolução Nacional de 1383-1385», in Aljubarrota: 600 anos, Ciclo de Conferências da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, s.l. [Lisboa], 1987, pp. 71–96.
  • MATTOSO, José – «Perspectivas actuais da investigação e da síntese na Historiografia Medieval portuguesa (1128-1383)», Revista de História Económica e Social, 9 (1982, Jan.-Jun.), pp. 145–162.
  • NUNES, João Paulo Avelãs – História (A) Económica e Social na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1911-1974). O historicismo neo-metódico: Ascensão e Queda de um Paradigma Historiográfico, Lisboa, Instituto de Inovação Educacional, 1995.
  • OLIVEIRA, António de – «Jubilação Universitária do Doutor Salvador Dias Arnaut», Revista Portuguesa de História, XXII (1985), pp. 201–206; também em Biblos, LXI (1985), pp. 620–625.
  • ROQUE, João Lourenço – «Homenagem a Salvador Dias Arnaut», Diário de Coimbra (12 de julho de 1995), p. 6.

Referências

  1. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Salvador Dias Arnaut". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 13 de janeiro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]