San Martino ai Pelamantelli
San Martino ai Pelamantelli, também conhecida como San Martino de Panerella[1], era uma igreja de Roma que ficava localizada na atual Piazza del Monte di Pietà, no rione Regola. Era dedicada a São Martinho de Tours[2]. "Pelamantelli" é uma referência aos cardeiros que viviam na região. A igreja era também conhecida como San Martinello por causa de suas dimensões reduzidas[3].
História[editar | editar código-fonte]
Esta igreja é mencionada numa bula promulgada em 1186 pelo papa Urbano III entre as igrejas subsidiárias de San Lorenzo in Damaso[4]. Ela aparece também no Catalogo di Cencio Camerario, uma lista das igrejas de Roma compilada por Cencio Savelli em 1192, com o nome de Sco. Martino de Pannarella[5].
Em 1220, a igreja estava em ruínas e foi restaurada por um monge chamado Gualterio, nativo de Rieti. A igreja foi sede de uma paróquia durante a Idade Média, mas a situação mudou no século XVI. Em 1604, ela foi entregue à Arciconfraternità della Dottrina Cristiana, uma arquiconfraria dedicada à catequese. No ano seguinte, o papa Leão XI reconstruiu a igreja e doou duas pinturas: "Jesus se revela a São Martinho" e "Jesus entre os Doutores", ambas de Agostino Ciampellis[2]. Em 1746, o papa Bento XIV requisitou que a arquiconfraria se mudasse da dilapidada San Martino para Santa Maria del Pianto, para onde foram levados os itens móveis de maior valor, incluindo as pinturas. A igreja foi então entregue à confraria que comandava San Giacomo degli Spagnoli[2].
Ela já estava certamente abandonada e arruinada na época do Mapa de Nolli (1748). A data citada para sua demolição é setembro de 1747[2][3] e, durante as obras, ossos humanos, grilhões, pregos e vários instrumentos de tortura foram descobertos. Na crença de que se tratavam de restos de mártires, todo o material foi levado para San Giacomo[2][6].
Descrição[editar | editar código-fonte]
A igreja ficava na esquina da Piazza del Monte di Pietà com a Via dei Pompieri. Porém, a linha das fachadas deste quarteirão de frente para a praça costumava ficar num ângulo diferente da atual. Por isso, a fachada da igreja ficava no interior de um edifício moderno atualmente no local, inclinada para trás da esquerda para a direita[6].
A planta da igreja era irregular. A nave tinha três baias, incluindo o presbitério, que não era arquiteturalmente definido. Estruturalmente, havia um corredor do lado esquerdo separado por uma arcada sustentada por dois pilares. Paredes dividiam o corredor em três capelas laterais; curiosamente, a primeira também tinha uma parede interna separando-a do corpo principal da igreja, marcando, provavelmente, o local onde ficava o batistério na época que a igreja era sede paroquial[6].
Referências
- ↑ Armellini 1891 , pp. 403–404
- ↑ a b c d e Lombardi 1998 , p. 203
- ↑ a b Pautrier 2013 , p. 211
- ↑ Hülsen 1927 , p. 383
- ↑ Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il Catalogo di Cencio Camerario (1192) (em italiano). [S.l.: s.n.]
- ↑ a b c «Mapa da região (nº 723)» (em inglês). Mapa de Nolli (1748)
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Armellini, Mariano (1891). Le chiese di Roma dal secolo IV al XIX (em italiano). Roma: Tipografia Vaticana. OCLC 9269651
- Hülsen, Christian (1927). Le chiese di Roma nel medio evo (em italiano). Firenze: Leo S. Olschki. OCLC 3696954
- Lombardi, Ferruccio (1998). Roma: le chiese scomparse: la memoria storica della città (em italiano) 2 ed. Roma: Fratelli Palombi Editori. ISBN 88-7621-069-5. OCLC 41949329
- Pautrier, Massimo (2013). I Santi delle Chiese medievali di Roma (IV–XIV secolo) (em italiano). Roma: [s.n.] ISBN 978-1-291-37077-5