San Martino ai Pelamantelli

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Detalhe do mapa de Antonio Tempesta (1593) mostrando a antiga igreja. Em frente a ela, do outro lado da praça, está hoje o Palazzo del Monte di Pietà.

San Martino ai Pelamantelli, também conhecida como San Martino de Panerella[1], era uma igreja de Roma que ficava localizada na atual Piazza del Monte di Pietà, no rione Regola. Era dedicada a São Martinho de Tours[2]. "Pelamantelli" é uma referência aos cardeiros que viviam na região. A igreja era também conhecida como San Martinello por causa de suas dimensões reduzidas[3].

História[editar | editar código-fonte]

A igreja ficava onde está o prédio à esquerda, na esquina com a rua segue para fora da praça (Via dei Pompieri). O prédio à direita é o Palazzo del Monte di Pietà.

Esta igreja é mencionada numa bula promulgada em 1186 pelo papa Urbano III entre as igrejas subsidiárias de San Lorenzo in Damaso[4]. Ela aparece também no Catalogo di Cencio Camerario, uma lista das igrejas de Roma compilada por Cencio Savelli em 1192, com o nome de Sco. Martino de Pannarella[5].

Em 1220, a igreja estava em ruínas e foi restaurada por um monge chamado Gualterio, nativo de Rieti. A igreja foi sede de uma paróquia durante a Idade Média, mas a situação mudou no século XVI. Em 1604, ela foi entregue à Arciconfraternità della Dottrina Cristiana, uma arquiconfraria dedicada à catequese. No ano seguinte, o papa Leão XI reconstruiu a igreja e doou duas pinturas: "Jesus se revela a São Martinho" e "Jesus entre os Doutores", ambas de Agostino Ciampellis[2]. Em 1746, o papa Bento XIV requisitou que a arquiconfraria se mudasse da dilapidada San Martino para Santa Maria del Pianto, para onde foram levados os itens móveis de maior valor, incluindo as pinturas. A igreja foi então entregue à confraria que comandava San Giacomo degli Spagnoli[2].

Ela já estava certamente abandonada e arruinada na época do Mapa de Nolli (1748). A data citada para sua demolição é setembro de 1747[2][3] e, durante as obras, ossos humanos, grilhões, pregos e vários instrumentos de tortura foram descobertos. Na crença de que se tratavam de restos de mártires, todo o material foi levado para San Giacomo[2][6].

Descrição[editar | editar código-fonte]

Detalhe do Mapa de Nolli (1748). Na época da publicação, a igreja já havia sido demolida. Estão presentes neste mapa ainda a igreja de Santi Teresa and Giovanni della Croce dei Carmelitani (722), o Palazzo del Monte di Pietà (724), a capela da Trinità al Monte di Pietà (725) e a igreja de San Salvatore in Campo (739).

A igreja ficava na esquina da Piazza del Monte di Pietà com a Via dei Pompieri. Porém, a linha das fachadas deste quarteirão de frente para a praça costumava ficar num ângulo diferente da atual. Por isso, a fachada da igreja ficava no interior de um edifício moderno atualmente no local, inclinada para trás da esquerda para a direita[6].

A planta da igreja era irregular. A nave tinha três baias, incluindo o presbitério, que não era arquiteturalmente definido. Estruturalmente, havia um corredor do lado esquerdo separado por uma arcada sustentada por dois pilares. Paredes dividiam o corredor em três capelas laterais; curiosamente, a primeira também tinha uma parede interna separando-a do corpo principal da igreja, marcando, provavelmente, o local onde ficava o batistério na época que a igreja era sede paroquial[6].

Referências

  1. Armellini 1891 , pp. 403–404
  2. a b c d e Lombardi 1998 , p. 203
  3. a b Pautrier 2013 , p. 211
  4. Hülsen 1927 , p. 383
  5. Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il Catalogo di Cencio Camerario (1192) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  6. a b c «Mapa da região (nº 723)» (em inglês). Mapa de Nolli (1748) 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]