Santa Lucia in Septisolio

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Mapa de Rodolfo Lanciani (1893-1901) mostrando a posição da igreja em relação ao Septizônio.

Santa Lucia in Septisolio, conhecida também como Santa Lucia in Septem Soliis,[1] era uma igreja titular que ficava localizada no Septizônio ("septisolio" é uma corruptela do nome do monumento[2]), perto da moderna Via di San Gregorio, logo abaixo do monte Palatino, no rione Campitelli de Roma. Era dedicada a Santa Lúcia e sede da diaconia da Santa Lúcia em Septisolio, suprimida em 1587.[3]

História[editar | editar código-fonte]

É incerto quando esta igreja foi consagrada. A primeira menção a ela nas fontes, com o nome de S. Luciae in Septizonio, é no "Itinerário de Einsiedeln", do século VII.[4] Em seguida, ela aparece nas biografias dos papas Leão III (r. 795-816) e Gregório IV (r. 827-844) no Liber Pontificalis com o epíteto "in Septem Vias".[1]

No Catalogo di Pietro Mallio, compilado durante o pontificado de Alexandre III (r. 1159-1181), a igreja aparece com o nome de S. Lucie Palatii in cyrco iuxta Septa Solis, que significa, grosso modo, "Santa Lúcia no Palatino, no Circo, nos sete sóis".[1] A informação sugere que a igreja ficava logo abaixo do Palatino, na extremidade leste do Circo Máximo, perto de onde estava o Septizônio.[5] Depois disto, Santa Lucia aparece em diversos catálogos medievais de igrejas, como o Catalogo di Cencio Camerario, compilado por Cencio Savelli (1192), como Sce. Lucie in Septem soliis,[6] no Catologo Parigino (c. 1230) como St. Lucia de VII Foliis,[7] no Catalogo di Torino (c. 1320) como Ecclesia sancte Lucie in Septem Soliis diaconi cardinalis[8] e no Catalogo del Signorili (c. 1425) como Sce. Lucie in September solo.[9]

Apesar de ser uma das mais antigas de Roma na época do papa Sisto V (r. 1585-1590), ela sobreviveu em condições satisfatórias. Segundo Mariano Armellini[10] e outros autores modernos[5][11] ela foi demolida em 1588, durante o seu pontificado. Segundo Armellini (e a maior parte das autoridades de sua época), a sua demolição foi por causa do valor arquitetural único do Septizônio[10]: o monumento foi demolido para que seus diversos elementos arquitetônicos luxuosos pudessem se reaproveitados em outros edifícios. Christian Hülsen, porém, refuta esta teoria e lembra que a igreja já havia se arruinado quando a diaconia foi extinta.[12] Ele argumenta ainda que a igreja ficava a uma certa distância do Septizônio, mais perto da Torre della Moletta na extremidade do Circo Máximo.[12] Segundo Mariano Armellini, a igreja era ricamente decorada.[10]

Conclaves[editar | editar código-fonte]

Quatro conclaves foram realizados nesta igreja[13]:

Referências

  1. a b c Hülsen 1927 , p. 305
  2. Platner 1929 , pp. 473–475
  3. The Cardinals of the Holy Roman Church. S. Lucia in Septisolio or Septizonio (em inglês). [S.l.]: Salvador Miranda 
  4. Hülsen, Christian. Dissertazioni della Pontificia Accademia Romana di archeologia. Le chiese nell'itinerario di Einsiedeln (sec. VIII ex.) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  5. a b Lombardi 1998 , p. 260
  6. Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il Catalogo di Cencio Camerario (1192) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  7. Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il catalogo Parigino (circa il 1230) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  8. Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il catalogo di Torino (circa il 1320) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  9. Hülsen, Christian. Le chiese di Roma nel medio evo. Il catalogo del Signorili (cr. 1425) (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  10. a b c Armellini 1891 , p. 516
  11. Carpaneto et al. 2001 , p. 668
  12. a b Hülsen, Christian (1927). Le chiese di Roma nel Medio Evo. S. Luciae in Septem Soliis (em italiano). Florence: Leo S. Olschki. p. 305 
  13. Santa Lucia in Septisolio (em italiano). [S.l.]: InfoRoma 
  14. Baumgartner, 2003, pp. 25–26.
  15. a b c Baumgartner, 2003, pp. 34-35.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]