Santo Antônio do Pirapetinga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Santo Antônio do Pirapetinga, também conhecido como Bacalhau, é um distrito de Piranga, Minas Gerais. Numa altitude de 1000 metros, cercado por montanhas, localiza-se a 12 km do distrito-sede. Na parte mais alta do antigo arraial do Bacalhau, existe o maior templo religioso do Vale do Piranga: o Santuário do Bom Jesus do Bacalhau.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A formação do distrito está intrinsicamente interligada a formação do arraial de Guarapiranga. Chamava-se primitivamente Barra do Bacalhau, por conta de José Gonçalves Bacalhau, potentado da região. O nome atual teria vindo por intermédio da lei nº 556, Santo Antônio em referência a primeira igreja da região, e Pirapetinga dizendo respeito ao rio que banha a localidade.[2]

A formação do distrito remonta da primeira década do século XVIII, tendo sido manifestado o ouro de aluvião no rio Pirapetinga em 1704. A partir da exploração do ouro surgiu um povoamento, que foi-se expandindo, paralelamente a produção agrícola. A região foi elevada à freguesia, em 1875, sob o título de Santo Antônio do Bacalhau, sendo a sua capela uma filial de Piranga.[3]

Em 1726 é erigida a primeira capela do distrito, dedicada a Nossa Senhora do Rosário. A partir de 1740 é erguida uma capela em invocação a Santo Antônio, padroeiro comum de povoados fundados por portugueses. Sabe-se que Joaquina de Pompéu foi batizada no templo.[4] Conta-se que na segunda metade do século XVIII foi descoberta uma imagem de Jesus Cristo, na atual região do Santuário do Bom Jesus do Bacalhau. A imagem era levada ora para a Capela do Rosário, ora para a Capela de Santo Antônio, mas sempre retornava para o mesmo lugar. Decidiram, assim, construir um tempo no local que a imagem indicava.[1]

Santuário Bom Jesus do Bacalhau, no distrito de Santo Antônio Pirapetinga, nas comemorações do jubileu.

A dita Igreja foi construida, se transformando em santuário, pela bula papal de 1786, assinada pelo papa Pio VI. Todos os anos promove-se jubileus e romarias em direção ao tempo, sendo uma das maior peregrinações de Minas Gerais.[5] O termino da construção da Igreja, de fato, foi tardia. Não há uma data precisa sobre a construção, mas sabe-se que, em 1871, a mesa da Irmandande do Senhor Bom Jesus contratou serviços para as obras da capela (dentre os membros estavam o Capitão Luiz da Costa Athaíde e sua mulher Maria Barbosa de Abreu, pais do mestre Manuel da Costa Athaíde).[1]

Domingos (pintor e dourador) e Antônio (capelão por quase toda vida), também filhos de Luiz e Maria, também possuem vínculo com a Irmandade. Mestre Athaíde realizou apenas o douramento das fechaduras da capela.[2] A construção do santuário se estendeu por seis décadas (1789-1840).[1]

O povoado de Santo Antônio do Pirapetinga tornou-se distrito de Piranga, pela lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891.[6]

Patrimônio histórico[editar | editar código-fonte]

Capela de São Miguel e Almas, do povoado de Mestre Campos, parte do distrito de Santo Antônio do Pirapetinga.

O distrito possui diversos patrimônios materiais tombados, em diferentes instâncias. A nivel federal, pelo IPHAN, é tombado o Santuário do Bom Jesus do Bacalhau e as casas de romaria, por sua importância cultural.[7] A nível estadual, pelo IEPHA-MG, é tombado a Igreja Matriz de Santo Antônio, e as ruinas da Igreja do Rosário.[3] A nível municipal, pela Prefeitura de Piranga, é tombado o núcleo urbano do distrito do Bacalhau, a imagem do Bom Jesus, e a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Manja Léguas.[8][3]

Geografia[editar | editar código-fonte]

O distrito é banhado por dois principais rios: o rio Bacalhau, que nasce na localidade do Gaspar[9], e pelo rio Pirapetinga.[2] Seu território é majoritamente montanhoso.[1]

Povoados integrantes[editar | editar código-fonte]

O distrito Santo Antônio do Pirapetinga engloba, sob a sua administração, diversos distritos. Entre esses: Lagoinha, Samanbaia, Manja-Léguas, Mestre Campos, Beira-Rio, Serigueia, Bandeira, Canoa, Gaspar, Tatu e Biquinha.[3][10][9]

Referências

  1. a b c d e «Distrito Sto Antônio do Pirapetinga». sites.google.com. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  2. a b c Dias, Danielly Meireles (31 de outubro de 2022). «Patrimônio cultural e identidade: os processos de patrimonialização dos bens piranguenses e os desafios da preservação e da conscientização». doi:10.47328/ufvbbt.2022.777. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  3. a b c d Ribeiro, Delmari Angela (2009). «Piranga, arquitetura religiosa e obras de restauração em Bacalhau: preservação e ação comunitária». bdtd.ibict.br. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  4. «Inicia hoje (1) uma das maiores peregrinações religiosas de Minas: o 236º Jubileu do Bom Jesus do Bacalhau - Correio de Minas». correiodeminas.com.br. 1 de agosto de 2022. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  5. «Santo Antônio de Pirapetinga celebra 237º Jubileu do Bom Jesus do Bacalhau; evento é uma das maiores peregrinações de MG - Correio de Minas». correiodeminas.com.br. 1 de agosto de 2023. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  6. «História de Piranga, Minas Gerais - MG». geografia.hi7.co. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  7. «Piranga – Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos | ipatrimônio». Consultado em 12 de agosto de 2023 
  8. «Piranga – Núcleo Histórico Urbanístico de Santo Antônio do Pirapetinga | ipatrimônio». Consultado em 12 de agosto de 2023 
  9. a b «Rio Bacalhau A nascente do... - Observatório do Rio Piranga». www.facebook.com. Consultado em 12 de agosto de 2023 
  10. «Santo Antônio do Pirapetinga». Mapcarta. Consultado em 12 de agosto de 2023