Sarcopenia

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A sarcopenia não era uma doença, mas sim uma consequência natural do processo de envelhecimento do ser humano.

Sarcopenia (do Grego: Σάρξ + πενία "pobreza de carne") é a perda de massa e força na musculatura esquelética (como bíceps, tríceps e quadríceps) com o envelhecimento. Cerca de um terço da massa muscular perde-se com a idade avançada, começando a partir dos 40 anos com queda de 0,5% ao ano e aumentando até cerca de 1% ao ano a partir dos 65 anos de idade. Essa perda de massa reduz a força muscular. [1]

O termo sarcopenia foi inicialmente empregado em 1989 pelo médico e pesquisador Irwin H. Rosenberg para se referir à perda de massa muscular em decorrência do envelhecimento[2]. Estudos subsequentes observaram que idosos com menor massa muscular, em relação a uma amostra de referência composta por adultos jovens, eram mais propensos à incapacidade em realizar atividades da vida diária, como fazer compras, preparar refeições e cuidar de casa. Constatou-se, então, que a sarcopenia poderia ser não só uma consequência do avanço da idade, mas uma questão de saúde pública, pois estaria associada à internação de idosos em instituições de longa permanência[3][4]. Essa associação entre sarcopenia e desfechos negativos em saúde chamou a atenção de grupos de pesquisadores em vários locais do mundo, interessados em caracterizar melhor a perda muscular em idosos, suas causas, prevenções, tratamentos e suas consequências. Constatou-se, então, que indivíduos sarcopênicos também apresentavam maiores chances de queda, hospitalização e morte[5]. Assim, em 2016, a sarcopenia passou a figurar entre as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo na CID-10, com o código M.62.84[6].

Características[editar | editar código-fonte]

A sarcopenia é uma doença muscular (falha muscular) enraizada em alterações musculares adversas que se acumulam ao longo da vida; sarcopenia é comum em adultos maiores de idade, mas também pode ocorrer mais cedo na vida [7] .

Devido ao aumento da expectativa de vida da população mundial e consequentemente da população idosa, a sarcopenia vem se tornando uma questão de saúde cada vez mais relevante no mundo desenvolvido, pois ambientes públicos e comerciais precisam ser adaptados para um número cada vez maior de idosos.

O nível de sarcopenia pode ser prejudicial a ponto de impedir que uma pessoa idosa tenha uma vida independente, necessitando de assistência e cuidado constantes. A sarcopenia é um importante indicador de fragilidade nas pesquisas feitas com pessoas, ligada à redução do equilíbrio, perda de agilidade, quedas e fraturas.

A perda da força muscular resulta em uma dificuldade da manutenção da estabilidade (equilíbrio) estático e/ou dinâmico, tornando a marcha cada vez mais incerta, o que pode resultar em quedas em geral. Eventos estes que outrora sem grande importância, podem causar grandes prejuízos a um sistema osteomuscular enfraquecido pela senescência (envelhecimento), ocasionando no aumento dos índices de morbidez, imobilidade e mortalidade desta população. Idosos geralmente caem enquanto realizam atividades normais do dia a dia.

Comorbidades[editar | editar código-fonte]

Quando em combinação com a osteoporose, a sarcopenia resulta em significativa fragilidade frequentemente encontrada na população idosa tornando-os muito vulneráveis a traumas físicos.

Prevenção[editar | editar código-fonte]

A sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida com a prática de exercícios físicos. Tais métodos estimulam o ganho de massa muscular, além de influir no equilíbrio, controle motor e, em ultima instância, na prevenção de quedas. É de suma importância que o idoso seja orientado por um profissional de educação física, responsável pela prescrição dos exercícios, pois o idoso possui restrições quanto a algumas variáveis durante a prática.

Referências

  1. http://www.racgp.org.au/afp/200603/3608
  2. Rosenberg, Irwin H. (1 de novembro de 1989). «Summary comments». The American Journal of Clinical Nutrition (em inglês). 50 (5): 1231–1233. ISSN 0002-9165. doi:10.1093/ajcn/50.5.1231 
  3. Baumgartner, Richard N.; Koehler, Kathleen M.; Gallagher, Dympna; Romero, Linda; Heymsfield, Steven B.; Ross, Robert R.; Garry, Philip J.; Lindeman, Robert D. (15 de abril de 1998). «Epidemiology of Sarcopenia among the Elderly in New Mexico». American Journal of Epidemiology (em inglês). 147 (8): 755–763. ISSN 0002-9262. doi:10.1093/oxfordjournals.aje.a009520 
  4. Morley, John E.; Baumgartner, Richard N.; Roubenoff, Ronenn; Mayer, Jean; Nair, K. Sreekumaran (1 de abril de 2001). «Sarcopenia». Journal of Laboratory and Clinical Medicine (em inglês). 137 (4): 231–243. ISSN 0022-2143. doi:10.1067/mlc.2001.113504 
  5. Beaudart, Charlotte; Zaaria, Myriam; Pasleau, Françoise; Reginster, Jean-Yves; Bruyère, Olivier (17 de janeiro de 2017). «Health Outcomes of Sarcopenia: A Systematic Review and Meta-Analysis». PLoS ONE. 12 (1). ISSN 1932-6203. PMC 5240970Acessível livremente. PMID 28095426. doi:10.1371/journal.pone.0169548 
  6. Anker, Stefan D.; Morley, John E.; von Haehling, Stephan (dezembro de 2016). «Welcome to the ICD‐10 code for sarcopenia». Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. 7 (5): 512–514. ISSN 2190-5991. PMC 5114626Acessível livremente. PMID 27891296. doi:10.1002/jcsm.12147 
  7. Cruz-Jentoft, Alfonso J; Bahat, Gϋlistan; Bauer, Jϋrgen; Boirie, Yves; Bruyère, Olivier; Cederholm, Tommy; Cooper, Cyrus; Landi, Francesco; Rolland, Yves (13 de maio de 2019). «Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis». Age and Ageing. 48 (4): 601–601. ISSN 0002-0729. doi:10.1093/ageing/afz046 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]