Sinfonia n.º 1 (Mozart)

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A Sinfonia No. 1 em Mi bemol maior, K. 16, foi escrita provavelmente entre agosto e setembro de 1764 por Wolfgang Amadeus Mozart, então com idade de oito anos.[1] Por esta altura, ele já era célebre na Europa como um músico prodígio, mas havia composto poucas obras.

O autógrafo original da partitura dessa sinfonia encontra-se hoje preservado na Biblioteca Jagiellońska em Cracóvia.

Contexto da composição[editar | editar código-fonte]

A peça foi escrita durante o Grand Tour da Europa realizado pela família Mozart quando tiveram que se mudar de Londres para Chelsea , durante o verão de 1764. Nessa ocasião,Leopoldo, pai de Mozart, teve uma doença (infecção da garganta), o que motivou a mudança.[2] A casa na Ebury Street, 180, atualmente no bairro de Westminster, local da composição, é marcada com uma placa com alusão à estadia da família Mozart. A sinfonia foi executada pela primeira vez em 21 de fevereiro de 1765, possivelmente no Little Theatre, Haymarket. O trabalho mostra a influência de vários compositores, incluindo seu pai e os filhos de Johann Sebastian Bach, especialmente Johann Christian Bach. Este último, a quem Mozart conheceu pessoalmente durante sua estada em Londres, exerceu grande influência sobre várias das primeiras obras do compositor austríaco.

Movimentos e instrumentação[editar | editar código-fonte]

A partitura prevê uma orquestra com cordas, 2 oboés, 2 trompas de caça, cravo (baixo contínuo) e cordas.


\relative c'' {
  \key es \major
  \tempo "Allegro molto"
  es2\f g |
  \repeat unfold 8 { bes8 } |
  g4 es r2 |
  bes1\p | as | as | g | g |
}

Como na sinfonias de Abel e J.C.Bach, que viviam em Londres na época, a composição está dividida em três movimentos:

  1. Molto allegro,
  2. Andante, C minor,
  3. Presto,

No primeiro movimento, Mozart demonstra domínio da técnica sinfônica da época com alternações de escalas altas e suaves, lentas e rápidas. No entanto, nas passagens mais etéreas que se seguem imediatamente à fanfarra uníssona de abertura, pode-se notar uma originalidade e uma beleza mais originais.

No segundo movimento, Mozart, com apenas 8 anos, faz uso de quatro notas, motivo que aparece no final da sua Sinfonia Júpiter , N ° 41. Essas quatro notas, Dó, Ré, Fá, Mi, fazem uma aparição em várias de obras de Mozart, incluindo a sua Sinfonia No. 33.[3] Este tema é executado pelas trompas de caça nesta sua primeira sinfonia.

A obra termina com um final curto, mas efervescente, com predomínio dos violinos em cascata e das trompas.

No geral, trata-se de uma notável peça de estreia no gênero sinfônico que faz o ouvinte esquecer-se rapidamente de que se trata da obra de uma criança, lembrando-se que foi criação do gênio de Salzburgo.

Referências

  1. Mozart, Wolfgang Amadeus. Die Sinfonien I. [S.l.: s.n.] 
  2. Sadie, Stanley, Mozart: The Early Years 1756–1781, p 64–65, Oxford University (2006), ISBN 978-0-19-816529-3
  3. «Fall Concert 2011» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]