Spazio Pirandello

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Spazio Pirandello
Tipo restaurante
Geografia
Coordenadas 23° 33' 4.026" S 46° 39' 4.338" O
Mapa
Localidade Rua Augusta
Localização São Paulo - Brasil

Spazio Pirandello foi um espaço gastronômico e cultural que servia como restaurante, bar, galeria de arte, antiquário e livraria, localizado na Baixa Augusta, em São Paulo, que funcionou entre os anos de 1980 e 1985. Era chamado de Piranda pelos frequantadores mais assíduos.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Localizado na rua Augusta, número 311, o Spazio Pirandello foi instalado em um casarão de 1905 que possuía cinco salas e um jardim. Foi inaugurado em 7 de janeiro de 1980, funcionando de terça a domingo, a partir das 19 horas. Os frequentadores eram em sua maioria intelectuais, jornalistas, artistas e políticos.[3][1] A casa foi fundada pelo ator de teatro e artista plástico Antonio Maschio e Wladimir Soares, um jornalista e crítico musical.[2] Pouco tempo depois da inauguração da casa, os proprietários criaram a Calçada da Glória, onde personalidades imprimiam suas mãos e assinaturas no cimento. Foram feitos os registros de Paulo Autran, Lélia Abramo, Lygia Fagundes Telles, Emilinha Borba, Flávio Rangel, Adoniran Barbosa e Paulo Goulart, entre outros; mas que não resistiu às obras das companhias de luz e água.[2]

O local se notabilizou pela diversidade artística de seus frequentadores, tornando-se um ponto de encontro habitual da noite paulistana, onde se reuniam os boêmios ligados a esquerda. Em suas mesas aconteceu a ideia inicial do movimento das Diretas Já, de 1984, um movimento da sociedade civil que exigia a redemocratização do país, ainda em ditadura militar.[1][4] O fim da casa se deu quando os proprietários decidiram passar o local para outros donos, o que foi determinante para o encerramento das atividades. Antes de seu fim, a casa recebeu a homenagem de ter um livro onde escritores frequentadores do local escreveram contos sobre o espaço, Contos Pirandellianos - 7 Autores A Procura De Um Bar, de autoria de Mario Prata, Caio Fernando Abreu, Ignácio de Loyola Brandão, entre outros escritores.[5]

Exposições[editar | editar código-fonte]

O Spazio Pirandello foi sede de algumas exposições artísticas de relevo, entre elas destacam-se uma sobre Kafka (outubro/1981); Nonê de Andrade, dez anos depois (1982); Francisco Rebolo: gravuras (1982); Exposição Olimpíadas (1984) e Alicia Rossi (1985).[6]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SOARES, Wladimir. Spazio pirandello. Assim era se lhe Parece. Editora Jaboticaba, 2007.
  • BRANDÃO, Ignácio de Loyola, PRATA, Mario, et alli. Contos Pirandellianos - 7 Autores A Procura De Um Bar. Editora Brasiliense, 1985.


Referências

  1. a b c «J.P relembra o Spazio Pirandello, cenário emblemático da noite paulistana nos anos 80». Glamurama. Consultado em 23 de setembro de 2019 
  2. a b c «Obra narra causos e fofocas do Piranda». Folha de S. Paulo. Consultado em 23 de setembro de 2019 
  3. «Morre o fundador do Spazio Pirandello». Estado de S. Paulo. Consultado em 23 de setembro de 2019 
  4. «Morre ator Antonio Maschio, fundador do Spazio Pirandello». Hoje em Dia. Consultado em 23 de setembro de 2019 
  5. «Maschio, agitador do Pirandello, morre aos 66 anos». Uol. Consultado em 23 de setembro de 2019 
  6. «Spazio Pirandello (São Paulo, SP)». Itaú Cultural. Consultado em 23 de setembro de 2019