Srikaya

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tostada kopitiam, com srikaya

A srikaya, ou simplesmente kaya, é um doce de barrar, mais concretamente um creme de fruta, consumido principalmente no Sudeste asiático, confeccionado a partir de leite de coco, ovos e açúcar.[1]

Malásia[editar | editar código-fonte]

A sri kaya (provinda da palavra malaia para ‘riqueza’, dada a sua coloração doirada) é uma pasta feita com leite de coco, ovos de pato ou de galinha, aromatizada com a folha do pandano e adoçada com açúcar.[1]

Provém do Sudeste Asiático, crê-se que, provavelmente, da Indonésia ou da Malásia.

História[editar | editar código-fonte]

Há registos manuscritos malaios do séc. XVII, a respeito de uma receita de creme de coco malaia, conhecida como srykaia.[2][3]

Influências culinárias[editar | editar código-fonte]

A receita da srikaya malaia foi trazida para Portugal no séc. XVI, por D. Constantino de Bragança, 20.º governador da Índia Portuguesa, quando regressou do Oriente, tendo vindo a dar origem à sericaia.[3]

A receita malaia foi introduzida nos conventos alentejanos, com particular relevo para os conventos de Nossa Senhora da Conceição e Santa Clara, ainda durante o séc. XVI, onde a sua confecção se foi apurando e adaptando ao paladar português, ao longo dos tempos.[4][5]

A historiadora gastronómica, Inês Tavares, concebe a possibilidade de a sericaia malaia, por seu turno, ter tido influências gastronómicas portuguesas, por força da presença portuguesa no Oriente, ainda durante o séc. XVI.[6] Com efeito, a historiadora aventa a possibilidade de a sericaia malaia se ter inspirado no doce de ovos português, ao qual os malaios acrescentaram o leite de coco, a canela e as folhas de pandano, de maneira a afeiçoar a receita mais ao seu paladar.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Liza (31 de agosto de 2022). «How to Make Malay-Style Coconut Jam (Srikaya)». Delishably (em inglês). Consultado em 18 de março de 2024 
  2. «Sericaia: Exploring the Authenticity of a Portuguese Dessert». www.lisbon.vip. Consultado em 18 de março de 2024 
  3. a b Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. II. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. pp. 84–85. ISBN 972-9175-96-9 
  4. Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. II. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. pp. 84–85. ISBN 972-9175-96-9 
  5. «Sericaia: Exploring the Authenticity of a Portuguese Dessert». www.lisbon.vip. Consultado em 18 de março de 2024 
  6. «Sericaia: Exploring the Authenticity of a Portuguese Dessert». www.lisbon.vip. Consultado em 18 de março de 2024 
  7. «Sericaia: Exploring the Authenticity of a Portuguese Dessert». www.lisbon.vip. Consultado em 18 de março de 2024