Surena (século IV)

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 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Surena.
Surena
Morte Após 378
Etnia parta
Ocupação Nobre e general
Religião Zoroastrismo

Surena foi general e nobre sassânida de origem parta do século IV, ativo no reinado do Sapor II (r. 309–379). Teve importante papel no combate dos invasores romanos ao Império Sassânida e nas negociações de paz que se seguem.

Vida[editar | editar código-fonte]

Dinar de Sapor II (r. 309–379)
Soldo de Valente (r. 364–378)

Surena era membro da Casa de Surena, um dos 7 clãs partas do Império Sassânida. Aparece pela primeira vez em 24 de abril de 363, quando emboscou uma força de patrulha liderada por Hormisda, um dos generais do imperador Juliano, o Apóstata (r. 361–363).[1][2] [3] 1 dia após a queda de Perisapora (29 de abril) aos romanos, emboscou 3 esquadrões de cavalaria, matou alguns deles, incluindo um dos tribunos, e capturou um estandarte.[4][5][6] Em ca. 10 de maio, quando os romanos se preparavam para cercar Maiozamalca, atacou-os, mas foi pego de surpresa pelas coortes inimigas e teve que se retirar.[7]

Em 29 de maio, durante o Cerco de Ctesifonte, Pigranes, Narseu e Surena foram derrotados pelos romanos e se retiraram ao interior das muralhas da cidade.[8] Após a morte de Juliano em 23 de junho, Surena, que à época estava na Persarmênia, foi enviado com outros magistrado de nome desconhecido por Sapor para negociar a paz com os romanos. Ao chegarem no acampamento romano, foram recebidos pelo recém-elevado Joviano (r. 363–364) que nomeou Arinteu como responsável pela conclusão de acordo de paz.[9]

Na primavera de 378, foi enviado a negociar com o imperador Valente (r. 364–378) a questão da Armênia e Ibéria no Cáucaso, que estavam sob disputa entre o Império Romano e Império Sassânida. Quando as negociações falharam, Sapor ordena que Surena vá à Armênia e a conquiste.[10] Segundo Fausto, o Bizantino, os armênios receberam Surena após a rainha-mãe Paranzém (r. 378–379) enviar presentes a Sapor numa tentativa de aproximar-se da Pérsia.[11] Surena chega ao país na condição de marzobã com 10 000 homens. Confrontou Manuel Mamicônio, o regente de Ársaces III e Vologases III, quando este rebelou-se contra os persas,[12] mas foi derrotado e seu exército destruído. Apesar disso, Manuel permitiu que fugisse.[11]

Referências

  1. Amiano Marcelino 397, XXIV.2.4–5.
  2. Zósimo séculos V-VI, III.15.4–6.
  3. Dodgeon 2002, p. 202-203.
  4. Amiano Marcelino 397, XXIV.3.1.
  5. Zósimo séculos V-VI, III.19.1–2.
  6. Dodgeon 2002, p. 203.
  7. Amiano Marcelino 397, XXIV.4.7.
  8. Amiano Marcelino 397, XXIV.6.12.
  9. Dodgeon 2002, p. 228.
  10. Curran 1997, p. 94.
  11. a b Fausto, o Bizantino século V, V.XXXVIII.
  12. Greatrex 2002, p. 28; 254.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Curran, John (1997). «From Jovian to Theodosius - VIII: Valens and Persia». In: Cameron, Averil; Garnsey, Peter. The Cambridge Ancient History: The Late Empire, A.D. 337-425. Vol. 13. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521302005 
  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9