Tâmiris
Tâmiris ou Tâmaris[1][2] (do grego antigo Θάμυρις, Thámyris), na mitologia grega, foi um músico, filho de Filamon (Philammon) e namorado de Jacinto.
Seu pai, Filamon, foi também músico, o segundo vencedor na prova dos Jogos Píticos que consistia em cantar hinos aos deuses; o primeiro vencedor foi o cretense Crisótemis, filho de Carmanor.[3] Filamon era filho de Apolo com Quíone, filha de Dedalion[4][5] (ou, segundo alguns poetas, Philonis, filha de Dedalion)[5] e sobrinha de Ceix;[4][5] quando ela fez catorze anos, foi violentada por Hermes e por Febo (Apolo), o primeiro durante o dia, depois de tê-la feito dormir, e o segundo à noite.[4] Autólico foi o filho de Hermes e Quíone.[4][5] Uma outra versão de Higino lista Filamon como filho de Apolo e Leuconoe, filha de Lúcifer.[6]
Tâmiris era filho da ninfa Argíope com Filamon.[7][8] Argíope morava no Parnaso, e se estabeleceu entre os odrísios, mas Filamon se recusou a recebê-la em casa quando ela ficou grávida.[8] Por causa disso, Tâmiris era chamado de odrísio e trácio.[8]
Ele foi um discípulos de Lino, sendo um dos três mais famosos de seus alunos, os outros sendo Héracles e Orfeu.[9] Foi ele quem acrescentou, à lira, a sua sétima corda.[10]
Tâmiris se apaixou por Jacinto, filho da musa Clio e de Piero, filho de Magnes,[Nota 1] no primeiro caso de homossexualidade entre mortais da mitologia.[7]
Tâmiris foi o terceiro vencedor da prova de canto nos Jogos Píticos.[3] Ele ganhou notoriedade por volta do ano 1247 a.C., segundo Jerônimo de Estridão.[11]
Ele disse que cantava melhor que as Musas, e perdeu a visão por causa disso.[12] A opinião de Pausânias foi que ele perdeu a visão por doença, assim como Homero, porém Homero continuou compondo poesias, mas Tâmiris desistiu da arte por causa deste problema.[12] Ele jogou sua lira no Rio Balyra, que passou a ter este nome (derivado de ballein) depois disso.[8] De acordo com Diodoro Sículo, ele se gabou que tinha uma voz mais bela que as Musas, e elas tomaram dele o dom da música e o mutilaram.[13]
Uma pintura de Polignoto, exposta em Delos, mostrava Tâmiris, após ter ficado cego, ao lado de Pélias, em desgraça total, com cabelo e barbas longas, e uma lira quebrada aos seus pés.[14]
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ PLATÃO; Trad. e notas de Edson Bini (1999). As Leis: Incluindo Epinomis. [S.l.]: Edipro. p. 327
- ↑ Platão (25 de junho de 2019). Leis - Vol. II. [S.l.]: Leya
- ↑ a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 10.7.2
- ↑ a b c d Ovídio, Metamorfoses, Livro XI, 301-317
- ↑ a b c d Higino, Fabulae, CC, Quíone
- ↑ Higino, Fabulae, CLXI, Filhos de Apolo
- ↑ a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.3.3
- ↑ a b c d Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.33.3
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro III, 67.2 [ael/fr][en]
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro III, 58.6 [ael/fr][en]
- ↑ Jerônimo de Estridão, Chronicon
- ↑ a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.33.7
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro III, 67.3 [ael/fr][en]
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 10.30.8