Santuário Sírio no Janículo

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Vista das ruínas do Santuário Sírio.

Santuário Sírio no Janículo (em italiano: Tempietto Siriaco al Gianicolo) é um pequeno templo localizado na Villa Sciarra, no rione Trastevere de Roma, na encosta do monte Janículo[1]. É provável que tenha sido um dos últimos templos estrangeiros construídos em Roma[2].

História[editar | editar código-fonte]

Estátua de culto descoberta sob o altar principal do Santuário, hoje no Museo Nazionale Romano no Palazzo Massimo alle Terme.

Até o final da Antiguidade, esta região era ocupada por jardins e villas, uma área verde que, depois da morte da Júlio César, foi deixado como herança ao povo romano. Ali ficava um pequeno santuário dedicado a divindades sírias, descoberto em 1906 durante as obras de construção de uma pequena casa de campo para os zeladores da Villa Sciarra determinada por George Wurts[3]. Algumas inscrições recuperadas no local testemunham a existência de um santuário no local já no século I e também que o local foi reconstruído sucessivamente por Marco Antônio Gaionas, um rico comerciante sírio, e novamente, no século IV, depois do incêndio, o que deu ao templo sua aparência atual[4].

O santuário se apresenta como uma estrutura alongada, construída em grande parte com blocos paralelepípedos de pedra e dividida em três setores: um pátio retangular com 11 x 9 metros no centro, com entrada no meio do lado longo meridional. Um segundo ambiente com uma curiosa planta curvilínea localizado à direita do pátio central e acessível através deste através de duas portas que levam a dois pequenos ambientes de planta pentagonal e dali para uma sala octogonal terminada no lado oeste por uma abside. Ali foram recuperadas algumas esculturas: uma estátua egípcia em basalto negro, uma estátua de Baco com a face e as mãos douradas e outras esculturas. No centro da sala octogonal, dentro de uma cavidade em um altar triangular, alguns ovos e uma estátua de bronze representando um personagem masculino envolto nas espirais de uma cobra foram encontrados: uma clara referência ao rito do deus Adônis, que morria todos os anos para retornar à vida através das sete esferas celestes simbolizada pelas sete voltas da serpente no corpo da estátua[4][2].

Finalmente, o terceiro ambiente, à esquerda do pátio, é constituído por um edifício basilical precedido por um átrio para o qual se abrem duas celas laterais. Uma única entrada leva a uma nave central terminada numa abside na qual se abre um nicho semicircular flanqueado por dois outros nichos menores: o central abrigava a estátua de culto mais importante, o deus principal da tríade de Heliópolis, Hadad ("Júpiter"), e os dois laterais, os deuses Atargatis (a deusa "Síria" dos romanos) e Simios ("Mercúrio")[4][2].

É provável que as cerimônias de iniciação do culto tenham ocorrido no ambiente onde estava a estátua de bronze e os ovos e os demais seriam destinados ao culto propriamente dito. O pátio central, por sua vez, era um ponto de reunião dos fieis[5].

Referências

  1. «Santuario Siriaco» (em italiano). InfoRoma 
  2. a b c «Santuario Siraco» (em italiano). Imperium Romanum 
  3. «Chiesa e Monastero di San Cosimato» (em inglês). Rome Art Lover 
  4. a b c «Villa Sciarra» (em italiano). Roma Segreta 
  5. «Santuario Siriaco del Gianicolo» (em italiano). 060608