Textos de execração

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Textos de execração

Textos de execração é a designação dada a textos de carácter mágico inscritos em óstracos de cerâmica, recipientes ou figurinhas de argila, cujo propósito era eliminar uma pessoa, grupo de pessoas ou localidade que os antigos Egípcios consideravam como inimigos.

Os textos de execração mais antigos que se conhecem datam da época do Império Antigo. As inscrições eram feitas a tinta vermelha e continham os nomes dos povos, tribos, líderes políticos, assim como de localidades da Núbia, Líbia e Síria e Palestina. Alguns destes textos nomeiam também egípcios, na sua maioria funcionários, que provavelmente estariam envolvidos em conspirações contra o país.

Os textos "funcionavam" quando se partia o objecto numa cerimónia ritual na qual participava o faraó, acompanhado por vezes pela rainha e pela corte. Numa vala perto da fortaleza de Mirgissa, na Núbia, encontraram-se fragmentos de cerâmica e cerca de 350 figurinhas que estariam relacionadas com este ritual. As figurinhas, que por vezes não tinham braços ou tinham os braços atados nas costas, eram queimadas e depois enterradas.

Durante o reinado de Ramessés III, um grupo de cortesãos e soldados tentou matar o faraó. O plano dos conspiradores não foi executado com sucesso, tendo estes sido presos e julgados. Contudo, os registos do processo revelam que um dos conspiradores conseguiu arranjar um livro de magia da biblioteca real, tendo utilizado os ensinamentos contidos na obra para criar figurinhas com inscrições que ele esperava serem capazes de incapacitar a guarda pessoal do faraó.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • PINCH, Geraldine - Magic in Ancient Egypt. University of Texas Press, 1995. ISBN 0-292-76559-2