Tornado em Piracicaba e na região de Campinas em 2006
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Tipo |
Tornados supercelulares F1-F2 |
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Duração |
5 minutos |
Ventos mais fortes |
±158km/h |
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Áreas afetadas | |
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Fatalidades |
1 óbito e ±15 feridos[2] |
Danos |
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O tornado em Piracicaba e na região de Campinas em 29 de março de 2006 foi um evento de múltiplos tornados que atingiram as cidades de Piracicaba, Santa Bárbara d'Oeste e Americana. Ao menos 3 plausíveis tornados ocorreram durante o período nos três municípios.
Tornado, Vendaval ou Ciclone?[editar | editar código-fonte]
Os danos verificados pela pesquisa decampo, a velocidade dos ventos (158 km/h registrado na estação da Esalq – Escola Superior de Agricultura “ Luiz de Queiroz”, USP em Piracicaba), os altos montantes pluviométricos de algumas estações próximas, o padrão espacial do episódio e o acompanhamento da situação sinótica, não deixam dúvidas de que se tratou de fato de eventos de tornado de intensidade F1, ainda que alguns órgãos de imprensa e centros de pesquisa tenham sido mais conservadores, registrando o evento como um vendaval ou até um ciclone - este último pouco consistente, dada a localização do evento e suas características em termos de sua rapidez, efemeridade e pequena abrangência espacial. Os depoimentos dos moradores e as informações levantadas pela imprensa auxiliaram, também, a identificação das características do fenômeno.
Repercussão em Piracicaba[editar | editar código-fonte]
O evento atingiu o município pouco antes do Meio-dia e a população percebeu-o como muito atípico, com ventos fortes e ruidosos e chuva intensa, reduzindo sobremaneira a visibilidade. O número de árvores caídas foi considerável; segundo levantamento efetuado pelas notícias publicadas em diários diversos correspondeu a mais de 3% do total da cidade – apenas no campus da Esalq, foram aproximadamente 500 árvores caídas e outras 400 no campus Taquaral da UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba). A prefeitura registrou 319 atendimentos de diversas naturezas, a maioria para corte de árvores que dificultavam a circulação e punham em risco patrimônios e a população. Segundo a imprensa local, foi decretado Estado de Emergência por 60 dias e os prejuízos urbanos foram na ordem de R$1.500.000,00. A produção de Cana-de-açúcar foi prejudicada, com 350 mil toneladas tombadas. Alguns prejuízos são de estimativa mais difícil: no campus da Esalq, por exemplo, o fenômeno quebrou estufas, destelhou laboratórios e molhou equipamentos, comprometendo o andamento de diversas pesquisas. Dados de precipitação da estação meteorológica da Esalq indicaram ventos muito fortes, que atingiram o limite máximo do equipamento, de 158 km/h, e 30,0 mm de precipitação.
Repercussão em Santa Bárbara D'Oeste[editar | editar código-fonte]
Os trabalhos de campo revelaram a ocorrência de três tornados: o primeiro atingiu bairros urbanos e rurais por volta das 11.30h, o segundo afetou o bairro Nova Conquista e o terceiro, canaviais e um clube privado. O registro de tornados simultâneos não é incomum, tendo ocorrido no episódio de Criciúma, em janeiro de 2005 (NASCIMENTO EMARCELINO, 2005). Porém, o caso mais famoso é a clássica sequência de 148 tornados em 16 horas registrados em 13 estados do setor leste dos Estados Unidos e também no Canadá, em 3 e 4 de abril de 1974.
No caso do primeiro tornado, que afetou as zonas urbana e rural, o mapeamento revelou uma trajetória retilínea, com um setor mais intensamente afetado e outro adjacente nas bordas, comprometido secundariamente. Sua passagem acompanhou claramente o Ribeirão dos Toledos, de onde tirou sua energia. Um tornado registrado em 25 de abril de 2004 no município de Lençóis Paulista também acompanhou o curso dos rios. Entre os danos observados estão árvores arrancadas a partir da raiz ou retorcidas em alturas diversas, sendo notado que espécies similares nas proximidades, mas fora do rastro principal, permaneceram intactas. O evento danificou, também, várias edificações, que foram total ou parcialmente destelhadas e postes de iluminação foram partidos. Nas áreas adjacentes a esses locais mais atingidos foi reportado registro de ventos fortes que chegaram a provocar destelhamento; porém, não se configuraram como ocorrências "tornádicas".
Os moradores disseram que o dia amanheceu nublado, mas não houve nenhum tipo de prenúncio do que iria acontecer a partir das 11:00h, com aumento súbito da intensidade do vento. Repentinamente o céu tornou-se muito escuro, a visibilidade caiu e houve interrupção de energia elétrica em muitos bairros por várias horas, motivados por queda de postes e da fiação, sendo que em alguns locais a energia somente foi restituída após alguns dias. Os entrevistados citaram a ocorrência de chuvas fracas, mas sempre enfatizando que o grande problema foi o registro de fortes ventos. Na área rural, que passava por relativa estiagem, essas chuvas foram descritas como algo positivo. Após o término do fenômeno, as condições atmosféricas se estabilizaram e as chuvas cessaram.[3]
Ver Também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ http://repositorio.unicamp.br/Acervo/Detalhe/901142
- ↑ https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/74083
- ↑ Nunes, Luci Hidalgo; Candido, Daniel Henrique (30 de dezembro de 2008). «CONDICIONANTES FÍSICOS E IMPACTOS DOS TORNADOS DO FINAL DE MARÇO DE 2006 NO INTERIOR PAULISTA». GEOUSP Espaço e Tempo (Online) (2): 99–124. ISSN 2179-0892. doi:10.11606/issn.2179-0892.geousp.2008.74083. Consultado em 8 de maio de 2023