Tramaga
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Localização | ||||
Mapa de Tramaga | ||||
Coordenadas | ||||
município primitivo | Ponte de Sor | |||
História | ||||
Extinção | 28 de janeiro de 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 97,16 km² |
Tramaga é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Ponte de Sor, com 97,16 km² de área e 1 542 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 15,9 hab/km².
Foi oficialmente criada em 11 de Junho de 1993, por desmembramento da freguesia de Ponte de Sor. Pela última Reorganização administrativa do território das freguesias, de acordo com a Lei nº 11-A/2013 de 28 de Janeiro, esta freguesia juntamente com as freguesias de Ponte de Sor e Vale de Açor passou a constituir a freguesia de Ponte de Sor, Tramaga e Vale de Açor com sede em Ponte de Sor.
População[editar | editar código-fonte]
Nº de habitantes [1] | ||||||||||||||
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2001 | 2011 | |||||||||||||
1 732 | 1 542 |
Criada pela Lei nº 17-C/93, de 11 de Junho, com lugares desanexados da freguesia de Ponte de Sor
História[editar | editar código-fonte]
A Freguesia de Tramaga foi fundada por Decreto-Lei, datado de 11 de Junho de 1993. Derivou da freguesia de Ponte de Sôr, e apresenta os seguintes contornos geográficos: a norte, confronta com o limite sul do concelho de Abrantes, ao longo da estrada nacional n.° 367 até ao cruzamento com a estrada nacional n.º 2; a nascente, orienta-se em direcção ao ribeiro do Zambujinho que percorre até à foz na ribeira de Sor; a sul, estende-se a partir da foz da ribeira de Vale de Boi até ao limite das freguesias de Galveias e Montargil com esta última, confrontando-se ainda a poente com Foros do Arrão.
Tramaga dista da sua sede de concelho cerca de 3 km. Próxima da ribeira do Sôr e do ribeiro do Padrão ou das Ónias, foi conhecida durante muito tempo como aldeia da "Água de Todo o Ano".
Esta povoação, cuja história está intimamente ligada à história da freguesia de Ponte Sôr, fora certamente povoada no tempo dos romanos, que fundaram uma via militar, mais conhecida por estrada do Alicerce, e estivera subordinada ao poder da Ordem dos Templários.
Com a denominação de Água Todo o Ano, existia já no ano de 1864, tendo 11 fogos e 40 pessoas. A pequena aldeia era atravessada pela antiga e movimentada estrada de Montargil. A proximidade com essa via de comunicação e ainda o aforamento e povoamento de terras, que foram divididas em glebas, trouxeram-lhe prosperidade.
O nome de Tramaga foi-lhe dado pelo povo, não há muitos anos. Primo Pedro da Conceição Freire Andrade explica a mudança de nome, do modo seguinte. "O lavrador do Cansado, António Manuel Rocas, passava por ali, quase diariamente, para ir a sua herdade. Um dia, em conversa com um habitante do lugar, apreciavam o desenvolvimento que esta estava tomando. o seu interlocutor afirmava que, a continuar assim, a povoação dentro em pouco se tornaria numa aldeia, ao que aquele redarguiu, em tom depreciativo: - Ora, Aldeia de Tramaga!"
O motivo que terá levado a tão imediata denominação, com a qual rapidamente o povo se familiarizou, deveu-se à abundância de tramagas na aldeia. O autor citado refere que as próprias instituições oficiais a aceitaram, sem relutância, e "nem sequer esperaram que o Governo sancionasse, como era necessário, a mudança de nome".
A povoação foi crescendo e apropriando-se lugares, como Caldeirão e Casas Novas. Desenvolveu a sua indústria de carvão de lenha, a extracção de cortiça, a própria indústria de pré-esforçado, o cultivo da azeitona e a produção de tabaco e ainda o pequeno comércio tradicional.
O moinho novo de Tramaga, localizado na margem esquerda do Sôr, recorda o trabalho de dezenas de gerações de moleiros que, outrora, faziam a farinha para os seus fregueses. É um moinho antigo, embora lhe chamem novo, porque fora certamente o último a ser construído na linha de moinhos localizada ao sul da vila, entre Sobreira e Tramaga. Pedro P. da Conceição Freire de Andrade, referia que no local onde o Moinho Novo se situa, existia um admirável pego, com grande abundância de peixe, óptimo para a pesca à cana.
Dados gerais[editar | editar código-fonte]
- Festas e Romarias: Festa da Páscoa e Senhor da Fonte Santa.
- Património Cultural Edificado: Igreja Matriz, moinho novo da Tramaga, capela do Monte Velho e capela do Senhor da Fonte Santa.
- Outros locais de interesse turístico: Pousada de Monte de Marvila (turismo de habitação).
- Gastronomia: Achegã grelhado, lebre, coelho bravo à caçador, assado na brasa com arroz, perdiz, pombo bravo e matança do porco.
- Artesanato: Objectos em madeira e cortiça, "couchos" e tapetes de Arraiolos.
- Colectividades: Grupo Desportivo Recreativo e Cultural de Tramaga.
Património[editar | editar código-fonte]
A antiga freguesia de Tramaga é detentora de um património edificado de interesse cultural. A título de exemplo, destaca-se, neste ponto, a Igreja Matriz, a capela do Monte Velho e a capela do Senhor da Fonte Santa. Na Margem esquerda do rio Sôr, localiza-se o chamado moinho novo de Tramaga, que é um digno representante da tradição de moleiros locais.
A Gastronomia da região, o artesanato de objectos de madeira e cortiça, de "cochos" e tapetes de Arraiolos, as actividades desportivas de caça e pesca, para além do que já mencionado centro de equitação e da Pousada de Marvilla são referências importantes numa enumeração, ainda que incompleta, dos principais pólos de atracção turística da freguesia. As unidades de Turismo em espaço rural e a pousada de Marvilla compõem a oferta hoteleira de Tramaga.
Equipamentos[editar | editar código-fonte]
- Junta de Freguesia de Tramaga
- Extensão de Saúde de Tramaga
- EB 1 de Tramaga
- Jardim de Infância de Tramaga
- Multibanco de Tramaga
Referências
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes