Galveias

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 Nota: Para o palácio lisboeta, veja Palácio Galveias.
Portugal Portugal Galveias 
  Freguesia  
Símbolos
Brasão de armas de Galveias
Brasão de armas
Localização
Galveias está localizado em: Portugal Continental
Galveias
Localização de Galveias em Portugal
Coordenadas 39° 9' 27" N 7° 59' 52" O
Região Alentejo
Sub-região Alto Alentejo (sub-região)
Distrito Portalegre
Município Ponte de Sor
Código 121301
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 79,75 km²
População total (2021) 1 022 hab.
Densidade 12,8 hab./km²
Outras informações
Orago São Lourenço
Sítio http://jfgalveias.pt/

Galveias é uma freguesia portuguesa do município de Ponte de Sor, com 79,75 km² de área[1] e 1022 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 12,8 hab./km².

Foi vila e sede de concelho entre 1538 e o início do século XIX. O município era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1 112 habitantes.

Localização no Concelho de Ponte de Sor

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Galveias[3]
AnoPop.±%
1864 1 417—    
1878 1 478+4.3%
1890 1 634+10.6%
1900 1 815+11.1%
1911 2 322+27.9%
1920 2 466+6.2%
1930 2 530+2.6%
1940 2 695+6.5%
1950 2 815+4.5%
1960 2 535−9.9%
1970 1 802−28.9%
1981 1 738−3.6%
1991 1 633−6.0%
2001 1 429−12.5%
2011 1 061−25.8%
2021 1 022−3.7%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 181 158 606 484
2011 108 102 471 380
2021 100 70 467 385

História[editar | editar código-fonte]

A freguesia de Galveias é uma importante povoação do concelho de Ponte de Sor e encontra-se situada na encosta de uma colina fértil, na margem esquerda do rio Sor, distando cerca de 12km da sede de concelho.

Galveias tem uma extensa história, desde a sua fundação até à atualidade, chegando a ser um concelho independente.

A história atribui a sua fundação a Frei Lourenço Afonso, mestre da Ordem de Avis, em 1342.

A 1 de Janeiro de 1512, a povoação beneficiou do foral de Avis, dado em Santarém por D. Manuel I. Contudo, em 1538, D. João III elevou-a à categoria de vila.

Em termos eclesiásticos, esta freguesia, foi um priorado da Ordem de Avis, daí resultar a sua riqueza a nível de património religioso.

Em termos económicos, a agricultura ocupa o lugar de destaque como a atividade dominante, da população de Galveias. Repare-se, na importância das tradições e lendas que se confere às laranjas e ao galo que ainda hoje, estão associadas a Galveias, a ponto de se encontrarem no seu próprio brasão.

É também importante referir o azeite e o vinho Marques Ratão, produzidos e comercializados pela Junta de Freguesia de Galveias, que homenageiam esta família que tanto deu a esta freguesia.

Em termos culturais, ganha destaque nesta freguesia a Banda de Música da Sociedade Filarmónica Galveense.

Figuras importantes na história desta freguesia foram os condes das Galveias. Foi primeiro conde deste título D. Dinis de Melo e Castro, em 1691. Houve dez nobres deste título em Galveias, o último do qual faleceu em 1940.[5]

Lendas[editar | editar código-fonte]

Menina do Laranjal (Resumo)[editar | editar código-fonte]

Em certas regiões, havia o costume de preparar um galo para cantar na missa de natal, sendo escolhido um dos melhores e possuía um tratamento especial. Na Vila Nova do Laranjal, também existia essa tradição e dava-se o galo a guardar ao melhor homem da terra.

Certo ano apresentaram-se ao Meirinho (magistrado), dois homens vaidosos, disputando esse lugar de honra. O primeiro disse que era o melhor da terra, o segundo afirmou o mesmo com convicção. O Meirinho resolveu intervir para evitar conflitos e em voz pausada perguntou, se podiam apresentar testemunhas das virtudes que apresentavam. Ambos disseram ao mesmo tempo que era a – Menina do Laranjal.

Surgiram duvidas e o Meirinho mandou chamar a Menina do Laranjal, uma jovem muito acreditada e uma das mais bonitas da região. Era órfã e vivia com uma tia – uma velha senhora e quando recebeu a notícia ficou pasmada, porque não conhecia nenhum dos homens. A jovem perante esta situação não sabia que fazer e pediu a opinião à tia. Esta disse-lhe que escolhesse o mais rico, pois a Menina do Laranjal com toda a sua pureza, disse-lhe que o dinheiro podia comprar muita coisa mas nunca o amor.

Quando chegaram junto do Meirinho os dois homens; o primeiro pediu logo para falar com a menina e ela acedeu, o segundo aproximou-se da tia e ficou a falar com esta em voz baixa. O Meirinho perguntou à menina, qual dos dois era o seu noivo e esta disse-lhe que só o primeiro lhe tinha falado em amor. O outro reagiu e disse que já tinha falado com a tia e tinha pedido a Menina do Laranjal em casamento. O Meirinho olhou para ambos e disse que o primeiro era o mais honesto, a quem entregou o galo.

O homem escolhido e que tinha tomado conta do galo instalou-se nos aposentos da noiva e preparavam-se para o casamento. O pretendente vencido não desistia e só pensava na vingança. Na véspera de Natal o galo desapareceu, o burburinho foi enorme e o Meirinho foi obrigado a tomar medidas urgentes e mandou prender o responsável pelo galo. O protesto do homem acusado e da Menina do Laranjal juravam inocência, mas de nada lhes servia. O povo implacável pedia justiça.

Entretanto, no meio da multidão o outro homem mostrava ares de satisfação. O Meirinho mandou preparar a forca para que o castigo servisse de exemplo e o prisioneiro desesperado esperava pela sua ultima hora.

A Menina do Laranjal, apaixonadamente tentava acalmá-lo e tinha esperanças de que um milagre ía acontecer. O homem agradecia com todo fervor abraçado à noiva.

O condenado já perante a forca, lembrou-se que o galo cada vez que via a menina do Laranjal e a sua tia, normalmente cantava. Então pediu para que estas subissem ao alto da torre da igreja. De súbito, no meio de todo aquele silêncio impressionante ouviu-se o galo a cantar por várias vezes. O homem estava prestes a ser enforcado e gritou emocionado: "O galo vê-as!, O galo vê-as!"

A Menina do Laranjal e o Homem Bom, encheram-se de alegria agradecendo o milagre ao Menino Jesus, quanto à senhora sua tia e o homem rejeitado desapareceram. Perdurando na tradição o nome da terra deixou de ser – Vila Nova do Laranjal e passou a chamar-se como ainda hoje – Galveias.[6]

Lugares[editar | editar código-fonte]

A freguesia de Galveias é constituída pelos lugares de Galveias e Ribeira das Vinhas.

Património religioso[editar | editar código-fonte]

Outras atrações[editar | editar código-fonte]

  • Oásis Parque Aquático

Equipamentos[editar | editar código-fonte]

  • Junta de Freguesia de Galveias
  • Extensão do Centro de Saúde de Galveias
  • Escola EB1 de Galveias

Galveenses ilustres[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  5. Galveias, Freguesia de. «Freguesia de Galveias». Freguesia de Galveias. Consultado em 16 de novembro de 2019 
  6. Marques, Gentil (1962) [1962]. Lendas dos nomes das terras. Lendas de Portugal. Volume I. Porto: Editorial Universus. pp. 37–42. Resumo divulgativohttp://www.jfgalveias.pt/resenha-historica 
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