União Congregacional pelo Sufrágio Feminino

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Congressional Union for Woman Suffrage
(CU ou CUWS)
Tipo ONG
Fundação Abril de 1913
Extinção 1916
Propósito "Para aprovar uma emenda à Constituição dos Estados Unidos emancipando as mulheres " e a Emenda dos Direitos Iguais
Sede Washington, DC
Organização Alice Paul e Lucy Burns
Membros do CUWS segurando escovas na frente de um grande outdoor, 1914.
Reunião em cafeteria, New York, 1915.

A União Congregacional pelo Sufrágio Feminino (em inglês: Congressional Union for Woman Suffrage foi uma organização política formada em 1913 liderada por Alice Paul e Lucy Burns[1] para lutar por uma emenda à Constituição dos Estados Unidos garantindo o sufrágio feminino. Ela foi inspirada no movimento sufragista do Reino Unido, que Paul e Burns haviam participado. Sua campanha contínua atraiu a atenção dos parlamentares e, em 1914, elas foram bem-sucedidas em forçar a emenda ao plenário pela primeira vez em décadas.[2][3]

Início[editar | editar código-fonte]

Alice Paul criou a União Congregacional (CU) após se juntar à National American Woman Suffrage Association (NAWSA) e conquistou liderança no seu Comitê Congregacional.[4] A União Congregacional teve início para ajudar o Comitê Congregacional da NAWSA, e suas participantes eram parte desse comitê. A CU compartilhava o seu objetivo principal com a NAWSA, que era aprovar a emenda à Constituição que desse às mulheres o direito ao voto.[5] No início, a CU trabalhou dentro da NAWSA para fortalecer o Comitê Congregacional, que estava em declínio. Em março de 1913, depois de perceber o volume de trabalho a ser feito, a CU passou a se encarregar de suas próprias operações e financiamentos, mas ainda permaneceu filiada à NAWSA. No outono de 1913, Carrie Chapman Catt, presidente da NAWSA, acusou a CU de insubordinação e irregularidades financeiras, alegações que ela posteriormente retirou.[3] As estratégias das duas organizações eram conflitantes e a liderança da NAWSA se sentia ameaçada.[3] Em dezembro de 1913, a NAWSA selecionou um novo Comitê Congregacional e cortou formalmente os laços com a CU.[5]

Iniciativa[editar | editar código-fonte]

A União Congregacional pelo Sufrágio Feminino apelou às mulheres jovens com uma nova abordagem na luta pelo sufrágio feminino, inspirada nas sufragistas britânicas.[3] Alice Paul acreditava que as mulheres não deviam ter que implorar pelos seus direitos.[6] Paul apresentou alguns dos métodos militantes usados pela União Política e Social das Mulheres na Grã-Bretanha para a CU e seus membros.[7] Isso incluiu ações diretas, organização de grandes manifestações e protestos diários em frente à Casa Branca.[3][7] A CU tinha 4 500 membros e arrecadou mais de cinquenta mil dólares em fundos em 1914.[7] Com o passar do tempo, os esforços de centenas de membros levaram à prisão e, às vezes, à condenação de alguns membros.[5]

Organização[editar | editar código-fonte]

A sede da União Congregacional estava localizada na F Street em Washington, D.C., perto do Willard Hotel, em um escritório bem visível que elas próprias pagavam.[2][5] Elas começaram "escolas de sufrágio" para mulheres para espalhar a consciência sobre sua causa e realizaram várias reuniões todos os dias.[2] A CU nunca foi organizada por estados ou distritos, mas havia diferentes filiais da organização em vários estados. A sede em Washington era fundamental para o trabalho, mas também era uma organização móvel.[5] A CU publicou um jornal chamado The Suffragist, apresentando artigos de membros proeminentes, incluindo Alice Paul, Lucy Burns e Inez Milholland. O jornal empregou Nina E. Allender como sua cartunista principal e também publicou cartuns de artistas como Cornelia Barns, Boardman Robinson e Marietta Andrews.[7]

Campanha[editar | editar código-fonte]

A União Congregacional fez campanha ativamente por uma emenda constitucional garantindo o sufrágio universal feminino. Seguindo os métodos usados pelas sufragistas na Grã-Bretanha, a CU culpou totalmente o partido da maioria pelo fracasso em promover a Emenda do Sufrágio Federal.[5] O partido majoritário na época era o Partido Democrata, e o democrata Woodrow Wilson era o presidente. Os membros viajaram para o oeste e fizeram campanha contra os democratas na esperança de impedir sua reeleição. Elas até fizeram campanha contra os democratas que aprovaram o sufrágio feminino, apesar das críticas da NAWSA. Elas viajaram pelo oeste de trem enquanto usavam uma série de táticas para aumentar sua visibilidade, e seus discursos suspeitos atraíram a atenção dos repórteres. Sua campanha resultou na derrota de vinte democratas que apoiavam o sufrágio, para grande consternação da NAWSA.[2]

Partido Nacional da Mulher[editar | editar código-fonte]

A União Congregacional criou o Partido Nacional da Mulher em uma reunião em Chicago em 1916.[2] O partido incluía membros da União Congregacional, e Alice Paul estava no comando.[2][4] Um Comitê de Campanha foi formado dentro do partido, com Anne Martin servindo como presidente.[5] Em 1917, as duas organizações se uniram oficialmente para formar o Partido Nacional da Mulher (NWP) e elegeram Alice Paul como sua presidente.[4][5]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Frost-Knappman, Elizabeth; Cullen-DuPont, Kathryn (2005). Women's Suffrage in America. [S.l.]: Infobase Publishing. 301 páginas. ISBN 978-0-8160-5693-4. Consultado em 21 de Fevereiro de 2011 
  2. a b c d e f Weatherford, Doris (1998). A History of the American Suffragist Movement. Santa Barbara: The Moschovitis Group. pp. 197–205. ISBN 1576070654 
  3. a b c d e Mead, Rebecca (2004). How the Vote Was Won: Woman Suffrage in the Western United States, 1868–1914. New York: New York University Press. pp. 164–165. ISBN 0814757227 
  4. a b c «National Woman's Party». Sewall-Belmont House & Museum. Consultado em 7 de Abril de 2015 
  5. a b c d e f g h Buhle, Paul; Buhle, Mari Jo (1978). The Concise History of Woman Suffrage: Selections From History of Woman Suffrage. Urbana: University of Illinois Press. pp. 424–429. ISBN 0252006690 
  6. Kraditor, Eileen (1965). The Ideas of the Woman Suffrage Movement, 1890–1920. New York: Columbia University Press. pp. 231–233. ISBN 0393014495 
  7. a b c d Simpkin, John (1 de Agosto de 2014). «Congressional Union for Women Suffrage». Spartacus Educational. Spartacus Educational Publishers Ltd. Consultado em 31 de Março de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre União Congregacional pelo Sufrágio Feminino