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Nelson da Nobrega Fernandes
Nascimento 09/09/1955
Rio de Janeiro
Morte 26/06/2014
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasil Brasileira
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universitat de Barcelona
Orientador(es)(as) Iná Elias de Castro
Campo(s) Geografia Humana
Tese 2001: Escolas de Samba no Rio de Janeiro: Sujeitos celebrantes, Objetos celebrados.

Nelson da Nobrega Fernandes (Rio de Janeiro, 09/09/1955 – 26/06/2014) foi um geógrafo brasileiro.

Nascido e criado em Cascadura no Rio de Janeiro, filho de uma dona de casa pernambucana e de um marinheiro sergipano, formou em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aluno do ensino público se formou técnico em Química (1975) pelo Instituto Federal de Química do Rio de Janeiro. Durante o curso participou do grêmio escolar, foi redator dos jornais O Ronco e Tick[1] e desenvolveu capacidade artística para criar poemas e poesias, onde se destacam como temáticas: seus questionamentos existenciais, sua vivência na cidade do Rio de Janeiro e em especial sua geografia[2].

Desta experiência resultou em sua escolha pelo ingresso no vestibular ao curso de Geografia da UFRJ. Foi professor do ensino fundamental e médio em escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, como também de faculdades privadas como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) e as Faculdades Integradas Simonsen (1980-2003).

Foi técnico (1988-2003) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tendo trabalhado nos setores envolvidos com as seguintes temáticas: evolução e proteção de sítios históricos, cultura imaterial, normas e legislação de sítios históricos tombados e evolução urbana do Rio de Janeiro na segunda metade do século XX.[3]

Mestre pela UFRJ (1996) com a dissertação “O Rapto Ideológico da Categoria Subúrbio. Rio de Janeiro 1858-1945”[4], quando analisa a formação dos subúrbios cariocas e a construção de um conceito “carioca” de subúrbio que assume um significado próprio e local.[1] Este estudo desenvolvido por Henri Lefebvre[5] advoga a existência de um processo e formação de um conceito, fruto do que denominou como “rapto ideológico”. Este corresponde a uma mutação sobre o significado do conceito original. Tal processo ocorre em função de um contexto histórico e local que o re-significa, sob a égide de uma grande transformação política e ideológica.

No caso específico do Rio de Janeiro, sob um forte conteúdo ideológico que afasta o conceito tradicional de subúrbio e que o desloca de sua original conceitual e consequentemente funcional. Para tanto a pesquisa se baseia nas relações entre teoria e ideologia na reprodução do conceito carioca de subúrbio; de sua produção e sentidos.

A produção do conceito carioca do subúrbio revela ainda como se produziu um linguajar que remete ao subúrbio uma referência do lugar do trem e da ferrovia, do baixo rendimento dos moradores, por sua falta de cultura ou sofisticação. Tudo isto condensado numa perspectiva caricatural do suburbano.

Cursou Doutorado na UFRJ (1996-2001) com estágio na Universitat de Barcelona (1998), onde também realizou o estágio pós-doutoral (2013).

A tese de Doutorado produziu a pesquisa “Escolas de Samba no Rio de Janeiro: Sujeitos celebrantes, Objetos celebrados”[2]. Este estudo tem por mérito analisar a criação das escolas de samba no Rio de Janeiro como fruto de um processo de manifestação cultural popular que vinha acontecendo na cidade desde seus primórdios e das diversas formas de celebração do entrudo e do carnaval. Realça as localizações geográficas e a capacidade criativa dos moradores de favelas e bairros populares na formação e origem das escolas de samba.

Destaca o período de formação e consolidação das escolas de samba e historiciza suas formas de organização e hierarquias na apresentação dos desfiles. Este processo é fruto da emergência de líderes culturais e artistas e de seus diálogos com a comunidade residente que com o objetivo de montar o desfile, trabalham em conjunto para desenhar sua coreografia e valorizar sua produção musical, o samba. Esta ordem e organização há de respeitar e valorizar o ritmo da apresentação adequado ao espaço público e a apresentação de um enredo, este frequentemente relacionado aos temas nacionais ou de moda então.

Deste processo são criados a cuíca e o surdo, o mestre sala e a porta bandeira, a ala das baianas e demais alas representativas do ritmo do samba e dos músicos de então. Ritmo este que será alterado substancialmente com o televisionamento dos desfiles e a inclusão do cronômetro no controle do tempo de apresentação de cada escola de samba.

Sua pesquisa de pós-doutoramento esteve relacionada aos territórios militares no espaço da cidade,[3] como sujeitos fundamentais e especiais na construção de infraestruturas funcionais na produção do espaço urbano.[4]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «FlipBook». infosil.net.br. Consultado em 10 de maio de 2018 
  2. «FlipBook». infosil.net.br. Consultado em 10 de maio de 2018 
  3. FERNANDES, Nelson da Nobrega (2012). Capitalismo e morfologia urbana na longa duração: Rio de Janeiro (Séculos XVIII-XXI). p. 1-282.: Ed.UFF 
  4. FERNANDES, Nelson da Nobrega. O rapto ideológico da categoria subúrbio.Rio de Janeiro 1858-1945. 2011: Apicuri 
  5. LEFEBVRE, Henri (1991). O direito à cidade. São Paulo: Ed. Moraes