Saltar para o conteúdo

Usuário(a):AIFFNUNES/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Quinta da Serra teve como fundador Henry Veitch. É o local onde pode encontrar a árvore mais alta da ilha da Madeira. A Quinta da Serra é um local rico em lendas[1].

História[editar | editar código-fonte]

A Quinta do Jardim da Serra foi mandada construir por Henry Veitch em 1809. Esta belíssima quinta está situada na freguesia do Jardim da Serra. O nome desta freguesia provém do facto de Henry Veitch ter construído nos arredores da casa um belo jardim, conhecido como “jardim da serra” pelo facto de se encontar a 800m de altitude.

Henry Veitch[editar | editar código-fonte]

Henry Veitch nasceu no dia 2 de Julho de 1782 em Selkirk na Escócia e morreu a 7 de Agosto de 1857 no Funchal. Henry Veitch foi nomeado cônsul da Grã-Bretanha, no período das invasões napoleónicas. Deixou a sua marca na história arquitectónica da ilha devido à construção de vários edifícios em forma de castelo nomeadamente a Quinta Deão (posteriormente destruída criminalmente), as Instalações do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira na Rua 5 de Outubro, a Quinta da Calaça onde hoje se encontra a sede do Clube Naval do Funchal e finalmente a Quinta do Jardim da Serra, onde aliás se encontra o seu túmulo onde foi sepultado juntamente com o seu cão.

Descrição da Quinta[editar | editar código-fonte]

A Quinta do Jardim da Serra encontra-se na freguesia do Jardim da Serra. A quinta foi edificada em 1809, fica localizada a meio do vale, de cada lado corre um ribeiro. Foi nesta quinta que o chá “Camelia sinensis” foi introduzido e começou assim uma tentativa de introdução da cultura do chá. Para além do chá Henry Veitch mandou introduzir várias espécies de árvores. Podemos encontrar eucaliptos, carvalhos, plátano, til, vinháticos, pau-branco, loureiros e outros colossos. A título de curiosidade, é nesta quinta que se encontra a árvore mais alta da ilha da Madeira, um eucalipto com 64 metros de altura. A casa cor de rosa que se encontra no meio da quinta, com os seus magníficos lintéis em semicírculo que adornam as janelas não passa despercebida. À entrada encontramos um painel em azulejo onde podemos ler a seguinte frase de Eça de Queirós: “Aqui vimos! Aqui vimos. E sempre Contigo fiquemos, Serra tão acolhedora; Serra de fartura e de paz, Serra Bendita entre as Serras!” (in Eça de Queirós, A cidade e as Serras). Em redor da casa podemos contemplar um extenso jardim e um pequeno lago onde se acredita que houve uma luta titânica que amaldiçoou os peixes que nele habitam tornando-os pretos, vermelhos e híbridos de duas cores. Num recanto mais escondido, atrás da casa encontramos o mausoléu onde Henry Veitch foi sepultado juntamente com o seu cão. No obelisco podemos ler a inscrição “HERE LIE THE MORTAL REMAINS OF HENRY VEITCH H.B. MAGESTY’S AGENTE AND CÔNSUL GENERAL IN THE ISLAND FROM 1809 TO 1836 BORN AT 2ND OF JULY 1782 DIED AT MADEIRA 7TH AUG. 1857 HE BUILT THIS QUINTA DO JARDIM DA SERRA AND THEREIN SELECTED THIS RESTING PLACE FOR HIS MORTAL REMAINS THIS TABLET ERECTED AS A TRIBUTE TO HIS MEMORY BY HIS WIDOW”.

A quinta sofreu obras de recuperação e hoje é utilizada para fins turísticos. Possui 52 quartos, uma piscina interior, jacuzzi, ginásio, campo de ténis e um restaurante.

Henry Veitch[editar | editar código-fonte]

Henry Veitch nasceu a 2 de Julho de 1782. Filho de John Veitch e de Barbara Ainslie. É natural de Selkirk na Escócia. Casou duas vezes, a primeira com Margaret Antoinette Harrison e a segunda com Carolina Joaquina de Freitas Veitch, tendo tido descendência de ambas. Começou a exercer funções no Funchal em 1799 como assistente do consulado britânico onde mais tarde veio ele próprio a ser cônsul substituindo Joseph Pringle em Abril de 1809. Apesar do cargo que ocupava, Henry Veitch manteve-se numa posição amigável de modo a não levantar conflitos com as autoridades locais nem gerar conflitos com os seus habitantes.

           Em Agosto de 1815 Henry Veitch foi a única pessoa da Madeira a ter autorização de entrar a bordo do HMS Northumberland onde teve contacto com Napoleão Bonaparte. Henry Veitch ofereceu a Napoleão várias frutas, doces e vinhos velhos.

           Em 1828, aquando da guerra civil entre liberais e absolutistas, que mais tarde levou à tomada de posse destes últimos, os liberais ficaram em perigo. As casas de Henry Veitch serviram de asilo para muitos perseguidos. Esta ação levou à suspensão das suas funções como cônsul inglês. Mas se foram as suas relações de amizade política que o afastaram do seu posto, foram também essas mesmas relações que o fizeram recuperar o cargo em Fevereiro de 1832, desta vez este foi o seu último exercício consular que acabou em 1836. Este afastamento definitivo deveu-se ao seu desinteresse pelas relações com Inglaterra e a disputas com os seus superiores pois havia perdido a sua autonomia, viu os seus rendimentos consolares reduzirem e discordava em relação a algumas decisões políticas seguidas por Londres no que concerne à inserção da Madeira nos impérios britânico e português. Apesar de todo é de notar o esforço de Henry Veitch para garantir a paz interna e garantir transições de poder pacíficas. Veitch protegeu a ilha da Madeira de uma guerra civil sangrenta e também desenvolveu focos internos de conflito armado.

Para além de cônsul, Henry Veitch era comerciante de vinhos, focando-se na casta sercial, tendo enriquecido com o abastecimento de navios.

Henry Veitch era apaixonado pela Madeira, e nela investiu uma parte considerável da sua fortuna construindo diversos edifícios com uma arquitetura caraterística (a Quinta Deão, as Instalações do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira na Rua 5 de Outubro, a Quinta da Calaça onde hoje se encontra a sede do Clube Naval do Funchal e finalmente a Quinta do Jardim da Serra).

Em 1837 torna-se presidente da Sociedade de Corridas Funchalenses e em 1844 oferece um plano para a construção de um cais na baía do Funchal.

Seguido por uns e detestado por outros, acabou por se revelar um elemento essencial para uma boa relação entre a comunidade britânica e os madeirenses.

Faleceu aos 75 anos, na Madeira, a 7 de Agosto de 1857. Os seus restos mortais encontram-se na Quinta do Jardim juntamente com os do seu cão.

Lendas da Quinta[editar | editar código-fonte]

A Lenda do Imperador[editar | editar código-fonte]

No início do século XIX o quotidiano naquela terra que mais tarde viria a ser conhecida como Jardim da Serra, o quotidiano de muitos era determinado por poucos.

Diz-se que Henry Veitch pertencia a uma sociedade secreta que supostamente se reunia na sua quinta todas as últimas sextas feiras de cada mês. Aparentemente numa destas reuniões estavam presentes Napoleão Bonaparte e sua esposa Josephine.

Aquilo que se pode afirmar é que Napoleão esteve de passagem na ilha, a bordo do navio Northumberland que o levaria ao seu destino final, Santa Helena. A viagem começou no dia 7 de Agosto de 1815 e o navio chegou a Santa Helena a 15 de Outubro de 1815.

No dia 23 de Agosto de 1815, aquando da passagem do navio pela Madeira, Henry Veitch foi a única pessoa com autorização para subir a bordo do navio e a poder visitar Napoleão. Dizem que esta autorização foi dada devido ao facto de Henry Veitch ser a única pessoa que ainda continuava a tratar Napoleão por sua majestade enquanto todos os outros apenas o reconheciam por General.

Conta a lenda que Henry Veitch conseguiu que Napoleão Bonaparte e a sua esposa Josephine desembarcassem em segredo e visitassem a quinta de Veitch no Jardim da Serra. Aqui existiam jardins lendários, com extensos labirintos de buchos verdejantes e camélias. Josephine gostou muito de passear nesses jardins que lhe relembravam os tempos de esplendor e de glória.

Napoleão e Josephine foram instalados nos melhores quartos e foram servidos da melhor forma que os criados sabiam. Veitch ofereceu os seus préstimos a Napoleão que por sua vez se demonstrou interessado em receber alguns livros, fruta, chá, doces e vinhos. Napoleão terá mandado luíses em ouro que Veitch colocou na pedra angular da igreja anglicana que mais tarde foi construída no Funchal.

A Lenda da Quinta[editar | editar código-fonte]

Há muito muito tempo, um escocês que havia sido nomeado cônsul de Inglaterra na Madeira apaixonou-se por um lugar em específico localizado nas zonas altas de uma encosta. O cônsul ficou maravilhado com a natureza nesta zona e mandou construir uma casa cor de rosa perto do curso de água. Diz-se que o cônsul deixou Inglaterra para esquecer a morte da sua falecida esposa.

O cônsul preservou as árvores existentes na área circundante da quinta e também introduziu novas espécies. A plantação das árvores era feita apenas por mulheres pois dizia-se que as suas mãos transmitiam a fertilidade necessária para o desenvolvimento das plantas.

Entre estas mulheres estava uma jovem morena de olhos verdes, vestida de branco com um avental negro da terra. Esta jovem tinham um cheiro intenso nas mãos e confundido com tantas sensações o cônsul perguntou: “Menina de onde vem o perfume das suas mãos?”[1] Ao que ela respondeu “vem da planta que trago nas mãos”. O capataz interrompeu dizendo “É um eucalipto dos que encomendou da Oceânia… Pelo menos foi o que o homem da nau disse”.[1] O cônsul assistiu à plantação daquela árvore como se de um filho se tratasse. A jovem tímida transpirava não só do devido ao árduo trabalho, mas também devido à presença do cônsul, que era jovem e belo. Quando a jovem terminou a plantação da árvore, o cônsul despediu-se dela com um último olhar intenso, sem explicação. Uma das mulheres mais velhas disse “se a árvore crescer, como o que hoje aqui nasceu, não terá igual!”[1]. Um silêncio profundo pairou no ar somente interrompido por uma leve brisa.

Desde aquele dia o cônsul continuou com os seus passeios matinais que passaram a incluir passagem obrigatória pela zona onda a jovem trabalhava. Num dos seus passeios pelo jardim o cônsul encontrou a jovem a regar o eucalipto, aproximou-se dela, pediu-lhe permissão para pegar na sua mão olhou-a nos olhos e pediu-lhe que se encontrasse com ele ao fim de cada dia junto daquela árvore. Os dois apaixonaram-se e casaram em segredo.

Uma vez por ano o cônsul tinha de fazer uma viagem a Inglaterra, deixando a sua amada na ilha. Numa dessas viagens o cônsul disse que voltaria dentro de um ano, a jovem compreendeu, mas entristeceu. Para diminuir a saudade a jovem visitava o eucalipto todos os dias ao fim do dia. Passou um ano, dois, três, treze anos e o cônsul nunca voltou. Durante este período o eucalipto foi regado com as lágrimas da jovem e deixou de crescer.

Num dia chuvoso a árvore voltou a crescer e passada uma semana um bando de árvores atravessava agressivamente o vale e começou-se a ouvir um forte barulho que assustou a população. Com medo todos se reuniram na quinta até que parou de chover e à entrada da quinta surge o cônsul majestoso, montado a cavalo. A velha exclamou: “a árvore que une só parará quando esbarrar no céu!”.

Este eucalipto é a árvore mais alta da ilha da Madeira e dizem que quem a Quinta da Serra visitar e o eucalipto abraçar terá amor eterno.

Conclusão[editar | editar código-fonte]

A Quinta da Serra marca a história da ilha da Madeira tanto a nível arquitetónico como a nível social e cultural. Devido às suas dimensões muitos locais iam à quinta pedir emprego. As suas lendas dão um ar místico ao local.

Henry Veitch foi um grande influenciador na ilha da Madeira e deixou um vasto património arquitetónico e cultural.

Para todos aqueles que se interessem pelas raízes do local onde habitam ou visitam a passagem por esta bela quinta é obrigatória. Podem visitar os jardins e beber um chá no bar da quinta com uma maravilhosa vista sobre o vale.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d «As Lendas da Quinta». www.hotelquintadaserra.com. Consultado em 15 de maio de 2019