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Ética e moralidade[editar | editar código-fonte]

Mosaico das "garotas de biquini" na Villa Romana del Casale, Sicília.

Como muitas culturas antigas, os conceitos de ética e moralidade, embora compartilhem algumas semelhanças com a sociedade moderna, diferem bastante em vários aspectos importantes. Como civilizações antigas como Roma estavam sob constante ameaça de ataque de tribos saqueadoras, então sua cultura era necessariamente militarista, com habilidades marciais sendo um atributo valioso.[1] Enquanto as sociedades modernas consideram a compaixão uma virtude, a sociedade romana considerava a compaixão um vício, um defeito moral. De fato, um dos propósitos principais dos jogos de gladiadores era inocular os cidadãos romanos dessa fraqueza.[1][2][3] Em vez disso, os romanos apreciavam virtudes como coragem e convicção (virtus), o senso de dever para com o povo, moderação e evitar excesso (moderatio), perdão e compreensão (clementia), justiça (severitas) e lealdade (pietas).[4]


As virtudes atribuídas a homens e mulheres eram nitidamente diferentes, homens eram valorizados por virtudes ligadas à guerra e a política, como a coragem e convicção (virtus), firmeza de espírito (firmitas animi), firmeza (constantia) e paciência (patientia), e virtudes relacionadas as mulheres eram ligadas a vida doméstica, como castidade (pudicitia), modestidade (modestia) e obediência (obsequium)[5]

Ao contrário das concepções populares, a sociedade romana tinha normas bem estabelecidas e restritivas relacionadas à sexualidade, embora, como em muitas sociedades, a maior parte das responsabilidades recaísse sobre as mulheres. Esperava-se que elas fossem monogâmicas tendo apenas um marido durante a vida (univira). Esperava-se que as mulheres fossem modestas em público, evitando qualquer aparência provocativa e demonstrando absoluta fidelidade aos seus maridos (pudicitia). De fato, usar um véu era uma expectativa comum para preservar a modéstia. O sexo fora do casamento era geralmente desaprovado para homens e mulheres e, na verdade, chegou a ser ilegal durante o período imperial.[6] No entanto, a prostituição era vista de maneira totalmente diferente e, de fato, era uma prática aceita e regulamentada.[7]

  1. a b Astore, William. «Bread and Circuses in Rome and America». Consultado em 11 de agosto de 2017 
  2. Annual Editions: Western Civilization. 1 12 ed. [S.l.]: McGraw-Hill/Dushkin. 2002. p. 68. ... where compassion was regarded as a moral defect ... 
  3. Jackson, Michael Anthony (2004). Look Back to Get Ahead: Life Lessons from History's Heroes. [S.l.]: Arcade Publishing. p. 174. Gladatorial games were popular because the Romans actually believed that compassion was a vice and a weakness 
  4. Harvey, Brian K., ed. (2016). Daily Life in Ancient Rome: A Sourcebook. [S.l.]: Hackett Publishing Company. pp. 21–28 
  5. Hemelrijk, Emily A. (2004). «Masculinity and Femininity in the "Laudatio Turiae"». Cambridge University Press. The Classical Quarterly. 54 (1): 188. Consultado em 3 de agosto de 2022 
  6. Langlands, Rebecca (2006). Sexual Morality in Ancient Rome. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 3–20 
  7. Mathew Dillon and Lynda Garland. Ancient Rome: From the Early Republic to the Assassination of Julius Caesar. [S.l.]: Taylor & Francis, 2005. p. 382. ISBN 9780415224598