Usuário(a):Biatriz SSS/rascunho verbete

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Dörte Helm[editar | editar código-fonte]

Dörte Helm
Biatriz SSS/rascunho verbete
Autorretrato
Outros nomes Dörte Helm-Heise

Dorothea

Nascimento 3 de dezembro de 1898
Berlin-Wilmersdorf, Alemanha
Morte 24 de fevereiro de 1941 (42 anos)
Hamburgo, Alemanha
Nacionalidade Alemã
Progenitores Mãe: Alice Caroline
Pai: Rudolf Helm
Cônjuge Heinrich Heise
Filho(a)(s) Cornelia Dorothea Heise
Educação Kunsthochschule Kassel, Grand-Ducal Saxon Art School, Weimar, Bauhaus
Ocupação artista da Bauhaus

designer gráfica

pintora

designer de interiores

escritora

Página oficial
https://www.doerte-helm.de

Dörte (Dorothea) Helm ou também Dörte Helm-Heise (1898 - 1941) foi uma artista alemã da Bauhaus e artista independente. Designer gráfica, pintora, designer de interiores e escritora foram papéis que desempenhou ao longo da vida. Além disso, sua trajetória e obra também se destaca pela sua luta no direito das mulheres dentro da escola e abrir espaço para outras depois dela.

Começo da Vida[editar | editar código-fonte]

Nascida em 3 de dezembro de 1898 em Berlim-Wilmersdorf, filha do filólogo clássico e também professor Rudolf Helm (1872 - 1966) e de sua esposa judia Alice Caroline (1873 - 1947). Em 1910 concluiu os seus estudos na escola Berlin-Steglitz e depois ela e sua família seguiu o seu pai em Rostock após Rudolf Helm ter sido chamado para uma cadeira acadêmica na Universidade de Rostock. Dörte obteve certificado de elegibilidade para ensino superior no ‘’Lyzeum’’ em Rostock, onde estudou de 1913 a 1915 na Escola de Artes Aplicadas. Logo depois, segue os seus estudos na Academia de Artes Kunstakademie Kassel de 1915 a 1918. Em Kassel, Dörte faz um curso semestral na arte de modelar com CH Bernewitz e é aluna do pintor Ernst Odefey. Dörte também dá aulas particulares de desenho. Em 1918 Helm entra para na Academia de Belas Artes de Weimar em aulas gráficas com o professor Walther Klemm ficando até 1919.

Atuação na Bauhaus[editar | editar código-fonte]

Em 23 de junho de 1919, após a decisão do conselho de mestres, ela é admitida como ‘’aprendiz’’ na recém-fundada Staatlichen Bauhaus Weimar. Tem como primeiros professores os mestres Lyonel Feininger e Johannes Itten no curso preparatório ‘’Vorkurs’’. Na escola se envolveu na revista estudantil da Bauhaus ‘’Der Austausch’’ (o intercâmbio) que foi publicada em poucas edições ao longo de maio, junho e julho. Ainda nessa revista teve contribuições para os direitos iguais e o tratamento das mulheres na Bauhaus. No mesmo ano participou de um concurso da Bauhaus Signet, ganhando o 3° lugar. Em 1920 a Alemanha sofreu um golpe de Kapp e Dörte produz cartazes de propaganda política nas salas da Bauhaus para as vítimas do golpe[1]. Tem a primeira exposição em Rostock no mesmo ano. Dörte participa da oficina de murais no semestre de verão na Bauhaus e chega a ser suspensa por decorar com pintura a estátua de Adolf Brütt na praça em frente ao prédio da oficina da escola junto com os seus colegas alunos Heinz Borchers e Robert Franke, ato que o público conservador de Weimar desaprovou e por pressão a escola decidiu por suspendê-los pelo o ato que formalmente foi considerado ''imprudência e desrespeito’’. Porém, continuam estudando novamente no próximo semestre de inverno 1920/1921. Ainda nas contribuições de Helm na Bauhaus, ela trabalhou no projeto de Walter Gropius,Haus Sommerfeld, com implementação de uma grande cortina e também como consultora do projeto e contribuição organizacional para o design de interiores[2] e mais tarde em 1922 contribuiu para o layout e desenho de cores para a pintura do edifício Gropius ‘’Haus Otter’’.[3]

Entre 1921 e 1922 entra no curso de tipografia com Lothar Schreyer e conquista certificado de aprendizagem de pintura decorativa na associação de pintores e envernizadores da Câmara de Artesanato de Weimar. Dörte publica um livro infantil ‘’Im Märchenland’’ com versos escritos pelo o seu pai. Helm trabalha na oficina de tecelagem durante um ano aprendendo duas formas de tecer tapeçaria. No ano de 1923 acontece na Bauhaus uma grande exposição da escola em Weimar e Dörte participa com contribuições com uma tela de quatro partes com tecidos e uma decoração de paredes em desenhos de formas geométricas estritas. Também contribuiu como a única mulher a fazer um desenho para os cartões publicitários de 20 partes que promoviam a exposição.[4]

Em 2019 foi criada uma série de televisão de 6 episódios ["Die Neue Zeit "] ou como foi traduzido para o inglês "Bauhaus - New Era" sob direção de Lars Krause. A série dramatiza a vida de Dörte Helm misturando fatos reais em grande parte com ficcionais em seu período que passou na Bauhaus. Em entrevista, o diretor conta que a série tenta explicar o porquê Dörte não é muito conhecida, e como mulheres interessantes são esquecidas principalmente nesse período e sofreram um apagamento histórico ou colocadas nas sombras de homens. A série ainda nos faz refletir sobre a grande lacuna deixada mesmo depois da escola ter funcionado ao longo do século XX, de todas as mulheres que foram substituídas nas páginas de livros pelos seus colegas homens. Deixando as suas contribuições nesse período histórico esquecidas e não valorizadas.[5]

Obras[editar | editar código-fonte]

Pós Bauhaus[editar | editar código-fonte]

Em 1924 Dörte Helm retorna para Rostock, onde se tornou membro da Associação de Artistas de Rostock (Vereinigung Rostocker Künstler)[6] e da Associação Econômica de Artistas Visuais (Wirtschaftlicher Verband Bildender Künstler).Na primeira Helm contribui e participa em exposições anuais até 1931 e na segunda, atua como pintora e designer gráfica. Ainda em 1924 faz trabalhos autônomos como decoradora de interiores e pintura. Em 1925 tem estadias prolongadas em Ahrenshoop e no ano seguinte é responsável pelo o projeto e planta de um vitral abstrato - construtivista para casa de verão do amigo e editor Hinstorff, Perter E.Erichson[7] ( ‘’Am Schifferberg 10’’ em Ahrenshoop). No ano de 1927 faz uma exposição no Güstrower Heimatmuseum. Entre 1927 e 1928 trabalhou como Design de Interiores do Kurhaus em Warnemünde junto com o arquiteto Walter Butzek ( incluindo murais , que foram destruídos depois de 1933). Ainda em 1928 faz uma exposição especial na exposição anual do VRK dedicada à arquitetura. Faz viagens e estadias mais longas para a Suíça e Áustria e encontra o seu futuro marido, o jornalista Heinrich Heise (1899-1944). Em 1929 faz um projeto para o interior do refeitório da casa de estudantes da universidade de Rostock e participa na exposição ‘’Kunstblatt’’ de jovens artistas em Berlim. No ano de 1930 se casou com Heinrich Heise e tornando-se Dörte Helm-Heise e no mesmo ano participa na exposição ‘’Werbekunst’’ na sociedade de arte em Rostock. Dörte era também escritora e em 1931 acontece a estreia da sua peça de fábula ‘’Köning Drosselbart’’ no teatro da cidade de Rostock a qual também desenhou os cenários. E em 1932 mudou-se para Hamburgo. Do seu casamento com Heinrich nasce em 1938 sua filha Cornelia Dorothea.

Bauhaus e as Mulheres[editar | editar código-fonte]

Do século XVII até o final do século XIX mulheres eram proibidas de ingressar em instituições de Artes & Design como estudantes ou profissionais. Nota-se uma mudança notável no processo lento de inserção das mulheres no início do século XX, devido a duas grandes guerras na Europa e do bem sucedido movimento sufragista. Quando criada a Bauhaus devido a constituição de Weimar, concedia encorajamento e liberdade ilimitada à aprendizagem das mulheres. No entanto, era dificultada a seleção das alunas do que os alunos, e mesmo que aprovadas eram destinadas a uma ‘’classe feminina’’, ateliers que não indicavam perigo a profissão nos parâmetros da época[8]. Quando negadas a seguir outros caminhos dentro da universidade, diferente dos seus colegas homens, tinham como única alternativa as opções da oficina de tecelagem. Porém algumas mulheres alcançaram algumas posições de liderança em posições ditas masculinas, como por exemplo Marianne Brand[9] que assumiu o atelier de metalurgia, mas essa realidade duraria pouco. Á medida que o partido nazista ganhava poder e sob constante ataque na época, a escola se viu fazendo sacríficos para se manter aberta dispensando Gunta Stölzl, mestre em tecelagem e ex-aluna da Bauhaus que lecionava em Dessau. Sob o nazismo as mulheres alunas e profissionais tiveram as maiores dificuldades na procura de empregos e qualidade de vida. Com o antissemitismo no seu auge, alunas judias também não escaparam. Dörte era ‘’meio judia ‘’[10] e foi proibida de trabalhar por lei da Câmara de Cultural do Reich, mas continuou a ser escritora escrevendo sob pseudônimo e como arquiteta de interiores para amigos. Mesmo com as notórias mudanças para mulheres na época, apenas 30% dos estudantes da Bauhaus eram mulheres. Apenas 462 mulheres estiveram presentes nas sedes de Weimar, Dessau e Berlim entre 1919 e 1933, tempo em que a escola funcionou.[11]

Morte[editar | editar código-fonte]

Em 24 fevereiro de 1941, Dörte Helm morreu aos 42 anos devido a uma gripe. Em 2020 seus restos mortais são levados ao jardim feminino (Garten der Frauen) cemitério que lembra mulheres importantes na história de Hamburgo. Sua lápide foi modelada a partir de um assento em formato de cubo que havia desenhado em vida.[12]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Perrot, M. As mulheres ou os silêncios da história. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru, SP: EDUSC, 2005.
  • GROPIUS, Walter. Manifesto Bauhaus, Weimar, 1919
  • PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2013.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «A vida e Obra de Dörte Helm (em alemão)». Consultado em 26 de novembro de 2021 
  2. «Architecture (em inglês)». 26 de novembro de 2021 
  3. «Bauhaus 1919-1933: Workshops for Modernity». Consultado em 27 de novembro de 2021 
  4. «Foto;MoMa». Consultado em 27 de novembro de 2021 
  5. «Canneseries (em inglês)». Consultado em 26 de novembro de 2021 
  6. «Associação dos Artistas de Rostock (Em alemão)». Consultado em 27 de novembro de 2021 
  7. «Dörte Helm e Peter E.Erichson e seu parceiro Line Ristow pode ser encontrado no site Art Museum Ahrenshoop (em alemão)». Consultado em 27 de novembro de 2021 
  8. «Entre apagamentos e resistências no moderno a trajetória de mulheres na Bauhaus em classes não femininas» (PDF). Consultado em 27 de novembro de 2021 
  9. «Mulheres na Bauhaus». Consultado em 21 de novembro de 2021 
  10. «Vida e Obra de Dörte Helm (em alemão)» 
  11. «As Meninas da Bauhaus» (PDF) 
  12. «Jardim feminino (em alemão)». Consultado em 27 de novembro de 2021 

Links Externos[editar | editar código-fonte]