Usuário(a):Cecília Ritto/página de testes 2

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O legado da arquitetura da Roma Antiga é um importante lugar de memória da civilização romana. A longevidade e a extensão do Império Romano explicam o porquê de monumentos e edificações serem tão notáveis e numerosos em comparação com outras civilizações antigas. Construções importantes foram executadas na época da República e do Império. O Panteão, por exemplo, atravessou os séculos e chegou à atualidade em bom estado de conservação. O local erguido para servir de morada dos deuses, cujo diâmetro da planta baixa é igual à altura da cúpula, representa um dos marcos da engenharia e arquitetura romanas.

As estradas abertas pelos romanos também reforçam as técnicas sofisticadas de construção. É o caso da Via Appia, a mais famosa das estradas que saíam de Roma. Outro ponto de destaque da arquitetura da época são os aquedutos, exemplo da associação entre construção e funcionalidade. Eles propiciaram o abastecimento das cidades antigas com a chegada de água originária de colinas e montanhas a mais de 80 quilômetros de distância.

Algumas características da arquitetura da Roma antiga ainda hoje são usadas. Os aquedutos continuam a fornecer água para algumas vilas modernas. As abóbadas instaladas desde os tempos da Antiguidade Clássica pelos romanos ainda compõem alguns núcleos de casas. E o cimento, que começou a ser usado na época da República de Roma, ainda é importante elemento de construção.

História da arquitetura romana[editar | editar código-fonte]

As construções da Roma Antiga foram influenciadas pela arquitetura grega e etrusca. A herança da Grécia se deu através das ordens dórica e jônica- nomes de regiões gregas onde esses estilos eram mais empregados. Essas duas ordens correspondem, de forma geral, às colunas dos templos. O dórico, usado sobretudo no exterior de templos, acabou sendo mais frequente nas colônias gregas e no sul da Itália. O jônico, estrutura mais elaborada e usada em templos de devoção a divindades femininas, esteve presente em maior quantidade na costa oeste da Ásia Menor e nas ilhas do Egeu.

estilo jônico

Ambos os estilos, no entanto, coexistiram em alguns locais. Ainda foi usada como referência para os romanos a ordem coríntia, uma variedade do jônico, porém mais trabalhado e rebuscado. Quanto aos etruscos, acredita-se que eles ensinaram os romanos a construírem pontes, fortificações, sistema de drenagem e aquedutos. Muitos desses monumentos não resistiram ao tempo e, por isso, não é possível assegurar o tamanho da influência etrusca. A própria figura da loba que amamentou Rômulo e Remo, mito fundador da cidade de Roma, é provável que seja resultado de uma mitologia etrusca, confirmando uma influência não só arquitetônica dessa civilização.

loba

A Porta Augusta de Perugia, um portão etrusco em forma de arco, foi uma das construções que sobreviveram ao passar dos anos. A importância dela está no pioneirismo de unir o arco a uma ordem arquitetônica. Os romanos desenvolveram, posteriormente, essa aliança entre estilo de arquitetura e arcos. Das influências dos etruscos e dos gregos, emergiu uma arquitetura romana própria, que foi disseminada pelo seu território.

Porta Augusta de Perugia

O Templo da Fortuna Virilis, ainda em bom estado de conservação, é uma mostra de que os romanos conseguiram criar uma arquitetura particular. Ele tanto tinha características gregas, como as colunas jônicas, quanto etruscas- marcadas pelo alto podium, o profundo pórtico e a larga cella. Os romanos construíram o templo conforme as suas demandas: precisavam de santuários com interiores espaçosos porque os usavam para abrigar as imagens e também os troféus trazidos pelos exércitos. Não se tratava, portanto, de uma imitação. As referências eram adaptadas de acordo com as necessidades.

Templo da Fortuna Virilis

Prova de que os romanos conseguiram imprimir suas próprias características na arquitetura é a criação das ordens toscana e compósita. A primeira tem inspiração no estilo dórico, porém mais simplificado. E a segunda busca a referência no coríntio e no jônico. O Império absorveu características regionais e as fundiu em um padrão comum estabelecido pela cidade de Roma.

O processo de romanização pelo qual passaram as regiões conquistadas pelo Império Romano fez com que traços arquitetônicos similares ao da capital surgissem nas províncias. Alguns marcos espaciais urbanos como teatros, templos, arcos, estátuas e muralhas foram espalhados pelas novas áreas anexadas. Os monumentos, a arte e consequentemente a arquitetura serviram como marcos identitários dos nativos com Roma. Isso não significa dizer que as características particulares das regiões tivessem desaparecido. Na Grã-Bretanha, usavam mais tijolos; no norte da África, o principal recurso eram as pedras.

Um aspecto de mudança nas construções do Império Romano foi o incêndio que durou nove dias, em 64 d.C. Após o desastre, o imperador Nero promulgou um plano de reconstrução para tornar a arquitetura mais sólida. Ele ordenou que as construções fossem feitas com concreto, e não mais com barro e madeira. O imperador também determinou a construção de pórticos ao longo das ruas para proteger as fachadas. O fogo serviu como uma mudança nos traços arquitetônicos da cidade: as ruas passaram a ser mais largas, a altura dos prédios foi limitada e o uso da madeira foi reduzido.

A arquitetura para os romanos refletia uma postura sóbria e tinha um efeito mais prático do que para os gregos. Eles a utilizaram para construir estradas, criar um sistema de fornecimento de água através de aquedutos, disponibilizar banhos e lavatórios públicos e construir blocos de apartamento feitos primeiramente de madeira e depois de concreto, que chegavam a ter oito andares. O uso do concreto aumentou as possibilidades arquitetônicas e a construção de um grande número de edificações sem a necessidade do uso de colunas. Quando estas eram utilizadas, se tratava mais de elemento de decoração do que de sustentação. Mesmo assim foram colocadas em templos, banhos e arenas. Quando a capital do Império Romano foi transferida para Bizâncio- que passou a chamar-se Constantinopla- por decisão de Constantino, o Grande, a arquitetura seguiu a nova base cristã do Estado Romano. Um grande número de igrejas foi construído nesse período.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

GLANCEY, Jonathan. História da arquitetura. São Paulo: Edições Loyola, 2007

JANSON, H. W. História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992

KLEINER, F. S. A History of Roman Art. Belmont, CA: Thomson Wadsworth, 2007

MENDES, Norma Musco. Romanização e as questões de identidade e alteridade. Conflito social na História da Antiguidade: stasis & discordia-Boletim do CPA, IFCH/UNICAMP, v. 11, n. jan./jun., 2001

CLARIDGE, Amanda. Rome: an Oxford archeological guide. Nova York: Oxford University Press, 1998