Usuário(a):Gincal/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
D. Tomás de Noronha
Outros nomes Marcial de Alenquer
Nascimento Século XVI
Morte 1651
Nacionalidade portuguesa
Progenitores Mãe: D. Maria Jordôa
Pai: D. Pedro de Noronha
Cônjuge D. Helena de Salazar (prima),

D. Catarina de Veiga

Ocupação Escritor, poeta, histrião.
Movimento literário Barroco

D. Tomás de Noronha (Alenquer, início do século XVI — ibid., 1651), nasce no seio de uma das mais ilustres famílias portuguesas[1], o que não o impediu de levar uma vida de boémia e desregramento que o levariam à perda de todos os bens e à miséria.[2] O tema da pobreza é recorrente na sua poesia, pois é dela que se serve para pedir esmola.

Sendo considerado um poeta barroco, escreveu sátiras sociais, sonetos ligeiros, poesia realista e de circunstância, décimas, romances e canções do estilo concetista.

Conhecido por Marcial de Alenquer, grande parte da sua produção literária permanece dispersa e inédita; algumas obras que incluem poemas de sua autoria são Fénix Renascida, Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, Antologia de Poesia do Período Barroco e ainda Poesias Inéditas de D. Tomás de Noronha.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

D. Tomás de Noronha, filho de D. Pedro de Noronha, um fidalgo escudeiro do rei D. Sebastião,[3] nasce nos inícios do século XVI em Alenquer. Noronha casa com a prima D. Helena de Salazar, herdeira de D. Pedro Salazar de Penha, mestre de campo e governador da Torre de S. Julião, e de D. Benedita Jordôa, de quem tem uma filha, D. Marinha de Noronha. Casa novamente em 1621, após o falecimento de D. Helena, com D. Catarina da Veiga, filha de Henrique Esteves da Veiga.[4]

Apesar da sua origem fidalga, D. Tomás de Noronha acaba na miséria. Muita da sua poesia aborda o tema da pobreza, da qual se aproveita para pedir esmola e favores (típico até ao Século XIX) e ainda como forma de descarregar os seus ressentimentos de fidalgo sem rendimentos, pois naquela época os escritores não eram pagos.[4]

D. Tomás de Noronha fica conhecido por Marcial de Alenquer pelo carácter satírico e mordaz que depois transpõe para as suas obras.

Noronha vive durante grande parte da sua vida durante o domínio espanhol em Portugal.

Faleceu em 1651 em Alenquer e em idade avançada, segundo consta.[4]

Obra[editar | editar código-fonte]

Títulos dos poemas conhecidos[editar | editar código-fonte]

  • "Pragas, se orar mais por uma dama cruel"
  • “As poesias que se fizeram a uma queimadura da mão de uma senhora”
  • “A uma dama com quem andava de amores"
  • “A uma freira chamada Beatriz”
  • “A um nariz grande”
  • “Do gosto dos namorados”
  • “De uma nau de Holandeses”
  • “A duas Senhoras que abriam as amêijoas com vergonha”

Caracterização da obra[editar | editar código-fonte]

A poesia de D. Tomás de Noronha é satírica e erótica, o qual é visível na maioria dos seus poemas. Alguns deles, tais como “Pragas, se orar mais por uma dama cruel”, “As poesias que se fizeram a uma queimadura da mão de uma senhora”, “A uma dama com quem andava de amores”, “A uma freira chamada Beatriz”, “A um nariz grande”, “Do gosto dos namorados”, “De uma nau de Holandeses”, “A duas Senhoras que abriam as amêijoas com vergonha”, definem o tom satírico e grosseiro de Noronha.

O tema da pobreza aforra muita da sua poesia, da qual acaba por se servir para pedir esmola. D. Tomás de Noronha fica conhecido como um histrião fértil em sátiras sociais, sonetos ligeiros, poesia realista, desbocada e irónica, cultivando assim o humor e a poesia de circunstância. Noronha não se limita a sonetos, escrevendo décimas, romances e canções do estilo concetista.[4]

Fica, também, conhecido pela crítica que faz à sociedade seiscentista e por ter sido um dos primeiros poetas barrocos a sentir e a expor o ridículo da artificialidade presente na obra dessa corrente. Por essa razão — ao contrário da maioria dos poetas dos Séculos XVI e XVII —, este poeta barroco aproxima-se mais de uma noção de objetividade e clareza, características típicas da poesia inglesa da época.

Por Noronha se dedicar à sátira caricaturesca dos vícios e vergonhas sociais de uma forma grosseira, Natália Correia refere que, “entre os poetas que figuram da Fénix Renascida, sobressai a figura deste notável satírico (…) e que com justiça merece ser considerado percursor de Bocage e uma das maiores estrelas da constelação gongórica”.[5]

Bibliografia Ativa[editar | editar código-fonte]

Bibliografia Passiva[editar | editar código-fonte]

  • Biblos: Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa. Lisboa: Verbo. 1955-2005
  • CORDEIRO, Jacinto (2017). Elogio de Poetas Lusitanos. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Edições Afrontamento Lda.
  • CORREIA, Natália (1982). Antologia de Poesia do Período Barroco. Lisboa: Moraes Editores
  • CORREIA, Natália (1999). Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. Lisboa: Antígona Frenesi
  • LISBOA, Eugénio (1985). Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Sintra: Publicações Europa-América
  • MACHADO, Diogo Barbosa (1965-1967). Bibliotheca Lusitana: Histórica, Crítica e Cronológica. Lisboa: António Isidoro da Fonseca
  • PEREIRA, Esteves; RODRIGUES, Guilherme (1911). Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico. Lisboa: João Romano Torres - Editor
  • Inserir BIBLOS
  • VILLA, Dirceu. «Revista Modo de Usar». Consultado em 23 de novembro de 2017 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. CORREIA, Natália (1982). Antologia de Poesia do Período Barroco. Lisboa: Moraes Editores 
  2. a b REMÉDIOS, Mendes dos (1899). Poesias Inéditas de D. Tomás de Noronha. Coimbra: França Amado 
  3. MACHADO, Diogo Barbosa (1965-1967). Bibliotheca Lusitana: Histórica, Crítica e Cronológica. Lisboa: António Isidoro da Fonseca 
  4. a b c d Biblos: Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa. Lisboa: Verbo. 1955-2005 
  5. CORREIA, Natália (1999). p. 113