Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Mafe2022/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Presbiacusia ou perda de audição relacionada à idade é uma perda auditiva neurossensorial, gradual, bilateral e simétrica associada ao envelhecimento, causada pela degeneração progressiva das estruturas da cóclea e vias auditivas centrais.[1] Esse tipo de perda, geralmente, primeiro afeta a detecção de sons nas frequências mais agudas e depois, gradualmente, progride para as frequências médias e graves.[2] As alterações audiológicas incluem ainda a dificuldade para compreensão da fala, especialmente em ambientes ruidosos.[3] Essas alterações são experienciadas pelo indivíduo como dificuldades de comunicação com a família, amigos, em local de trabalho e estabelecimentos. Ainda são observados prejuízos à vida diária como ouvir rádio, assistir televisão, falar ao telefone, escutar música e frequentar atividades externas como aulas, reuniões e exercícios físicos em grupo.[4] Outro fator relevante é o impacto significativo da presbiacusia na qualidade de vida geral dos pacientes, principalmente, por reduzir a capacidade de comunicação e a independência funcional do indivíduo.[5]

presbiacusia foi inicialmente classificada em quatro tipos por Schuknecht (1969), podendo apresentar-se como: sensorial, neural, metabólica/estrial e mecânica

Classificação[editar | editar código-fonte]

Presbiacusia Sensorial –   caracteriza-se  pela diminuição auditiva abrupta pela perda das células ciliadas externas, que acontece do  começo ao final do giro basal, e pode ir até  pelo menos 10 mm no comprimento,  envolvendo as frequências da fala na cóclea.

Presbiacusia Neural – é caracterizada pela diminuição do reconhecimento de fala e discriminação auditiva a grande mudança das patologias é que na presbiacusia neural ocorre a degeneração  e  perda de neurônios cocleares.  A perda de neurônios tende a ser difusa, envolvendo os três giros basal da cóclea.Nas frequências baixas , a perda auditiva manifesta-se de forma leve . As frequências mais altas apresentam  prejuízos auditivos maiores , variando de grau de severo a profundo, caracterizado  por um reconhecimento de fala não compatível com os limiares  encontrados nos resultados audiométricos.

Presbiacusia Metabólica/Estrial – Causada por uma atrofia da estria vascular ou perda de tecidos das células estriadas no ápice e no meio do giro da cóclea  que são  responsáveis pela manutenção da função celular na orelha interna .A presbiacusia metabólica/Estrial é marcada pela curva plana na audiometria tonal , com boa discriminação  auditiva ,a perda auditiva nas frequências baixas varia de leve a severa , E nas frequências altas a variação  e de moderada a profunda.

Presbiacusia Mecânica- é caracterizada pela rigidez da membrana basilar que resulta em perda auditiva em frequências baixas, com reconhecimento de fala preservado.

Em 1993, dois novos tipos foram acrescentados como possíveis classificações: mista e indeterminada

Mista -Mescla das categorias de perda auditiva anteriores, caracterizada por configuração descendente de caráter leve em baixas frequências e abrupto em altas. Ocorre perda de células ciliadas externas, neurônios cocleares e estria vascular

Indeterminada-Falta de correlação entre os achados audiométricos e as alterações cocleares

Além dessa divisão, Gates e Mills (2005), estudaram mais um tipo de presbiacusia chamada de central, caracterizada por alterações no processamento auditivo, sendo estas puramente centrais sem componente periférico, ou alterações como consequência de uma hipofunção periférica. As novas propostas de classificação foram elaboradas numa tentativa de atender às críticas que haviam sido realizadas ao modelo de Schuknecht em razão, principalmente, da dificuldade de divisão clara para a maior parte dos tipos de presbiacusia.[1] [2]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. cruz, Priscila (2015). «Avaliação da audição em idosos: enfoque na percepção de fala» (PDF). teses e dissertações. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  2. Viude, Andreia (2002). «fatores associados a presbiacusia em idosos» (PDF). teses e dissertações. Consultado em 10 de setembro de 2022 

A prevalência de deficiência auditiva na população idosa varia de 30 a 90%, e com o avançar da idade, aumentam a incidência e o grau de comprometimento da mesma.[6] A presbiacusia é a principal causa de perda auditiva em idosos[4] e a terceira patologia mais prevalente nesta população, sendo artrite e hipertensão arterial as duas mais comuns.[7] Além disso, mostra-se mais frequente em idosos do sexo masculino, que também apresentam limiares tonais em altas frequências mais rebaixados em comparação às mulheres.[8]

A presbiacusia decorre das alterações biológicas acarretadas pelo processo de envelhecimento do organismo, incluindo tecidos de estruturas do sistema auditivo.[9] No entanto, sua etiologia é considerada complexa e multifatorial,[10] uma vez que o envelhecimento de tal sistema advém do acúmulo de fatores desencadeadores ou potencializadores.[11] Os desencadeadores consistem em aspectos intrínsecos, como aqueles de origem metabólica e vascular, além das pré-disposições hereditárias. Já os potencializadores correspondem a fatores extrínsecos, a exemplo de exposição excessiva ao ruído ou produtos ototóxicos ambientais, efeito de medicamentos ototóxicos, hábitos alimentares e alto nível de estresse.[8][12]

Outros comportamentos também são reconhecidos por intensificar essa perda auditiva, como a ausência de atividade física e o tabagismo. Ainda, pontuam-se os traumas acústicos e doenças sistêmicas associadas,[13] dentre elas o diabetes mellitus e a hipertensão não controlados, podendo levar à arteriosclerose crônica e, consequentemente, menor aporte sanguíneo ao ouvido interno.[14]

O declínio cognitivo e a presbiacusia[editar | editar código-fonte]

O declínio cognitivo parece estar associado à presbiacusia.[20] Estudos identificam correlação da presbiacusia com prejuízos cognitivos, isolamento social, dificuldades emocionais, com risco aumentado para declínio funcional,[21] tendo sido pontuada como importante fator de risco para a demência.[22] Várias hipóteses tem sido discutidas sobre os mecanismos envolvidos na relação sensorial-cognitiva que poderiam explicar essa associação. Elas incluem:

Teoria da Carga Cognitiva

Elaborada pelo psicólogo John Sweller, em 1998, relaciona-se com o conceito de esforço cognitivo, ou seja, a carga de processamento de informações demandada para a realização de uma tarefa. A fim de que haja compreensão da fala por um idoso com perda auditiva, maior atenção e concentração são exigidas, dessa forma, o elevado esforço auditivo para compensar a degradação do sinal sonoro e permitir o processamento perceptivo-auditivo, resultaria em sobrecarga cognitiva. Essa demanda excessiva leva a modificações cerebrais degenerativas, desviando recursos de outros processos cognitivos, a exemplo da memória de trabalho.[22]

Hipótese de Causa Comum

Desenvolvida com base na ideia de que haveria um mesmo fator responsável pelas alterações decorrentes da senilidade, sendo elas cognitivas ou não. Assim, surge a proposta a qual tanto a perda auditiva quanto o declínio cognitivo seriam consequências de modificações neurodegenerativas de causa comum no processo de envelhecimento cerebral.[22]

Hipótese em Cascata

Essa hipótese considera alterações cerebrais em decorrência direta da fraca estimulação sensorial percorrida até o cérebro, em que reduções de volume do córtex auditivo primário e/ ou volume cerebral total são identificados.[22]

Além disso, indiretamente, outro fator a ser considerado é a falta de socialização do idoso com perda auditiva, uma vez que apresenta dificuldades de comunicação que o levam ao isolamento, associado a solidão, apatia e depressão. Tais fatores são considerados de risco e intensificadores para prejuízos cognitivos, inferior desempenho executivo e maior negatividade.[22]

Desse modo, essa cascata de implicações diretas e indiretas vinculadas à perda auditiva no idoso poderia induzir o declínio cognitivo.[22]

Hiperdia Diagnóstica ou Hipótese do Presságio

Baseada no potencial de sobrediagnóstico do declínio cognitivo, essa hipótese traz a possibilidade de que os resultados indesejados nos testes neuropsicológicos aplicados para avaliação cognitiva, em indivíduos com perda auditiva, não resultem propriamente de alterações de cognição, mas sim da dificuldade de compreensão verbal das tarefas, dependente da audição.[22]

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

HearingExam O diagnóstico das perdas auditivas deve ser composto por história clínica (anamnese) e exames audiológicos. Para investigação do histórico da perda auditiva, considera-se a pesquisa por fatores desencadeadores (doenças metabólicas, cardiovasculares e imunológicas associadas e hereditariedade) e potencializadores (exposição ao ruído, medicamentos ototóxicos e estilo de vida). Quanto à avaliação audiológica, é realizada a audiometria tonal, desempenhada por fonoaudiólogos ou médicos, a qual permite estabelecer o tipo e o grau da perda auditiva. Além da audiometria tonal, o diagnóstico é complementado pela audiometria de fala (logoaudiometria), em que é possível avaliar a discriminação e a detecção da fala e classificar o prejuízo que a perda auditiva está trazendo para a comunicação.[23]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

A perda auditiva não tem cura, mas as dificuldades podem ser amenizadas por meio dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individuais (AASIs), os conhecidos aparelhos auditivos, a fim de reestabelecer a função comunicativa tanto quanto possível.[24][25] É importante que sua adaptação e uso ocorra logo após definição do diagnóstico, buscando controlar a progressão em grau da perda.[4] Além da seleção do dispositivo eletrônico, um programa de reabilitação audiológica amplo, que inclua acolhimento e atenção às demandas emocionais do usuário, bem como de seus familiares pode ajudar a minimizar as consequências negativas da presbiacusia. Também se torna essencial o manejo das dificuldades como manuseio do aparelho e outras orientações pertinentes, considerando ainda o trabalho de reeducação auditiva com estratégias de comunicação, de modo a possibilitar que o idoso seja inserido novamente às atividades familiares e sociais com qualidade.[24][26] Ademais, o Implante Coclear (IC) também pode ser indicado para os casos de perda auditiva mais agravados.[27]

A prevenção, a partir do tratamento de doenças sistêmicas associadas e controle de fatores potencializadores, bem como o tratamento precoce e eficiente devem ser preocupação de ordem política, econômica e social,[1] tendo em vista que a população brasileira segue em uma tendência de envelhecimento, devendo atingir, até 2025, a sexta posição de país com maior população idosa do mundo.[28]

Presbiacusia no Sistema Único de Saúde

No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) a garantia de acesso a atendimento especializado em audiologia tem como marco a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA), Portarias n.º 2.073/GM, em 2004[29] e 793 de 24 de abril de 2012,[30] que delibera sobre a organização de redes de atenção à saúde auditiva. A PNASA garante cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação), como a determinação do tipo e grau da perda auditiva e, também, acesso às próteses auditivas disponibilizadas pelo SUS.[31]

VIVENDO COM PRESBIACUSIA[editar | editar código-fonte]

Sabemos que a audição é uma parte muito importante do nosso cotidiano e com isso devemos imaginar como é perder parte dela sem ao menos perceber e de um modo inesperado .

O idoso que convive com essa doença tem uma dificuldade de identificá-la de primeiro momento , pois sendo uma doença gradativa é mais difícil de ser percebida e quando chega muitas vezes traz um emocional abalado e impedimentos interpessoais na vida destes idosos em questão , que muitas vezes preferem se recluir perante a sociedade , por não se sentirem mais parte de um todo . A presbiacusia no entanto pode acarretar para estes idosos a incapacidade auditiva que é a falta da habilidade para percepção da fala nos ambientes ruidosos e a desvantagem auditiva que são os aspectos não auditivos , que irá atrapalhar estes idosos em seus papéis perante a sociedade.[1]




Referências

  1. marques, Ana Cleia (2004). «reabilitação auditiva do idoso». SciELO. Consultado em 11 de outubro de 2022 





Chagas, Marcos Hortes Nisihara; Labanca, Ludimila; Dalpubel, Daniela; Costa-Guarisco, Letícia Pimenta (novembro de 2017). «Percepção da perda auditiva: utilização da escala subjetiva de faces para triagem auditiva em idosos». Ciência & Saúde Coletiva. 22: 3579–3588. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-812320172211.277872016
Escada, Pedro; Reis, Luis Roque; Escada, Pedro; Reis, Luis Roque (dezembro de 2016). «Presbiacusia: será que temos uma terceira orelha?». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 82 (6): 710–714. ISSN 1808-8694. doi:10.1016/j.bjorl.2015.12.006
Lee, Kyu-Yup (setembro de 2013). «Pathophysiology of Age-Related Hearing Loss (Peripheral and Central)». Korean Journal of Audiology. 17 (2). 45 páginas. ISSN 2092-9862. PMC 3936539Acessível livremente. PMID 24653905. doi:10.7874/kja.2013.17.2.45
Veras, Renato Peixoto; Mattos, Leila Couto (fevereiro de 2007). «Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 73 (1): 128–134. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/S0034-72992007000100021
Varela-Nieto, Isabel; Riveira, Teresa (2011). «Presbycusis, or age-related hearing loss, has a significant impact on suffers' quality of life. Its diagnosis and treatment is a significant public health issue». Consultado em 13 de junho de 2021
Cruickshanks, Karen J.; Tweed, Ted S.; Wiley, Terry L.; Klein, Barbara E. K.; Klein, Ronald; Chappell, Rick; Nondahl, David M.; Dalton, Dayna S. (1 de outubro de 2003). «The 5-Year Incidence and Progression of Hearing Loss». Archives of Otolaryngology–Head & Neck Surgery. 129 (10). 1041 páginas. ISSN 0886-4470. doi:10.1001/archotol.129.10.1041
Husain, Fatima T.; Carpenter-Thompson, Jake R.; Schmidt, Sara A. (2014). «The effect of mild-to-moderate hearing loss on auditory and emotion processing networks». Frontiers in Systems Neuroscience. 8. ISSN 1662-5137. doi:10.3389/fnsys.2014.00010
Paiva, Karina Mary de; Cesar, Chester Luis Galvão; Alves, Maria Cecília Goi Porto; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Carandina, Luana; Goldbaum, Moises (julho de 2011). «Envelhecimento e deficiência auditiva referida: um estudo de base populacional». Cadernos de Saúde Pública. 27 (7): 1292–1300. ISSN 0102-311X. doi:10.1590/S0102-311X2011000700005
Kunelskaya, N. L.; Levina, Yu. V.; Garov, E. V.; Dzuina, A. V.; Ogorodnikov, D. S.; Nosulya, E. V.; Luchsheva, Y. V. «Молекулярная генетика, микробиология и вирусология - Издательство «Медиа Сфера»». www.mediasphera.ru. doi:10.17116/otorino20198404167. Consultado em 2020 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
Fischer, N.; Weber, B.; Riechelmann, H. (julho de 2016). «Presbyakusis – Altersschwerhörigkeit». Laryngo-Rhino-Otologie (em alemão). 95 (07): 497–510. ISSN 0935-8943. doi:10.1055/s-0042-106918
Davis, Adrian; McMahon, Catherine M.; Pichora-Fuller, Kathleen M.; Russ, Shirley; Lin, Frank; Olusanya, Bolajoko O.; Chadha, Shelly; Tremblay, Kelly L. (abril de 2016). «Aging and Hearing Health: The Life-course Approach». The Gerontologist (em inglês) (Suppl 2): S256–S267. ISSN 0016-9013. PMC PMC6283365Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 26994265. doi:10.1093/geront/gnw033. Consultado em 27 de setembro de 2022
Campo, Pierre; Venet, Thomas; Rumeau, Cécile; Thomas, Aurélie; Rieger, Benoît; Cour, Chantal; Cosnier, Frédéric; Parietti-Winkler, Cécile (outubro de 2011). «Impact of noise or styrene exposure on the kinetics of presbycusis». Hearing Research (em inglês) (1-2): 122–132. doi:10.1016/j.heares.2011.04.016. Consultado em 27 de setembro de 2022
Carreirão Neto, Waldir (2005). «Presbiacusia» (PDF). HC-FMUSP. Consultado em 10 de março de 2020
Angadi, SavitaS; Kotrannavar, VijaykumarS (janeiro de 2013). «A case discussion on presbyacusis». Journal of Ayurveda and Integrative Medicine (em inglês). 4 (1). 48 páginas. ISSN 0975-9476. PMC 3667435Acessível livremente. PMID 23741163. doi:10.4103/0975-9476.109555
Schuknecht, Harold F.; Gacek, Mark R. (janeiro de 1993). «Cochlear Pathology in Presbycusis». Annals of Otology, Rhinology & Laryngology (em inglês). 102 (1_suppl): 1–16. ISSN 0003-4894. doi:10.1177/00034894931020S101
Lee, Kyu-Yup (setembro de 2013). «Pathophysiology of Age-Related Hearing Loss (Peripheral and Central)». Korean Journal of Audiology (em inglês). 17 (2). 45 páginas. ISSN 2092-9862. PMC 3936539Acessível livremente. PMID 24653905. doi:10.7874/kja.2013.17.2.45
Lee, Kyu-Yup (setembro de 2013). «Pathophysiology of Age-Related Hearing Loss (Peripheral and Central)». Korean Journal of Audiology (em inglês). 17 (2). 45 páginas. ISSN 2092-9862. PMC 3936539Acessível livremente. PMID 24653905. doi:10.7874/kja.2013.17.2.45
Gates, George A; Mills, John H (setembro de 2005). «Presbycusis». The Lancet (em inglês). 366 (9491): 1111–1120. doi:10.1016/S0140-6736(05)67423-5
Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :12
Livingston, Gill; Huntley, Jonathan; Sommerlad, Andrew; Ames, David; Ballard, Clive; Banerjee, Sube; Brayne, Carol; Burns, Alistair; Cohen-Mansfield, Jiska (2020). «Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission». The Lancet (em inglês). 396 (10248): 413–446. PMC 7392084Acessível livremente. PMID 32738937. doi:10.1016/S0140-6736(20)30367-6
Kopper, Helen; Teixeira, Adriane Ribeiro; Dorneles, Sílvia (março de 2009). «Desempenho Cognitivo em um Grupo de Idosos: Influência de Audição, Idade, Sexo e Escolaridade» (PDF). International Archives of Otorhinolaryngology. Consultado em 14 de maio de 2020
Uchida, Yasue; Sugiura, Saiko; Nishita, Yukiko; Saji, Naoki; Sone, Michihiko; Ueda, Hiromi (fevereiro de 2019). «Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two». Auris Nasus Larynx (em inglês). 46 (1): 1–9. doi:10.1016/j.anl.2018.08.010
Veras, Renato Peixoto; Mattos, Leila Couto (fevereiro de 2007). «Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 73 (1): 128–134. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/s0034-72992007000100021
Ruschel, Christine Vieira; Carvalho, Claudia Ribeiro de; Guarinello, Ana Cristina (junho de 2007). «A eficiência de um programa de reabilitação audiológica em idosos com presbiacusia e seus familiares». Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 12 (2): 95–98. ISSN 1516-8034. doi:10.1590/S1516-80342007000200005
Fischer, N.; Weber, B.; Riechelmann, H. (julho de 2016). «Presbyakusis – Altersschwerhörigkeit». Laryngo-Rhino-Otologie (em alemão). 95 (07): 497–510. ISSN 0935-8943. doi:10.1055/s-0042-106918
Mondelli, Maria Fernanda Capoani Garcia; Souza, Patrícia Jorge Soalheiro de (junho de 2012). «Qualidade de vida em idosos antes e após a adaptação do AASI». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês). 78 (3): 49–56. ISSN 1808-8686. doi:10.1590/S1808-86942012000300010
Gates, George A; Mills, John H (setembro de 2005). «Presbycusis». The Lancet (em inglês). 366 (9491): 1111–1120. doi:10.1016/S0140-6736(05)67423-5
«Envelhecimento ativo: uma política de saúde» (PDF). OMS - Organização Mundial da Saúde. 2005. Consultado em 2019 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
Brasil, Ministério da Saúde (2004). «Portaria GM/MS nº 2.073, de 28 de setembro de 2004». Diário Oficial da União. Consultado em 25 de janeiro de 2021
Brasil, Ministério da Saúde (2012). «a rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde.». Diário Oficial da União. Consultado em 25 de janeiro de 2021
Cláudia Giglio de Oliveira Gonçalves, Cintia Gonçalves de Lima Bellia, Cláudia Andriguetto Maoski Moretti, Milena Raquel Iantas, Ingrid Helena Elizabeth Kolb Mazzarotto. «Integralidade do cuidado na atenção à saúde auditiva do adulto no SUS: acesso à reabilitação». Audiol., Commun. Res. vol.24 São Paulo 2019 Epub Jan 31, 2019: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2009

Ícone de esboço Este artigo sobre medicina é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Verbete: Habilitação e Reabilitação auditiva[editar | editar código-fonte]

Avaliação das habilidades auditivas e linguagem[editar | editar código-fonte]

As habilidades auditivas constituem um pré-requisito para a aquisição da habilidade de linguagem oral, bem como para a habilidade de linguagem escrita. Dessa forma, é imprescindível que nos primeiros anos de vida, em especial os seis primeiros meses, ocorra o desenvolvimento das habilidades auditivas em crianças, as quais evoluem desde o nascimento até os dois anos de idade. O desenvolvimento das habilidades auditivas para crianças com audição normal e com perdas auditivas procede da mesma maneira. Entretanto, nas crianças que possuem uma perda auditiva, o desenvolvimento terá um ritmo mais lento.

Para que se tenha um desenvolvimento e aquisição normal da linguagem, é necessário uma integridade anatômica e funcional do sistema auditivo central e periférico, uma vez que a exposição às experiências auditivas constituem um pré requisito para a aquisição da habilidade de linguagem oral, bem como para a habilidade de linguagem escrita. Contudo, se a criança possui uma perda auditiva, haverá um déficit em sua aquisição de linguagem, tendo em vista a dificuldade para captar, reconhecer e aprender as palavras provenientes de um estímulo sonoro. Dessa forma, para o desenvolvimento da audição e linguagem, é necessário que a criança aprenda um conjunto de habilidades auditivas essenciais, que são adquiridas de modo hierárquico, sendo elas:

  • Detecção;
  • Discriminação;
  • Localização;
  • Reconhecimento Auditivo;
  • Compreensão Auditiva.


A detecção é a habilidade de perceber a presença e a ausência de sons. Esta habilidade se desenvolve na vida intrauterina, a partir da 20ª semana gestacional, no qual estímulos sonoros produzidos externamente chegam na cavidade intra uterina, de forma que sons contidos em baixas frequências, como vogais e aspectos suprassegmentais da fala, podem ser detectados e confirmados através das mudanças nos batimentos cardíacos do feto. Ademais, a habilidade de detecção depende de uma integridade do sistema auditivo periférico (cóclea e nervo acústico) e essa habilidade é a base para o desenvolvimento das demais.

A discriminação refere a capacidade de diferenciar dois sons, ou seja, verificar se os sons são iguais ou diferentes. Esta habilidade se faz presente no recém nascido, que é capaz de diferenciar a voz de sua mãe dentre outras vozes de mulheres. Entretanto, a predisposição para discriminar os sons de qualquer língua não persiste para sempre, decrescendo com o aumento da idade e experiência linguística. A partir de um mês de vida já se pode constatar a capacidade de o bebê discriminar sons.

A localização envolve a capacidade de identificar de onde o som vem. As etapas de localização sonora se desenvolvem dos 4 aos 24 meses, e evolui com o aumento da idade da criança. Inicialmente ocorre a localização no eixo horizontal (lateral direita/esquerda, para baixo e para cima) que evoluiu da maneira indireta (olhar primeiro para o lado e depois para baixo ou para cima) para a direita (olhar diretamente para a fonte). Na sequência ocorre a localização no eixo longitudinal (acima da cabeça) e transversal (sons situados à frente e atrás da cabeça). A habilidade de localizar sons envolve o sistema auditivo central: tronco encefálico (complexo olivar superior e colículo inferior) e córtex (lobo temporal).

O reconhecimento auditivo é a habilidade que ocorre quando há uma associação de significante–significado, ou seja, apontar figura ou partes do corpo nomeadas, cumprir ordens, repetir palavras.  A habilidade de reconhecimento auditivo surge no final do 1 ano de vida. Tal reconhecimento parece evoluir, dos níveis mais simples para os mais complexos: as crianças de 8 a 10 meses inibem suas atividades ao reconhecer a palavra “não”. Entre 9 e 13 meses são capazes de reconhecer comandos verbais simples, tais como “dá tchau!”, “joga beijo!” e “bate palma!”. Além disto, a partir de 12 meses pode­-se verificar se a criança reconhece o próprio nome.

Por fim, a habilidade de compreensão auditiva, ocorre dos 18 meses aos 2 anos, e consiste em ser capaz de compreender histórias e fala, responder a perguntas relacionadas a um evento ou uma história e conseguir recontar o que previamente foi exposto, como contos, fatos, eventos e histórias.

Para avaliar as habilidades auditivas no primeiro ano de vida, utiliza-se estímulos sonoros, sendo esperado que a criança responda produzindo uma mudança detectável no comportamento. As avaliações são realizadas em Unidades Básicas de Saúde, em programas de saúde da família, em consultórios de pediatras e em acompanhamento de crianças de risco ou nascidas pré-termo.

Todas as habilidades auditivas são de extrema importância no desenvolvimento da criança, dado que a partir delas a linguagem será adquirida, portanto, é essencial que haja o acompanhamento das habilidades durante o crescimento infantil, pois permite um diagnóstico precoce em atrasos auditivos, proporcionando a intervenção imediata.[1][1]

A literatura científica aponta que o desenvolvimento auditivo e linguístico de crianças implantadas ou usuárias de dispositivos eletrônicos (Como o Dispositivo de Amplificação Sonora Individual) precocemente pode ser semelhante ao desenvolvimento destas habilidades em crianças ouvintes, quando associadas à terapia fonoaudiológica adequada.[2] [2]

referencias[editar | editar código-fonte]

  1. Boéchat, Edilene Marchini (2015). Tratado de audiologia/organização. [S.l.]: Guanabara Koogan 
  2. Melo, Tatiana Mendes de; Lara, Jessica Domingues (2012). «Habilidades auditivas e linguísticas iniciais em crianças usuárias de implante coclear: relato de caso». Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (4): 390–394. ISSN 2179-6491. doi:10.1590/S2179-64912012000400017. Consultado em 31 de outubro de 2022