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Revolução Informacional

A Revolução Informacional ou Terceira Revolução Industrial entrou em vigor na segunda metade so século XX, principalmente a partir da década de 1970, quando houve uma série de descobertas e evoluções no campo tecnológico. Essa nova etapa de produção está vinculada à inserção de uma enorme quantidade de tecnologia e informação. Essa revolução, por sua vez, está ligada diretamente à informática, robótica, telecomunicação, química, uso de novos materiais, biotecnologia, engenharia genética, entre muitos outros, que recentemente fazem parte de praticamente todos os segmentos produtivos que marcam essa etapa, assim como outros fatos marcaram as revoluções industriais do passado. Essa revolução é um dos principais combustíveis para o desenvolvimento do capitalismo moderno e especialmente do processo de globalização que visa uma flexibilidade de informações, além de um acelerado dinamismo no fluxo de capitais e mercadorias. Diante dessa afirmativa, veja a seguir alguns itens indispensáveis na economia contemporânea.

  • Tecnologias ligadas às telecomunicações:
Antenas via satélite, torres de telefonia móvel, cabos de fibra óptica, redes de computadores, satélites de tv e rádio e tudo que possibilita a velocidade das informações e automaticamente dos capitais e bens. A partir desses elementos, um investidor pode facilmente diagnosticar os riscos que um determinado país pode oferecer, então certamente não será o foco de tal investimento. Nesse mesmo sentido é possível realizar transações econômicas em vários níveis sem sair do lugar, isso através do teclado ou de um mouse de computador. 
  • Infraestrutura em transportes:
Mesmo com o incremento das telecomunicações, o transporte é de suma importância nessa etapa industrial. Atualmente não há tempo a esperar, pois o mercado é extremamente dinâmico e requer velocidade, uma vez que este está cada vez mais exigente. Desse modo, para cumprir compromissos de entrega de matéria-prima ou mesmo de mercadorias é preciso ter um aparato logístico que garanta os fluxos oriundos das indústrias. Diante disso, o que facilita o dinamismo nesse sentido é a infraestrutura, como aeroportos, portos, rodovias, entre outros.

A Terceira Revolução ou Revolução Informacional tem como base primordial a informação. Essa está ligada ao conhecimento de inúmeras ciências que, com o objetivo de atender os interesses econômicos, está à disposição dos donos dos meios de produção. Um exemplo disso é o microchip que, apesar de ter na sua composição pouquíssima matéria, possui um grande valor agregado, uma vez que para ser concebido foram necessários anos de estudos e pesquisas, e são justamente as informações inseridas no produto que conduzem à essa etapa pela qual a sociedade atravessa. Todo esse processo acabou por criar um novo paradigma, onde a informação é a matéria prima. A tecnologia passa, assim, a permear toda a atividade humana, aplicando sua lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de relações, circunstância que cresce exponencialmente. Uma vez que esse paradigma da informação é baseado na flexibilidade, permite não somente que processos, mas também organizações e instituições, se modifiquem fundamentalmente, tornando possível inverter as regras que as estruturam sem destruir a organização. Essa percepção deve ser tomada sem ideologias, pois a flexibilidade tanto pode ser libertadora como repressiva. Em todo caso, a tendência desse paradigma é a convergência de tecnologias específicas em um sistema integrado, resultante da lógica compartilhada na geração de informação. Em síntese, o paradigma informacional evolui em direção a uma rede aberta de múltiplos acessos, cuja abrangência, complexidade e disposição em forma de rede são seus principais atributos.

O valor da Informação

Na chamada sociedade da informação ou do conhecimento, mais do que nunca, a informação é vital para o processo de tomada de decisão de Estados, empresas, órgãos públicos, ONGs, instituições, partidos políticos, etc. Com a ampliação dos meios de comunicação e, consequente, democratização da informação, cerca de 80% das informações necessárias para subsidiar os processos de tomada de decisão públicos ou privados estão disponíveis. Isso, em tese, facilita em muito a fase da coleta dos dados que serão transformados em informação. São oriundas, portanto, de fontes chamadas abertas. Paradoxalmente, há uma dificuldade em sistematizar e processar um volume significativo de dados e uma das soluções encontradas é o uso de softwares de análise qualitativas e quantitativas de dados. As informações provenientes de dados obtidos de fontes fechadas possuem, naturalmente, um valor mais expressivo e são disponibilizadas, particularmente, pela rede de contatos dos coletores de informação, dos analistas e dos gestores de inteligência. Por outros lado, não basta produzir a informação no prazo previsto. É necessário disponibilizá-la para quem tem a real necessidade de conhecê-la. Além disso, é fundamental proteger o conhecimento gerado, quando esse contiver aspectos estratégicos para a organização que o gerou. Dessa forma, a inteligência representa uma ferramenta estratégica que permite à alta gerência melhorar sua competitividade, identificando as principais forças propulsoras e prevendo os futuros rumos do mercado. É um processo onde as informações de múltiplas fontes são coletadas, interpretadas e comunicadas a quem precisa delas para decidir. Oferecendo apoio seguro à tomada de decisões estratégicas, a função inteligência prevê oportunidade e ameaça, acompanha e avalia os concorrentes e orienta a implementação eficaz de novos negócios. No setor público, permite o conhecimento e a antecipação de ações pelos agentes públicos no sentido de proteger a sociedade, antecipando-se às ameaças, e possibilitando a conquista e manutenção da vantagem estratégica perante os demais atores do ambiente. Usada com sabedoria, a inteligência pode ser vista como uma ferramenta de apoio ao processo decisório, oferecendo uma reflexão organizacional pró-ativa, oportuna e focada no futuro, que pode definir o sucesso ou fracasso de uma organização ou da sociedade.

Trabalho Imaterial e Contemporaneidade

A autonomia, a descentralização e a flexibilidade, características do pós-fordismo, têm em sua essência uma teia sutil de controle que é altamente eficaz, pois captura o tempo e a vida do trabalhador. Neste modelo vigente de organização do trabalho, não são apenas as máquinas que são reguladas para garantir competitividade, mas principalmente as subjetividades. Na contemporaneidade, o foco das competências esperadas do trabalhador está na expansão de seu tempo, na superação de seus limites, na conquista do impossível: trabalhar infinitamente, doar-se integralmente. Assim, sente-se dominado pela conquista de uma falsa liberdade de organizar a sua agenda, aplicando ao labor toda a sua força, o que acarreta uma intensa diminuição do tempo de não trabalho. Neste esforço de dar conta de tudo e de manter-se empregado, o trabalhador contemporâneo coloca-se, ele mesmo, a serviço, abrindo mão de sua intimidade e permitindo que sua privacidade seja invadida pelas crescentes exigências das organizações. Assiste-se, assim, a uma invasão do trabalho em todas as esferas da existência, em um contexto no qual abdica-se da vida pela intensidade do trabalho. Na atualidade, a indústria deixa de ocupar o lugar de protagonista no teatro da economia, cedendo sua centralidade para as relações de serviço. Nesta conjuntura, a hierarquia rígida e a disciplina abrem caminho para as redes e fluxos de controle. Dessa forma, o controle rígido dos processos é substituído pela regulação das mentes onde o que fala mais alto é a ditadura da iniciativa e da polivalência. Essas transformações constituem o fundamento e o motor do trabalho imaterial na contemporaneidade. De acordo com Michael Hardt e Antonio Negri (2001), existem três tipos de trabalho imaterial que impulsionam a economia global, na atualidade. Um deles está relacionado a uma produção industrial que foi informacionalizada e que assimilou tecnologias de comunicação que transformam o próprio processo de produção. A segunda forma está nas tarefas analíticas e simbólicas que incluem a manipulação inteligente e criativa e os trabalhos simbólicos de rotina. Há ainda, um terceiro tipo que é constituída pela produção e manipulação dos afetos. Esta forma de trabalho imaterial inclui o contato humano, virtual ou real, tendo como exemplos a área de serviços e saúde cujo foco está no cuidado, nos relacionamentos, vínculos e trabalhos afetivos. Faz-se importante salientar que o trabalho imaterial molda um trabalhador que, diferentemente do operário fordista, está intelectualizado, conectado à rede, trabalhando continuamente, com maior iniciativa e, portanto, com o controle e as responsabilidades internalizados dentro de si mesmo, doando-se integralmente, sendo cada vez mais difícil separar o tempo produtivo do tempo livre ou tempo de descanso lazer, o que cria novos modos de vida e de subjetivação "Hoje é a alma do operário que deve descer à oficina. É a sua personalidade, a sua subjetividade, que deve ser organizada e comandada. Qualidade e quantidade do trabalho são reorganizadas em torno de sua imaterialidade" (Lazzaratto & Negri, 2001, p. 25). Considera-se, assim, que o trabalho, em sua roupagem atual, não pode mais atuar como um referencial seguro para a construção de identidades pois, mesmo que haja uma dedicação cada vez mais intensa, sempre será esperada uma performance superior, o que leva à fadiga subjetiva pois, enquanto realização pessoal, o trabalho esvazia-se. Outrossim, raramente alguém é elogiado por seu trabalho. Dessa forma, este deixa, cada vez mais, de ser a obra humana para ser o consumo da própria existência. Algumas trágicas consequências destas configurações contemporâneas no cenário de reestruturação produtiva são o desemprego, o enfraquecimento das entidades sindicais e precarização do trabalho que geram instabilidade e competição crescente, culminando com o individualismo social aliado a um descomprometimento das organizações com as pessoas. O tecido social vai rompendo-se e o trabalhador perde todas as formas de garantia ou estabilidade. E, ainda, mesmo que qualifique-se cada vez mais, verá suas competências tornarem-se ultrapassadas da noite para o dia. Advém daí o sentimento de ser um mero apêndice de serviços, facilmente substituído. Em suma, o trabalhador contemporâneo, diante da emergência do trabalho imaterial maximizado, sente-se descartável e impotente. Merlo (2000), considera que, na atual conjuntura econômica e organizacional, somam-se exigências antigas às novas, o que coloca o trabalhador diante de desafios e metas insuperáveis, a fim de possibilitar a competitividade das empresas em um mundo globalizado. Estas transformações não deixam impune a saúde dos trabalhadores, levando a altos índices de morbilidade e gerando incerteza quanto aos planos e projetos para o futuro, levando a uma grave crise de identidade, considerando que, diante disso, o trabalhador não consegue sentir-se reconhecido pelo seu trabalho. Entretanto, esse reconhecimento é fundamental para a preservação de sua saúde pois atua como mediador do equilíbrio entre o desgaste vivenciado no trabalho e as expectativas de retribuição, propiciando realização e prazer ao transformar o sofrimento. Assim, o reconhecimento dá sentido aos esforços aplicados ao trabalho, promovendo, em decorrência disso, saúde mental. Ao analisar os novos modelos de gestão caracterizados pela avaliação individualizada do desempenho e pela cultura da competição permanente, assiste-se a uma desestruturação de todas as formas de solidariedade e não apenas das estratégias coletivas de defesa o que gera uma perda importante de recursos para a saúde, sendo que a produção de valor não está mais no trabalho e sim nos novos métodos de gestão que culminam com um estado de abandono, no qual é psicologicamente bem mais difícil suportar as injustiças. Isso pode explicar o índice crescente de suicídios relacionados ao trabalho. Assim, todas as novas patologias associadas ao trabalho, hoje, podem ser consideradas patologias da solidão. Entretanto, segundo Christophe Dejours (2008), os trabalhadores não são meros observadores impotentes de um mundo perverso que tenta reduzi-los a um estado de sujeitos passivos. Pelo contrário, eles são capazes de se proteger, de achar saídas, colocando em ação sua força e inteligência para construir caminhos de emancipação e reconstrução da realidade. Nesta direção, apesar das doenças ocupacionais associadas ao atual contexto laboral, pode-se considerar, à luz da Psicodinâmica do Trabalho, que é possível alcançar prazer e realização no trabalho, ao exercitar um fazer que encontra sentido por tornar possível a aplicação da inteligência e da capacidade de criar e discutir a organização, sendo valorizado e percebido como importante. Salienta-se, assim, que são fundamentais investigações e análise que promovem a reflexão ética e a discussão das vivências laborais contemporâneas em uma perspectiva que articule a Clínica do Trabalho e a Crítica Social (Pèrilleux, 2010). Essa forma de investigação é fecunda pois se propõe, a partir da escuta coletiva, a restaurar o tecido social no trabalho, ouvindo o sofrimento, a precariedade, a exclusão, o isolamento, bem como o saber fazer dos trabalhadores. Ao propiciar este lugar de interlocução, a Clínica do Trabalho abre espaço para a transformação da organização, dando visibilidade e voz aos atores que descobrem suas capacidades e a potência da palavra e da ação coletiva, em prol da promoção de sua saúde.

Automação

A automação de processos nos mais variados segmentos da economia global, aliado ao uso crescente de inteligência artificial, promove ganhos de eficiência e competitividade às empresas, mas também deverá provocar uma relevante reorganização do mercado de trabalho. Estudo realizado pela consultoria McKinsey & Company, com dados de 46 países, estima que, até 2030, de 400 milhões a 800 milhões de trabalhadores no mundo poderão perder o emprego e passar a ver suas atividades exercidas por robôs e máquinas. Em 60% das ocupações no mundo, concluiu a consultoria, cerca de um terço das atividades já poderiam ser automatizadas. “Nossa pesquisa indica que até 30% das horas trabalhadas no mundo poderão ser automatizadas até 2030, dependendo da velocidade de adoção. No nosso cenário, aplicamos o ponto médio de 15% de automação das atividades atuais”, explica o relatório. Também foram apontadas atividades de coleta de processamento de dados, o que pode atingir profissionais da área administrativa. “A automação terá efeitos menores em trabalhos que envolvem gestão de pessoas, uso de expertise e interações sociais, em que máquinas não conseguem ter a performance de um humano por enquanto.” Esse volume expressivo de cortes, explica a consultoria, deverá ser parcialmente compensado por novos tipos de trabalho decorrente do emprego de novas tecnologias, assim como pela evolução de questões sociais e demográficas. Entre as tendências com maior potencial de gerar demanda por trabalhadores até 2030 estariam a expansão da renda e consumo, especialmente em economias emergentes; o envelhecimento populacional, que deve demandar profissionais na área de saúde; e o próprio desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias alternativas. Ainda assim, uma parcela relevante daqueles que perderem o trabalho em função de avanços tecnológicos precisarão se apropriar ou buscar colocação em outras áreas. O movimento de automação das atividade, por sua vez, deverá ser mais forte em economias desenvolvidas. “A parcela da força de trabalho que pode procurar ocupação em outras áreas é muito maior em economias avançadas: até um terço da força de trabalho em 2030 dos EUA e Alemanha, chegando a quase metade no Japão”, projeta a consultoria.


Teletrabalho

O teletrabalho destaca-se por possibilitar que o trabalho vá de encontro ao trabalhador em vez deste ter que ir ao encontro do trabalho, e, sendo uma atividade exercida à distância, faz uso de avançadas tecnologias tanto de informação quanto de comunicação. As definições sobre o teletrabalho são diversas e encontram-se constantemente em evolução. Por isso não existe um consenso para uma definição universal do conceito de teletrabalho. Na hora de conceituar, cabe observar a relação entre a utilização ou não de tecnologias de informação e comunicação e a periodicidade da quantidade de horas/mês despendidas em atividades que são desenvolvidas fora do escritório tradicional, principalmente para não confundir teletrabalho com trabalho em domicílio, porque, segundo Alice Monteiro de Barros, “[...] o teletrabalho distingue-se do trabalho tradicional não só por implicar, em geral, a realização de tarefas mais complexas do que as manuais, mas também porque abrange setores diversos como: tratamento, transmissão e acumulação de informação; atividade de investigação,; secretariado; consultoria, assistência técnica e auditoria; gestão de recursos; venda e operações mercantis em geral. Desenho, jornalismo, digitação, redação, edição, contabilidade, tradução, além de utilização de novas tecnologias, como informática e telecomunicações, geralmente afetas ao setor terciário.” A OIT (Organização Internacional do Trabalho) define o teletrabalho como sendo o trabalho que é executado com o uso de novas tecnologias de informação e comunicação em um local distante do escritório central ou percebem-se três pontos importantes que caracterizam o teletrabalho:

* Tecnologia:

É preciso que o funcionário realize suas funções por meio de equipamentos tecnológicos que permitam a execução das tarefas remotamente, como por exemplo, aparelhos celulares, laptops, palmtops e internet de banda de alta velocidade. 

* Lugar:

É necessário que o serviço seja prestado no domicílio do empregado, em centros de teletrabalho ou qualquer outro lugar que não seja de propriedade da empresa. 

* Organização:

Alguns autores adicionam a idéia de que é preciso relações intervenientes (teletrabalhador → empresa empregadora → cliente). 

Percebe-se o teletrabalho principalmente em empresas de tecnologia de informática, como no caso de empresas que prestam suporte técnico a outras empresas, porém ele está inserido nos mais diversos ramos profissionais, por exemplo, telemedicina (consulta, diagnóstico e cirurgias remotas), telensino (cursos ministrados a distância) e teletrade (transações comerciais no comércio eletrônico). O teletrabalho possui três espécies quando classificados quanto ao local da realização das tarefas do empregado:

* Teletrabalho em Domicílio:

O empregador fornece o material de trabalho para o empregado (computador e telefone celular)  este realiza em sua casa as tarefas estipuladas no contrato de trabalho. O teletrabalhador é responsável pelas despesas de energia elétrica, mensalidade de internet e telefone fixo. Essa é a espécie mais utilizada no Brasil atualmente. 

* Teletrabalho em Telecentros:

São locais de uma ou várias empresas, fora da sede principal, mas que estão interligados com esta, que se unem e criam telecentros onde os trabalhadores realizarão suas obrigações empregatícias. Nesse caso todos os equipamentos (computadores, equipamentos que permitem o acesso a internet, linha telefônica, …) e despesas são da empresa. É uma modalidade bem difundida na Europa, mas não muito utilizada no Brasil, apenas de ser uma das melhores alternativas.
  • Teletrabalho nômade:
Nesse caso o empregado realiza suas tarefas ora em um local ora em outro. Isso é aplicado aos trabalhadores que costumam viajar muito. 

O teletrabalho é a volta do trabalho em casa como era no artesanato, com o diferencial de que agora os teletrabalhadores embora distantes estão todos conectados e conseguem manter contato em tempo real através de mensagens instantâneas, ligações telefônicas por exemplo.

O Trabalho a Domicílio e o Teletrabalho

Muitos autores consideram erroneamente o teletrabalho como uma espécie do trabalho a domicílio. Apesar de alguns casos o teletrabalho pode ser considerado um trabalho a domicílio, eles não se confundem. Na verdade os dois são espécies de trabalho a distância. O que se expande é o teletrabalho no setor tecnológico. O trabalho a domicílio fica circunscrito a funções manuais, como costura e calçados, por exemplo. No teletrabalho o empregado, normalmente, fica on-line durante sua jornada de trabalho. Mantendo contato, ainda que virtualmente, com os demais funcionários da empresa e em alguns casos com os clientes. Já no trabalho a domicílio o trabalhador recebe suas tarefas e executa-as durante um período de tempo para depois serem enviadas a empresa. Como, por exemplo, acontece em indústrias calçadistas onde os empregados costuram um determinado número de sapato durante alguns dias e depois um funcionário da empresa recolhe o produto. O teletrabalho pode ser executado em qualquer lugar desde que longe do estabelecimento do empregador, já no trabalho a domicílio o empregado realiza as tarefas em casa. As tarefas realizadas pelo empregados do teletrabalho são mais complexas, exigindo um nível de conhecimento maior do teletrabalhador. No caso do trabalho a domicílio geralmente é realizado para tarefas manuais. As principais características que diferenciam os dois, trabalho a domicílio e o teletrabalho, do trabalho comum são:

  • Não há contato pessoal direto com a empresa;
  • No teletrabalho o empregado tem uma maior responsabilidade e autonomia na execução da tarefa;
  • O empregado é avaliado pela produção e não pelo tempo que esteve disponível para a empresa;
  • Há o isolamento físico do indivíduo frente aos outros empregados da empresa;
  • Horário flexível;
  • Salários mais baixos.

1.1 Vantagens e Desvantagens do Teletrabalho

O teletrabalho possui diversas vantagens as quais fazem alguns doutrinadores acreditarem que esta será a maneira como o trabalho será realizado no futuro em muitas profissões. Uma das grandes vantagens é evitar o deslocamento do empregado até a sede da empresa, dessa forma o empregado não perderá tempo no trajeto residência/sede da empresa, podendo usar esse tempo para praticar tarefas para o seu bem-estar, atividades físicas, programa com a família e amigos, por exemplo. Isso também acarreta uma diminuição de emissão de gases poluentes ao meio-ambiente. Ainda, é uma das alternativas para diminuir os caóticos congestionamentos nos grandes centros urbanos. Também, há redução dos gastos com transporte público, erosão da vida coletiva e dispersão sindical dos trabalhadores. Ademais, o empregado diminuirá suas despesas com combustível e transporte público, aumentando o seu poder de compra no final do mês, ou seja, a economia interna do país será beneficiada. Por outro lado, o trabalhador ficará isolado dos demais colegas de empresa, dificultando o seu crescimento profissional dentro da empresa. Os sindicatos perderam um pouco a força, pois ficará bem mais difícil de organizar e unir os trabalhadores para eventuais reivindicações e assembléias. O . trabalhador sofrerá menos de estresse e terá uma maior flexibilidade e horários, em contrapartida pode ser que se misture a vida pessoal com a vida profissional.

Reflexos Sociais do Teletrabalho

  • No Meio Ambiente

Atualmente uma das questões mais discutidas entre os políticos e a maioria dos cidadãos ao redor do mundo está relacionada a renovação das florestas, a economia de água e a poluição do ar, ou seja, vinculadas ao meio-ambiente. Um dos maiores problemas está relacionado à emissão de gás carbônico no ar. A migração dos atuais trabalhadores para teletrabalhadores pode ajudar na diminuição dos níveis de poluição emitidos pelos veículos. Geralmente os teletrabalhadores utilizam menos veículos automotores que os demais trabalhadores, pois eles não mais necessitam se deslocar de suas casas até a sede da empresa. Com a diminuição do número de veículos nas ruas, a poluição sonora - uma preocupação principalmente em grandes centros urbanos - também diminui. Ademais, quando se trata de trabalhador a domicílio nota-se uma redução no consumo de energia elétrica já que no ambiente de trabalho existem um número maior de equipamentos em funcionamento do que na residência do teletrabalhador.

  • Isolamento Social do Teletrabalhador

O teletrabalhador mesmo que se mantenha diariamente conectado aos demais colegas, seja por algum serviço de mensagem instantânea ele se mantém afastado fisicamente das relações interpessoais na empresa. Dificilmente, um teletrabalhador irá ser promovido quando um funcionário que execute as mesmas funções e tenha um cargo similar estiver executando suas obrigações na sede da empresa. Este último mantém, normalmente, um acesso com os seus supervisores e gerentes de uma maneira bem mais fácil quando comparado ao teletrabalhador. Dessa forma, quando uma promoção surgir o trabalhador presencial será beneficiado, pois seus responsáveis irão lembrar primeiramente dele do que do teletrabalhador. Além disso, fica mais difícil o acesso os demais colegas de trabalho, visto que os contatos terão que se dar todos virtualmente. Com isso, mesmo que um colega esteja presente no escritório no momento que um teletrabalhador precisar dele, esse dependerá que ele fique disponível on-line.

  • Reflexo do Teletrabalho e da Telemática nos Sindicatos

A flexibilização das leis do trabalho prevista na Constituição Brasileira de 1998 necessita da intervenção do sindicato como já foi visto anteriormente. Acontece que o teletrabalho afasta os trabalhadores fisicamente dos demais colegas de profissão.Em virtude disso fica mais difícil para o sindicato unir os trabalhadores para eventuais reivindicações assim como mobilizá-los para alguma questão de interesse coletivo. Apesar disso, a possibilidade de todos eles se manterem conectados aos demais colegas, facilita a circulação das informações. Por essa razão os sindicatos precisam encontrar novas maneiras de organizar a classe dos trabalhadores, aproveitando, também, os benefícios que a internet e os equipamentos telemáticos propiciam. Uma idéia, que já funciona, é a criação de grupos de discussões nos quais os trabalhadores e teletrabalhadores discutiriam desde pequenos problemas até questões que afetam toda a categoria. Alguns sindicatos já possuem páginas na Internet, porém nem sempre se mantém atualizadas, por isso informações em tempo real através da internet é outra alternativa palpável. Por fim, pequenos movimentos organizados virtualmente, como paralisações momentâneas quando bem planejadas e organizadas, podem ter efeitos positivos para os trabalhadores.

  • Saúde e Segurança do Teletrabalhador

É preciso analisar a questão da saúde e da segurança do empregado e no caso de este vir a fazer parte do grupo de teletrabalhadores. Com relação à saúde percebe-se que houve um grande aumento do estresse do trabalho e doenças causadas pelo esforço repetitivo, com a inserção de novas tecnologias nos postos de trabalho, principalmente pelo excesso no uso de computadores. Nota-se, que no caso dos teletrabalhadores que trabalham em casa, um excesso do número de horas trabalhadas, assim como uma diminuição das pausas para descanso.Em virtude disso, o teletrabalhador - o qual utiliza o computador durante quase na totalidade das horas trabalhadas - estará mais sujeito a sofrer uma doença por esforço repetitivo. Além disso, como dificilmente o ambiente de trabalho do teletrabalhador a domicílio passa por uma fiscalização, pode haver inobservância dos padrões ergonômicos, fadiga ocular, exposição a ruído e a temperaturas inadequadas. A longo prazo isto pode gerar doenças graves ao empregado, até mesmo impossibilitando-o para execução de suas tarefas. O grande problema no Brasil para se efetuar a fiscalização do ambiente de trabalho nos casos de trabalhador a domicílio é que este é inviolável: “Art.5 XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Portanto, a fiscalização a qual se efetua pelo Ministério do Trabalho através das Delegacias Regionais do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho só poderá acontecer com o consentimento do empregado.


Tecnologia e Desemprego

A modernização das empresas, o desenvolvimento tecnológico e um país moderno, atual, dependem em grande parte, da formação de recursos humanos capacitados, como de investimentos consistentes, contínuos e de longo prazo. A modernização e recuperação da atividade industrial não é acompanhada de criação de empregos na mesma velocidade e proporção. É cada vez mais divulgado nos meios de comunicação as filas intermináveis de desempregados que na maioria das vezes não têm qualificação para as vagas disponíveis. Antes da revolução industrial o modo de vida era em sua maior parte feita através de serviços artesanais, mas com o surgimento das máquinas começou uma substituição do homem por estes novos mecanismos de produção. A revolução Industrial fez ocorrer o aumento da produtividade e esse aumento da produtividade aliado ao excesso de mão-de-obra, gera, inevitavelmente, desemprego, mas essa situação só não foi mais grave porque ao lado da Revolução Industrial ocorreu a Revolução Agrícola. Mesmo com a expansão agrícola, o excesso de mão-de-obra nas cidades onde se concentravam as indústrias fez baixar escandalosamente os salários dos trabalhadores, apesar de os trabalhadores especializados terem melhorados seu padrão de vida, a grande maioria ganhava apenas o suficiente para sobreviver. E a partir de então tudo veio a mudar, épocas em que o país desenvolvia em um ritmo desenfreado, épocas de crise, de altas inflações, até chegarmos aos dias de hoje. Apesar de o avanço tecnológico ter trazido um desenvolvimento ao país, junto veio o desemprego de milhares de seres humanos que não têm qualificação para manusear as máquinas, computadores e todo o aparato moderno que estão sendo introduzidos diariamente nas empresas de grande e pequeno porte. O desemprego gera um grande sofrimento físico e moral às pessoas, ver-se sem condições de manter sua família, de alimentar seus filhos, de ter um teto para morar, sentir sua dignidade sendo esmagada, a exclusão social, a humanidade torna-se cada vez mais competitiva e fria. A modernização afeta a pessoa não só como trabalhador, mas também como ser humano, já que as emoções e os sentimentos estão seriamente comprometidos. É com grande preocupação que vemos pessoas sendo substituídas por máquinas, mesmo sabendo que nos dias de hoje existe a necessidade de se criar cada vez mais tecnologias para acelerar a produção, melhorar a qualidade dos produtos, reduzir custos e facilitar a vida das pessoas. Mas para que o número de desempregados não cresça e para diminuir o número de pessoas na miséria, seria necessário um investimento maior de nossas autoridades políticas na educação, no ensino profissionalizante, é notório que sobram vagas no mercado de trabalho, mas isso apenas acontece em áreas onde se exige mão-de-obra qualificada, ou seja, a falta de especialização das pessoas, isso é que torna-se hoje em dia a principal causa do desemprego já que as empresas necessitam de profissionais capacitados com curso técnicos profissionalizantes. À medida que as empresas se modernizam e aumentam a complexidade da tecnologia utilizada, é requisitada maior aptidão técnica e pessoal, ou seja, a cada dia pessoas são consideradas desqualificadas para os cargos abertos nas empresas, a tecnologia nos traz conforto junto com insegurança. Essa tecnologia que vem sendo desenvolvida desde a Revolução de 1750 na Inglaterra trouxe e continua a trazer problemas e é uma das principais causas do desemprego mundial, já que uma máquina substitui o trabalho de dez, vinte ou mais trabalhadores, esses funcionários perdem emprego e portanto ficam sem oportunidade pois todos os setores estão se modernizando. Junto com essa modernização estão desaparecendo profissões e atividades profissionais, não só o governo como também a sociedade tem que contribuir para juntos encontrar uma solução. Ao mesmo tempo em que a tecnologia é tida como um dos grandes fatores de transformação, essa mesma tecnologia não existe para todos, e que significa que em um mesmo ambiente (espaço físico e social) podem existir competições desiguais entre empresas, gerando exclusões sociais, desequilíbrios regionais, perda da gestão local e sustentável e redução do poder do Estado, resultando em uma nova dinâmica para a geração e sustentação do emprego, com exclusão de trabalhadores da própria possibilidade de vir a ter um emprego, porque se acham destituídos do potencial e da própria importância econômica. A tecnologia não trouxe apenas o aumento de pessoas desempregadas, veio consigo o mercado informal que é cada vez maior, a dificuldade de estar inserido ao mercado de trabalho obriga a escolha de qualquer ocupação ou atividade fora do mercado de trabalho regular para assim poder se manter e manter sua família com um pouco de dignidade. Voltar ao mercado de trabalho torna-se cada dia mais difícil devido ao surgimento de sub-setores, onde se contrata sem respeitar aos direitos trabalhistas, com salários muitos baixos e uma carga horária excessiva de trabalho. Mas o desenvolvimento não trouxe apenas o desemprego, trouxe também conforto e um mercado de trabalho diferenciado fazendo com que as pessoas busquem por melhoras na sua educação levando-os aos cursos profissionalizantes ao ensino superior, de volta às aulas, a uma visão holística. Incentivou aos trabalhadores participam mais da gestão do processo de produção, exigindo-lhes mais aptidão para trabalhar em equipe, para exercer lideranças e para se adaptarem às mudanças que são diárias. Está consagrado na Constituição Federal o princípio da isonomia. A isonomia deve ser efetiva com a igualdade da lei e o da igualdade perante a lei, também está disperso em outros dispositivos constitucionais. Com o passar dos anos a sociedade sente falta de um tratamento mais igualitário como instrumento de justiça social, a partir daí a conscientização da tutela dos interesses sociais fazem parte do cotidiano empresarial. A hermenêutica como ciência filosófica voltada para o meio de interpretação de um objeto e no direito é uma técnica específica para a interpretação das legislações de todas a áreas inclusive na área empresarial. O contrato é um ato jurídico em que duas ou mais pessoas se obrigam, ou convencionam, por consentimento recíproco, a dar, fazer, ou não fazer alguma coisa, verifica-se assim, a constituição, modificação, ou extinção das obrigações, verificando-se a preponderância da autonomia da vontade no direito obrigacional, como ponto principal de um negócio jurídico. A linguagem é a base das relações sociais, em razão disso, o direito sofre influência de como está organizada a sociedade, o seu ordenamento jurídico, na contemporaneidade ver-se o aumento significativo de tecnologias, em contrapartida as promessas de acesso rápido aos bens e benefícios disponíveis na contemporaneidade, individuais ou coletivas. O contrato é um fenômeno econômico, sendo assim sua função natural do contrato é econômica, apresentando-se não como objetivo do contrato, mas como limite da liberdade do contratante em incentivar a circulação de riqueza, a intervenção judicial no domínio do contrato garante o respeito a função social na busca de uma solução tipificada em lei e através destes institutos é que será permitida a invalidação ou revisão do contrato. Na atualidade vive a cultura do individualismo e consequentemente, passa a haver uma mudança de entendimento do que venha a ser condição humana e de direitos.


Trabalho precário/Informal

O trabalho precário nas últimas décadas é o resultado do crescimento da globalização (interdependência econômica e seus correlatos, tais como maior comércio internacional e movimento acelerado de capital, produção e trabalho) e da expansão do neoliberalismo (uma ideologia que implica desregulação, privatização e remoção de proteções sociais). Essas mudanças são acarretadas por mudanças tecnológicas, tais como computadorização, digitalização e avanços em tecnologia de informação, que possibilitam muitos dos aspectos da globalização. Em muitos países, houve também um decrescimento geral dos sindicatos e um crescimento do individualismo. Todos esses fatores vêm contribuindo para um aumento do trabalho precário. No Brasil, a difusão do trabalho precário aconteceu um pouco depois que os Estados Unidos, nos anos de 1990, com o aumento da privatização e da desregulação que acompanharam um comprometimento a uma ideologia neoliberal e ao “Consenso de washington”. A pauta neoliberal também apareceu tardiamente no Brasil, em comparação com o resto da América Latina, talvez porque já houvesse no país uma estrutura industrial ampla e sofisticada, diferente do que era encontrado nos outros países da América Latina A expansão do trabalho precário no Brasil resultou em grande parte das reformas liberais que acompanharam a privatização em meados dos anos de 1990. Um grande número de empresas adotou novas tecnologias e formas de organização do trabalho, o que resultou em um aumento de produtividade. Essas mudanças também significava que menos trabalhadores eram necessários, o que levou a uma redução da força de trabalho. Houve também um crescimento lento do PNB per capita de 1990 a 2004 (somente 15% durante esse período). Esses fatores levaram a um aumento na insegurança de emprego no setor formal, maior desemprego e expansão do setor informal. O ano de 2017 apresentou uma contínua redução da taxa de desemprego. Trimestre a trimestre, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, a PNAD Contínua, do IBGE, mostrou que o número de trabalhadores em busca de uma ocupação foi decrescente: a taxa, que marcou 13,7% de janeiro a março, caiu para 11,8% de outubro a dezembro. A qualidade dos postos de trabalho gerados é, no entanto, questionável. A informalidade deu o tom o comportamento do desemprego ao longo de 2017. Em dezembro do ano passado a população ocupada era de 92,1 milhões de brasileiros e os trabalhadores informais (sem carteira ou por conta própria) eram 37,1% do total ou 34,2 milhões, superando o contingente formal, que somava 33,3 milhões. Segundo o IBGE, foi a primeira vez na história que o número de trabalhadores sem carteira assinada superou o conjunto de empregados formais. Enquanto o número de empregados com carteira de trabalho assinada ao fim de 2017, 33 milhões, foi de 2% menor que um ano antes, o total de trabalhadores sem registro em carteira cresceu 5,7% no mesmo período. A categoria dos trabalhadores por conta própria, somava 23,2 milhões de pessoas ao fim de 2017, crescimento de 4,8% em relação ao fim de 2016. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, o mercado de trabalho formal encolheu em 2017 pelo terceiro ano seguido, com o fechamento de 20.832 postos de trabalho com carteira assinada. Desde de 2015, quando as demissões passaram a superar as contratações, a economia brasileira perdeu 2,87 milhões de empregos formais. As mudanças estruturais que levaram ao trabalho e às relações de trabalho precárias não são fixas, nem são consequências irreversíveis e inevitáveis de forças econômicas. O grau de precariedade varia entre organizações dentro dos Estados Unidos e do Brasil, dependendo do relativo poder dos empregadores e empregados e da natureza de seus contatos sociais e psicológicos. Além do mais, a grande variedade de soluções para o objetivo duplo de flexibilidade e segurança adotado por diferentes regimes empregatícios ao redor do mundo ressalta o potencial de forças políticas, ideológicas e culturais para moldar a organização do trabalho e a necessidade de soluções globais. Existem muitos obstáculos para a implementação dos tipos de investimentos sociais e proteções sociais. Todavia, um entendimento claro da natureza do problema, combinado com a identificação de alternativas plausíveis e a vontade política de atingi-las - sustentado pelo poder coletivo dos trabalhadores -, oferece a promessa da geração de um contra-movimento eficaz. Pelo Exposto, verifica-se que o Teletrabalho é uma nova modalidade a ser explorada não só no Brasil, mas no mundo todo, com inúmeras vantagens não apenas ao empregado, mas também a empresa contratante e a economia em geral. As vantagens da aplicação em massa são inúmeras, pense pela ótica do meio ambiente e a economia que será realizada por um simples fator, o de o trabalhador não precisar se deslocar até o ambiente tradicional de trabalho para desempenhar suas funções habituais, totalizando ao final de uma jornada normal de trabalho um grande número de horas de crédito, podendo estas serem usadas para o lazer ou qualquer outra atividade que o Teletrabalhador possa querer realizar. A empresa, gastando menos infra-estrutura poderá investir mais em seu bem mais precioso, qual seja o empregado, e este, sendo objeto-mor da empresa, ganhará em satisfação, e como é notório, empregado satisfeito é sinônimo de aumento de produtividade, fazendo dessa forma o retorno do investimento aplicado pela empresa na satisfação pessoal do trabalhador.


Plataformas e Algoritmos de Contratação

Os recursos humanos não ficaram de fora da onda de disrupção que tem transformado diversos setores da economia nos últimos anos. Cada vez mais populares, as startups de recrutamento já começam a ser absorvidas no dia a dia de grandes e pequenas. Seguindo a onda das fintechs (que vem revolucionando o setor financeiro), muitas delas já abraçaram a expressão HRtechs, em umas junção dos termos human resources (recursos humanos) e technology (tecnologia). Algumas já se destacam facilitando a busca de talentos para gigantes, como é o caso da plataforma Revelo. “Por mês recebemos algo entre 10 mil a 20 mil currículos”, conta o cofundador da plataforma, Lachlan de Crespigny. “Destes, selecionamos os 5% ou 10% melhores. Então eles são disponibilizados no nosso markeplace, que conta com centenas de empresas”. A “triagem” realizada pela startup é considerada o diferencial no auxílio aos departamentos de RH: ela processa dados histórico de potências contratantes e contratados, identificando o perfil correto de cada situação. “Fazemos um trabalho que os RHs não gostam de fazer. Se a empresa usasse os canais tradicionais ela receberia muita coisa que não faz sentido”, airma o cofundador da Revelo. Em 2017 mais de mil candidatos foram encaminhados para processos seletivos através da empresa. Crespigny explica que parte dos clientes remuneram a startup por vaga preenchida; um modelo de fee mensal, contudo, começou a ser viabilizado neste ano, sobretudo entre clientes de maior porte. “Começamos a focar esforços [nas grandes] em junho”, contra o executivo. No caso da startup mineira Vulpi, o caminho inverso foi trilhado. “No começo atuavamos via um modelo de assinaturas até percebermos que muitas empresas não têm demanda recorrente [de contratações]”, explica um dos fundadores e CEO da plataforma, Fellipe Couto. A saída veio na forma de um novo modelo de geração de receita. “Somos remunerados por taxa de sucesso. Quando a empresa contrata um funcionário, recebemos o equivalente ao valor de seu primeiro salário nominal”. Em 2017, 300 empresas foram “impactadas” pelo serviço, incluindo firmas estrangeiras. Voltada para a contratação de desenvolvedores da software, a Vulpi não revela o número de vagas preenchidas a partir da ferramenta, mas garante que 50 mil profissionais já estão inscritos na plataforma. “Recebemos 25 currículos por dia”, conta Couto, explicando que um algoritmo com inteligência artificial comprova de forma automatizada as competências dos pleiteantes. Tal qual Crespigny, Couto nega que a atuação da Vulpi tira trabalho dos departamentos internos de RH. “Não vamos substituir o recrutador, mas sim tornar ele mais estratégico e menos operacional”. Para 2018 a Vulpi planeja expandir a intermediação para além dos desenvolvedores de software, abarcando também analistas de rede, infraestrutura ou banco de dados. Além disso, a empresa também estuda como atender a demanda por trabalhos pontuais. Na visão dos executivos a tendência é que os próximos anos suscitam um profusão maior de empresas de tecnologia para recrutamento, sobretudo por conta da entrada massiva de millennials no mercado de trabalho. As empresas ainda têm dificuldade para entender, mas [o novo perfil do trabalhador] não quer ficar para sempre no mesmo lugar, é ávido por crescer rápido e ama a liberdade.

Referências:

http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/viewFile/1591/1563

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672011000300010

https://exame.abril.com.br/noticias-sobre/teletrabalho/

http://www.scielo.br/pdf/osoc/v12n33/a02v12n33.pdf

REBELO, Glória (2004), Flexiblidade e Precariedade no Trabalho, Lisboa, Fundação para a Ciência e Tecnologia.

RISO, Sara (2010), “Formas flexíveis de trabalho: regimes contratuais ‘muito atípicos’” (resumo), Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, documento disponí­vel em [http://www.eurofound.europa.eu/pubdocs/2010/091/pt/1/EF10091PT.pdf].

ROSA, Teresa (coord.) (2003), Trabalho Precário. Perspectivas de Superação, Lisboa, Observatório do Emprego e Formação Profi ssional, Instituto do Emprego e Formação Profissional.

KOVÁCS, Ilona (1999), “Consequências da reorganização das empresas no emprego” in Organizações e Trabalho, n.º 22, pp. 9 -25).