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Violante do Céu Soares de Sousa[editar | editar código-fonte]

Violante do Céu Soares de Sousa foi mulher índigena comumente descrita como descendente de Araribóia. Herdeira de grandes propriedades, suas terras se localizavam, principalmente, próximas às Barreiras Vermelha, como então eram conhecidos os terrenos de argila vermelha que se estendiam da Boa Viagem até a ponta do Gragoatá. Foi casada com Domingos de Araújo, um fazendeiro da região, e juntos realizaram diversas doações de terras para a construção de Igrejas espalhadas por Niterói. Dentre as mais importantes está o terreno utilizado na construção de uma capela em 1652, que deu origem à atual Igreja de São Domingos de Gusmão, localizada em Niterói, núcleo original do povoado de São Domingos, e posteriormente deu espaço para o Campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense.[1]

Em São Domingos a Fazenda/Engenho de Mandioca da família foi dividida em várias chácaras ou sítios. Com isso, o povoado mencionado cresceu exponencialmente para o lado do centro atual de Niterói seguindo a Rua Visconde do Rio Branco, passando pela enseada de São Domingos ou, simplesmente, Enseada de Domingos de Araújo. Na outra direção, a lenta expansão do bairro alcançou outras localidades que, mais tarde, receberam os nomes de Ingá, Boa Viagem e Icaraí.

Outra contribuição de extrema importância foram as doações realizadas para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro de Niterói. Segundo pesquisadores, o terreno para edificação do tempo media, originalmente, 200 braças (cerca de 360 metros). Sua localização ficava, aproximadamente, 500 metros da Praia Grande (ou, conforme diz PIZARRO, 1794 ¾ de léguas) em um pequeno morro, à direita do caminho arenoso da restinga. Foi doado pelos herdeiros do líder indígena Araribóia: Gaspar (ou Gastão) Soares de Souza e sua esposa Maria Soeiro Soares de Souza; Sebastiana Soares e seu esposo João da Rocha Paris; Margarida Soares, viúva de Vicente Miranda; e o Violante do Céu Soares, viúva de Domingos de Araújo.

Memória[editar | editar código-fonte]

Ainda que os vestígios históricos apontem para a imagem de Violante como uma líder indígena bastante influente, o imaginário que vem sendo construído desde o século XVII é de uma mulher que está sempre vinculada ao marido, sendo vista sempre como uma figura secundária, sem agenda própria. Violante do Céu e a Igreja São Domingos de Gusmão são inseparáveis como objetos históricos, assim como Violante do Céu serve como base histórica para a igreja o oposto por sua vez venha a ser igualmente verdade. Até o presente momento não existe nenhum esforço por parte das autoridades de promover políticas que visem a consolidação da memória popular acerca dessas pessoas que ajudaram de fato a construir a cidade de Niterói.


GAMA, Renata Aymoré. Arquiconfraria Nossa Senhora da Conceição: 350 anos de fé e benção. DB Editora: Niterói, 2021.