Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Uberaba FCU/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os primeiros habitantes do arraial de Uberaba construíram suas moradias na parte central da cidade, localizada numa depressão, que corresponde ao trecho do calçadão da rua Artur Machado. O viajante Barão de Eschewege, que passou no arraial em 1816, citou a presença de nove famílias e 47 moradores nessas imediações. Três anos após, o francês Saint Hilaire passou por Uberaba e destacou que o arraial era composto por 30 (trinta) casas espalhadas nas duas margens do riacho e todas, haviam sido recém construídas (1819), sendo que algumas ainda estavam inacabadas. Muitas delas eram espaçosas, pelos padrões da região e feitas com esmero.[1]. Com o crescimento da cidade, outros locais foram ocupados e, devido ao relevo (topografia) do local, foram povoadas áreas de maiores altitudes, conhecidas no século XIX como Colinas. O traçado das ruas seguia o padrão de algumas cidades do Brasil colônia, com alinhamentos irregulares, como se pode perceber nas cidades de Paracatu, Ouro Preto e Sabará, em Minas Gerais. Outra cidade com essa características é a cidade antiga de São Mateus, Estado do Espírito Santo.

Segundo Borges Sampaio, em seu primeiro estudo topográfico (jornalista que contribuiu, decisivamente, para a elevação da vila de Uberaba à categoria de cidade), os primeiros habitantes não prevendo, talvez, o grande desenvolvimento que o povoado em breve tempo havia de atingir e o importante papel que mais tarde representaria no país, não seguiram, desde o principio um plano regular de assentamento de moradias. Grande parte das moradias eram composta por chácaras, com amplos quintais, acompanhando as formas do terreno e serpenteando dentre os pequenos regatos. [2]. Em seu estudo topográfico publicado no ano de 1880, Sampaio identificou a existência de 6 colinas onde atualmente se encontram os seguintes bairros: Boa Vista, Estados Unidos, Abadia (Colina da Misericórdia), São Benedito (Colina do Barro Preto), Centro (Colina da Matriz) e Mercês (Colina de Cuiabá). Nessa época, o bairro Boa Vista compreendia também o bairro do Fabrício, que ainda não tinha esse nome.

O termo colina utilizado por Sampaio referia-se aos pontos mais altos da cidade, naquela época. Do ponto de vista geomorfológico, o relevo de Uberaba se caracteriza, na realidade, como uma planície de deposição sedimentar (depressão), com material oriundo das altas cadeias que havia na região de Araxá (Serra da Canastra). Devido ao fato de que esse material sedimentar ser suscetível a erosões, o deslocamento das águas dos córregos moldou a topografia de Uberaba, fazendo surgir alguns vales, onde hoje se encontram as principais avenidas da cidade, como Avenida Leopoldino de Oliveira, Santos Dumont, Guilherme Ferreira e Fidelis Reis.[3]

Durante o século XX, Hildebrando Pontes substituiu o termo Colinas por Altos e identificou mais um Alto, o Fabrício [4]. Nessa época, o Alto do Fabrício já havia se desmembrado do Alto da Boa Vista. Nos dois autores, a delimitação dos bairros acontece naqueles vales, onde correm córregos que, canalizados, deram lugar às avenidas. Assim, podemos identificar o córrego da Estação e do Pontilhão na atual Avenida Fidelis Reis. O córrego Barro Preto, atual Guilherme Ferreira e o Córrego da Manteiga, atual Avenida Santos Dumont. De acordo com o mapa de Uberaba confeccionado pelo engenheiro Abel Reis, em 1942, o Córrego Olhos D'água nasce nas proximidades do Conjunto Frei Eugênio e segue até o Mercado Municipal. Daí para a frente, esse Córrego deságua no Córrego das Lages, que percorre o trecho do Mercado Municipal, sentido Univerdicidade, até o Rio Uberaba e drena toda a bacia da cidade.

Como é possível perceber, houve uma diferença na identificação das colinas entre Borges Sampaio e Hildebrando Pontes. No século XIX em nenhum momento aparece a expressão "sete colinas", o que ocorre com frequência no século XX. De acordo com o professor Carlos Pedroso, é provável que essa denominação tenha entrado no domínio popular depois da vinda do primeiro bispo Dom Eduardo Duarte Silva para Uberaba. Segundo ele, Dom Eduardo residiu na cidade de Roma, conhecida desde a antiguidade como cidade das sete colinas. A conceituação inicial das colinas nos séculos XIX e XX se limitava aos bairros próximos do centro. Com o crescimento da cidade de Uberaba e o surgimento de novos bairros na zona periférica é difícil compreender a manutenção do mesmo conceito inicial das colinas. [5]

Todas as 7 (sete) Colinas da Cidade de Uberaba com divisão dos córregos

Ao todo, Uberaba é formada por 7 (sete) colinas ou altos, sendo elas:

  • Colina Boa Vista;
  • Colina Estados Unidos;
  • Colina Misericórdia;
  • Colina da Matriz;
  • Colina Cuiabá ;
  • Colina do Barro Preto;
  • E no mais tardar, o Alto do Fabrício.

A Colina do Boa Vista (Bairro do Boa Vista)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina do Boa Vista no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto da Estação no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto da Estação: Assim se denomina a parte compreendida à margem direita do córrego da Quinta da Boa Esperança e à margem esquerda do córrego do Pontilhão, ficando nas margens opostas às indicadas, respectivamente, os altos dos Estados Unidos e do Fabrício.[6]

No século XIX o bairro Boa Vista compreendia também o Fabrício. No final desse século, houve o desmembramento dos bairros.

A Companhia Mogiana dinamizou o Bairro Boa Vista, com instalação de importantes pontos comerciais, como pensões e hotéis. Para lá passaram a convergir significativo fluxo populacional impulsionado pela chegada da ferrovia. Com o crescimento da cidade, a localização da estação férrea passou a não comportar mais o movimento de cargas e passageiros. Em janeiro de 1946 iniciou-se a construção do novo prédio da Mogiana, projetado por Abel Reis, na atual praça José Pereira Rebouças. Possui aproximadamente 45 mil habitantes.

Aos poucos, o bairro ganha mais diversidade com a instalação de um número cada vez maior de casas, estabelecimentos comerciais, pensões e vilas, como a dos ferroviários, Santa Adélia, João Pinheiro, Leandro, Presidente Vargas, Arquelau e Jardim Bela Vista.

No ano de 1975 inaugurou-se a Escola Municipal Boa Vista, que atendia as Séries iniciais do Ensino Fundamental e foi uma das primeiras a oferecer o curso normal e o colegial no município de Uberaba. Em 2006 o bairro recebeu a Unidade Básica de Saúde Terezinha Graça Gideão Carvalho.

Após o ano de 2008, o Mercado Distrital Boa Vista e o Banco de Alimento, dentre outros estabelecimentos, tiveram sua ascensão e, em parceria com a Prefeitura Municipal de Uberaba e a Associação de Catadores de Produtos recicláveis, foram pontos de referência para a distribuição de alimentos para uma média de 400 famílias.

Um dos artistas do bairro é o artesão Antônio Cleofas que, há 24 ambos no mercado, tornou-se um nome reconhecido na arte da cerâmica, produzindo peças, uma a uma, com design exclusivo e oferecendo a opção de atendimento no varejo.

Outro cidadão das artes, morador do bairro é o cineasta e ator uberabense, Tião Valadares, que produziu o filme Crack: A pedra do Diabo com recursos aprovados pelo Ministério da Cultura. As filmagens foram realizadas no Cemitério dos Mortos Vivos, mais conhecido como Boca do Lixo, em São Paulo e também em Uberaba.

A Colina Estados Unidos (Bairro Estados Unidos)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina Estados Unidos no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto dos Estados Unidos no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto dos Estados Unidos: Está compreendido entre a margem direita dos córregos de Santa Rita e das Lages, que o separam dos altos d'Abadia e da cidade e da cidade; e à margem esquerda do córrego do Comércio, pelos seu afluente que vem da Quinta da Boa Esperança, ficando a outra margem, os altos do Fabrício e da Vila Carlos Machado.[7]

O imigrante italiano Paschoal Toti foi um dos primeiros morador e empreendedor do bairro. Mudou-se para lá no final do século XIX e montou uma fábrica de macarrão e em seguida, uma cervejaria. Imediatamente estabeleceu amizades e participou de grupo de solidariedade aos imigrantes. Sempre se referia aos Estados Unidos, país que residia antes de vir ao Brasil, quando realizava acordos e negócios. Por isso, o bairro popularmente ficou conhecido com o nome de Estados Unidos.

Imediatamente imigrantes portugueses, italianos, espanhóis e libaneses se estabeleceram no bairro e instalaram associações de proteção e promoção ao estrangeiro em Uberaba. Assim surgiram a Fratelanza Italiana; a Sociedade Espanhola de Socorros Mútuos, responsável pela fundação do Lar Espírita e Sanatório Espírita; Sociedade Beneficência Portuguesa, que fundaria o Hospital Beneficência Portuguesa. Essas associações ficavam no entorno da Praça Comendador Quintino, próximo onde atualmente se localiza a Loja Maçônica Estrela Uberabense.

Aos poucos foi se tornando um bairro comercial, de forte influência estrangeira. A rua Padre Zeferino acumulou um significativo contingente de libaneses. A força econômica logo se perceberia pela qualidade de vida de seus moradores, estrangeiros, empreendedores e participantes da vida política da cidade.

A Quinta da Boa Esperança na divisa do bairro, se tornou conhecida pela distribuição de água e, principalmente, pela visita do Conde D'Eu no ano de 1889. Em 1911 fundou-se o Centro Espírita Uberabense, o primeiro com organização oficial e administrativa de Uberaba.

O Estádio Antonio Dal Secchio até hoje representa a paixão dos futebolistas amadores, com a equipe do Independente Atlético Clube, principal força esportiva de seus moradores.

Instalaram-se também os principais retransmissoras de TV, desde a década de 1960. Em 1962, dez anos antes da inauguração da TV Uberaba, a cidade passou a receber as imagens da TV Tupi, do Rio de Janeiro.

No bairro também destacam-se o Museu de Arte Sacra, ou Igreja de Santa Rita, o Hospital da Criança e diversas escolas de ensino fundamental e médio.

A Colina Misericórdia (Bairro da Abadia)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina Misericórdia no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto da Misericórdia no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto d'Abadia: Está compreendido entre os córregos do Barro Preto e Capão da Igreja (margem direita) que o separa dos altos do Barro Preto e São Benedito, e o córrego de Santa Rita que o separa do alto dos Estados Unidos. Neste alto fica situada, mais embaixo, a parte que se conhece por alto da Misericórdia.[8]

No bairro já existiu uma casa de saúde para tuberculosos, possuidores de Hanseníase e, atualmente em atividade, o Hospital do Pênfigo. Até a década de 1950 havia no bairro a Vila dos Pobres, localizada no final da Rua Prudente de Morais, do lado direito, onde atualmente se encontra o bairro comumente chamado de Coreinha. Já foi considerado o maior bairro de Uberaba, contudo, cercado pelo bairro do Cartafina, Costa Teles e região central, sua geografia fica limitada à região onde sempre esteve circunscrita. Atualmente calcula-se aproximadamente 30 mil habitantes.

Atualmente vive um processo de expansão considerável e uma aceleração econômica e social, especialmente a partir de sua rua principal, a Avenida Prudente de Morais. Partindo da Praça da Abadia até o Matadouro, as pessoas atravessam um conjunto de casas comerciais com conteúdo diversificado, com intensas atividades, todos os dias da semana. Diferente do que foi no passado, hoje é um bairro dinâmico, produtivo, voltado para diferentes formas de superação dos desafios que já foi uma marca no seu passado.

Na mesma rua, todos os domingos pela manhã, os moradores aproveitam uma das maiores feiras do triângulo mineiro: a Feira da Abadia para se divertir, fazer compras e aproveitar um dia de domingo. Uma das principais praças esportivas é o Estádio do Atlético Mineiro de Uberaba, conhecido como "Atlético da Abadia". Ainda hoje é uma atração e paixão da população do bairro.

As principais escolas são tradicionais, como o Grupo América, Bezerra de Menezes, Abadia, Geraldino, Colégio Cenecista José Ferreira, Projeto de Gente e Nossa Senhora das Dores. Uma das principais faculdades do Triângulo Mineiro se instalaram no bairro, como: Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Destaca-se também o CEMEA Abadia, importante ponto de encontro para o desenvolvimento de várias atividades artísticas e esportistas.

A Basílica Nossa Senhora da Abadia reúne anualmente milhares de pessoas que acompanham a imagem da santa padroeira no dia 15 de agosto, todos os anos. Além do catolicismo destacam-se também outras denominações religiosas, como a 2º Igreja Presbiteriana, Batista, Assembléia de Deus e Congregação Cristã do Brasil, entre outras. Além das igrejas evangélicas, a população também possui devoções que são marcas da presença africana em Uberaba, como as religiões afro-brasileiras.

A Colina da Matriz (Bairro Centro)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina da Matriz no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto da Matriz no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto da Matriz ou da Cidade: Esta colina tem, propriamente estes nomes, do "Liceu de Artes e Ofícios" para baixo; para cima se conhece por alto de São Benedito. É a parte mais extensa da cidade. Fica situada entre os córregos das Bicas, da Manteiga (margem direita) e das Lajes pelo qual sobe até a nascente do Capão da Igreja, ficando, à margem oposta de cada um dos mesmos, de baixo para cima, os altos do Fabrício, dos Estados Unidos, d'Abadia e Barro Preto".[9]

O povoamento inicial da cidade aconteceu neste Alto. Ao instalar a capela de Santo Antonio e São Sebastião de Uberaba, buscou-se um dos locais de maior altitude. Com isso, a capela foi edificada onde atualmente se encontra o prédio do Centro Cultural "José Maria Barra". No dia 2 de Maio de 1820 a capela tornou-se paróquia (Freguesia), com um vigário permanente, responsável não só pelos cuidados religiosos mas também pela administração da comunidade em ascensão. Ao lado e em frente da Igreja foi instalado o cemitério, como era costume nas colônias portuguesas. Em 1935 teve início a construção da futura Matriz e Catedral de Uberaba, alguns metros abaixo da antiga capela.

Em 1955, depois de uma ampla reforma, Frei Eugênio inaugurou o Cemitério São Miguel, ao lado da antiga capelinha.

A Colina Cuiabá (Bairro Mercês)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina Cuiabá no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto das Mercês no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto das Mercês: Abrange toda a margem esquerda dos córregos das Bicas, da Manteiga e das Lajes até ao rio Uberaba. À outra margem ficam o alto de São Benedito e a cidade até a junção dos córregos da Manteiga e das Lajes e daí por diante com o alto do Fabrício. Antigamente este alto se chamava Cuiabá porque dele saía a estrada em direção àquela cidade matogrossense. Alguns jornaizinhos de Uberaba deram a este alto os nomes de "Sant'Aninha" e "Caminho do Céu". [10]

Ganhou esse nome graças à devoção de imigrantes portugueses a Nossa Senhora das Mercês, cultuada no norte de Portugal.

Era porta de entrada para os condutores de boiadas, carros de bois e outros passageiros e viajantes, que chegavam à cidade, especialmente vindos da região de Cuiabá, capital de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul.

Os moradores instalaram um cruzeiro na atual praça Dom Eduardo, em frente ao Colégio Diocesano, inaugurado depois. Tinham a finalidade de construir uma Igreja com a denominação da santa de devoção portuguesa. Localizado num lugar de maior altitude em Uberaba, esse cruzeiro era visível há vários quilômetros de distância. Dessa forma, os tropeiros e condutores de carros de bois, localizavam-se por meio dele e, vendo-o, sabiam que haviam chegado em Uberaba.

Ainda no século XIX, o bairro se tornou um centro importante no ponto de vista educacional. Em frente ao cruzeiro, o político Fernando Vaz de Melo instalou uma escola que levava o seu nome e depois viria a se chamar Colégio Uberabense. Depois, com a chegada do primeiro bispo em Uberaba, Dom Eduardo Duarte da Costa, esse colégio foi adquirido para se transformar em seminário religioso.

Dom Eduardo também contrariou a população elegendo o Sagrado Coração de Jesus como o santo padroeiro da Igreja que construiu e foi inaugurada em 1905, tendo transferido para Uberaba a sede do bispado e a Catedral para essa Igreja (atual Adoração Perpétua).

No dia 4 de dezembro de 1902, Dom Eduardo Duarte Silva solicitou a vinda dos Maristas para nossa cidade, todos franceses, para assumirem uma escola da diocese, que funcionava onde atualmente é o colégio Marista Diocesano.

O casarão da escola foi transformado em colégio para alunos internos e externos e teve uma parte reservada para a residência da comunidade religiosa dos Irmãos. A escola deveria ser chamada de Colégio Sagrado Coração de Jesus, mas o povo continuou chamando-a de Colégio Diocesano. As aulas tiveram início dia 3 de fevereiro de 1903, com 86 alunos, internos e externos.

Com um ano sob a direção dos Maristas, o Diocesano foi equiparado ao Pedro II, do Rio de Janeiro, pela qualidade do ensino, podendo seus alunos entrar direto em qualquer curso superior do Brasil, sem terem de fazer exame vestibular.

No final do século XIX, foi instalado o Joquei Clube de Uberaba e na rua onde atualmente está situada a avenida da Saudade, acontecia corridas de cavalos. Com a instalação do cemitério São João Batista, no ano de 1900, o hipódromo foi transferido para o bairro São Benedito.

O bairro abrigou a sede do Uberaba Sport Club, conhecido popularmente naquela época como Campo das Mercês, Brejinho ou das Mangueiras. Diversos foram os nomes do Estádio do USC, até ganhar definitivamente a denominação de Boulanger Pucci, ex-prefeito de Uberaba que por diversas vezes assumiu a presidência do clube. Gabriela de Castro Cunha doou uma parte do terreno para a construção do estádio e a outra metade foi adquirido por Stanislau Severino Soares. Os diretores imediatamente edificaram as arquibancadas segundo o padrão da época, ou seja “art-noveau”, com capacidade para 1.120 pessoas. Sua inauguração ocorreu em 1922. O Estádio fez parte da história do bairro e não existe mais.

Em 20 de fevereiro de 1941 os moradores do bairro fundaram um dos mais tradicionais e querido clube do futebol amador de Uberaba MG, a Associação Esportiva Merceana, que atualmente possui oito títulos do campeonato amador.

Com o crescimento do bairro novas escolas foram instaladas, fábricas e pequenas indústrias. Trata-se de um bairro preferido por muitos uberabenses para instalar residências e pequenos negócios.

A Colina do Barro Preto (Bairro São Benedito)[editar | editar código-fonte]

Inicialmente conhecida como Colina do Barro Preto no seculo XIX e, no mais tardar, como Alto do Barro Preto no seculo XX pelo Hildebrando Pontes.

Alto do Barro Preto: Fica entre os córregos Capão da Igreja (margem direita) e Barro Preto (margem esquerda) que o separa do alto d'Abadia.[11]

O bairro São Benedito é um dos bairros mais antigos de Uberaba. Suas ruas principais partiam do prédio principal da cidade, a Câmara Municipal de Uberaba, e seguiam o caminho em direção ao acesso que ligava Uberaba às estradas em direção ao Delta, Estado de São Paulo e São Pedro de Uberabinha, hoje Uberlândia. Dessa forma, surgiam ruas que se desprendiam do núcleo inicial, como Tristão de Castro, Major Eustáquio e Olegário Maciel.

Na década de 1930 foi instalada a Estrada de Ferro Oeste de Minas, no local onde existe atualmente o Terminal Rodoviário de Uberaba, atraindo uma diversidade econômica para a região. Dessa forma, a rua Tristão de Castro transformou-se naturalmente num centro comercial importante. No final da rua instalou-se também a Fábrica de Tecidos de Uberaba, também nesse período. Outro fator que estimulou o crescimento da cidade para o bairro foi a instalação da Rodoviária, onde atualmente se situa na praça Jorge Frange, em 1944.

A principal paixão viria a seguir. Estimulados pelos comerciantes dos principais centros comerciais do bairro, surgiu não década de 1940, o Nacional Futebol Clube. Segundo os primeiros dirigentes da equipe, o nascimento aconteceu numa conversa entre alguns comerciantes, debaixo de uma marquise instalada na rua Tristão de Castro. O campo onde o recém fundado clube disputava suas partidas situava-se no início no primeiro quarteirão da rua Onofre da Cunha Rezende, pois, como não poderia deixar de ser, próximo dos olhos de seus primeiros dirigentes, os comerciantes do bairro.

Naquela época também havia muitos operários no São Benedito, razão pela qual o time do Nacional ficou muito tempo conhecido como time dos operários. Em 1950, com a construção do Estádio Juscelino Kubistchek o time mudou-se para a rua Marcos Cherém, que na época era uma estrada que unia Uberaba a Delta.

Atualmente o bairro conta com aproximadamente 50 mil habitantes, um importante rede hoteleira, três hipermercados, um terminal rodoviários, diversas escolas, o Aeroporto Santos Dumont e a simpática Praça São Benedito, ou Praça Jorge Frange ou antiga praça da Bandeira, também conhecida como praça da Rodoviária Velha.

O Alto do Fabrício (Bairro Fabrício)[editar | editar código-fonte]

Descoberto por Hildebrando Pontes no seculo XX, hoje, ainda é comumente conhecido por este nome.

Alto do Fabrício: Está compreendido à margem direita dos córregos do Pontilhão, Comércio e da Laje, separado às margens opostas do alto dos Estados Unidos, da cidade e alto das Mercês. Este bairro, tira o seu nome do velho Fabrício José de Moura que, há mais de meio século, fêz um rancho no vértice do ângulo formado pelas ruas Dr. João Caetano e Senador Pena, à praça Aristides Borges.[12]

No século XIX o bairro Fabrício era denominado Boa Vista. O transporte de mercadorias era feito por meio carros de bois e, vindos do sul de Goiás, norte do Triângulo Mineiro, São Pedro de Uberabinha (atual Uberlândia), Palestina e Mangabeira, os viajantes e comerciantes entravam em Uberaba pela atual rua Pedro Lucas, que servia como acesso à cidade, e trafegavam pelas estradas que hoje formam as ruas do bairro Fabrício.

As tropas faziam uma parada para executar reparos nos carros, abastecimento e pouso, depois de uma longa jornada. Em 1850 o ferreiro Fabrício José de Moura instalou uma oficina de ferreiro, uma hospedaria e uma escola prática, no caminho dos tropeiros, em frente à praça Santa Bárbara, atual Praça Santa Teresinha. Trata-se de atividades convenientes para a recepção de comitivas dos viajantes e de carros de bois.

No final do século, o bairro passou a ser chamado de Fabrício, respeitando a denominação com que há muito tempo a população de seu entorno passou a designá-lo. Nessa época, em frente à Igreja Santa Teresinha ergueu-se um cruzeiro em que a população diariamente fazia orações, estabelecendo a perspectiva de instalação de um templo católico naquele local, conforme ocorreu em 1960.

A Avenida Lucas Borges é uma das ruas mais importantes do bairro. Recebeu esse nome em homenagem a Lucas Borges, natural de Araxá e proprietário das fazendas Mumbuca e Burity, situadas em Uberaba. Foi também comerciante de gado do Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso, influente chefe político do Partido Republicano Municipal, vereador e um dos fundadores do Clube Lavoura e Comércio, que se fortaleceu com seus novos integrantes.

Com a chegada do 4º Batalhão, o bairro ganhou outra conotação, especialmente considerando que a maioria dos moradores possuem alguma identidade com a vida dos militares, chegando até a ganhar uma vila, a Vila Militar.

Com o crescimento do bairro, foram instalada diversas escolas, o estádio Glay Leite, Orfanato Santo Eduardo e diversas casas comerciais. A principal paixão dos moradores do bairro é o Esporte Clube Fabrício. Com a sua camisa grená, o time já virou tradição na vida dos moradores desse bairro. Em relação á religiosidade, como ocorre em todos os bairros, há uma diversidade de associações evangélicas, católicas, espíritas e de matrizes africanas.

Referências

  1. Arquivo Publico de Uberaba, [1], Superintendência do Arquivo de Uberaba, 08 de março de 2013
  2. SAMPAIO, Borges, Uberaba: Historia, Fatos e Homens, p. 49, 2. ed. Arquivo Publico de Uberaba, 2001
  3. SAMPAIO, Borges, Uberaba: Historia, Fatos e Homens, p. 50, 2. ed. Arquivo Publico de Uberaba, 2001
  4. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 273, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  5. PONTES, Hildebrando, Vida, Casos e Perfis, p. 268, Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1970
  6. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  7. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  8. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  9. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  10. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  11. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978
  12. PONTES, Hildebrando, História de Uberaba e a civilização no Brasil Central, p. 274, 2. ed. Academia de Letras do Triangulo Mineiro, 1978