Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Univesp01/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

1. INTRODUÇÃO Características únicas, história marcante e comércio abrangente fazem do tradicional Bairro do Brás e de suas imediações um lugar de grande influência na cidade de São Paulo. Ao longo de toda a sua existência o bairro do Brás já passou por diversas modificações e vem passando até hoje. O Brás já foi ponto de parada de viajantes; busca de um sonho para imigrantes que chegaram para trabalhar nas lavouras de café, passando por um período de predominância italiana; expectativa de melhora de nordestinos fugindo das secas e atualmente é marcado por um forte comércio local de tecidos e roupas influenciado pelos bolivianos e coreanos. A cidade de São Paulo “deve” muito a essa região, começo de toda a industrialização e chegada de mão de obra que enriqueceu em todos os sentidos e formou a cidade paulistana. Infelizmente, a região hoje encontra-se abandonada, com mercados informais, mendigos nas ruas, prostituição e transportes clandestinos para o nordeste. Projetos futuros do governo visam revitalizar o centro da cidade, incluindo o distrito do Brás que poderá ser um novo e influente “porto” para São Paulo. O porquê dessa região atrair imigrantes, a “fórmula” que permite a coexistência de povos aparentemente tão diferentes e as intenções políticas e religiosas na região são perguntas a serem respondidas. 2. BREVE HISTÓRICO REGIONAL No início do século XVIII nascia o bairro do Brás, na chácara de um benemérito da época, de nome José Braz (com “z” mesmo), quando foi construída uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Matosinho. A chácara era bem localizada, sendo próxima a uma estrada que dava acesso a região da Penha, conhecida inicialmente por “Caminho do José Braz”, se tornando depois “Rua do Brás”, até chegar na conhecida “Avenida Rangel Pestana”. Além disso, era vizinha de outras chácaras que se destacavam, como a do engenheiro Carlos Bresser e a chácara do Ferrão, pertencente a Marquesa de Santos. A capela começou a atrair moradias e estabelecimentos comerciais, além de ser ponto de parada de vendedores andantes e tropeiros que utilizavam o Caminho do José Braz. A região passou a ser ainda mais movimentada com a inauguração da “Ingleza”, linha ferroviária da São Paulo Railway, criada para escoar a produção de café, mas que acabou servindo também à urbanização e à indústria, que aos poucos dava sinais na cidade de São Paulo, ainda sem mostrar aspirações para metrópole. Além do movimento natural de atração de adensamentos urbanos e empreendimentos, característicos das estações de trens da época, no Brás havia algo específico: a presença de muitos imigrantes, principalmente italianos, que após desembarcarem em Santos seguiam para a capital e eram recrutados para as lavouras de café. No Brás foi fundada em 1887, pela Sociedade Promotora de Imigração, a Hospedaria dos Imigrantes, pertencente a associações de cafeicultores paulistas, visando mão de obra para as lavouras, uma vez que os movimentos anti-escravidão se tornavam cada vez mais fortes – o que culminaria na abolição da escravatura em 13 de maio de 1888. A partir desse momento fábricas se juntaram ao café e trouxeram um grande desenvolvimento ao bairro. Os italianos montaram suas pequenas fábricas, e rapidamente o progresso chegou. 1886 o Brás tinha 6 mil habitantes, pulando para cinco vezes mais em sete anos. Claro, grande maioria de italianos.

Em meados de 1940, e em 1952, o nordeste foi atingido por uma forte seca, e muitos habitantes da região foram para São Paulo, em busca de melhores oportunidades, com a promessa de melhores salários, fácil oportunidade de empregos e melhor qualidade de vida. Grande parte deles se estabeleceu no Brás, transformando o bairro aos poucos. O Brás deixava de ser tipicamente italiano e passava a predominar a cultura nordestina, marcada pelo comércio de alimentos, roupas e músicas.

3. IMIGRANTES

3.1. Coreanos A Migração coreana teve seu grande começo de fluxo na década de 60 do século passado, porem só uma pequena parte escolheu o campo, quer pela falta de infraestrutura para se aplicar à agricultura, quer pelas dificuldades enfrentadas, como o dos posseiros ilegais da terra, que anteparavam a ancoragem dos imigrantes coreanos no campo. A grande maioria escolheu as cidades, e atualmente, a cidade de São Paulo abriga mais de 90 % desses imigrantes, sendo o Brás um dos seus principais destinos. Nos anos 90 o comércio atacadista e de produtos mais baratos se fixou no Brás, enquanto as lojas das confecções coreanas direcionadas para a moda feminina mais elaborada se mudaram para o Bom Retiro. Estima-se que existam 800 confecções coreanas no Brás. Entre as várias atividades econômicas dos imigrantes coreanos, destacam-se a indústria e o comércio de artigos de vestuário, comércio varejista, indústria e comércio de produtos eletroeletrônicos. Além de imigrantes, também temos no Brasil outros grupos como estudantes e trabalhadores de empresas públicas e privadas coreanas, que vêm temporariamente às suas instalações locais. A existência dessa comunidade, agregada com atividades religiosas, industriais e comerciais, derivou na concepção de múltiplas associações coreanas, de atividades religiosas (como igrejas protestantes), culturais (principal exemplo a Associação Brasileira dos Coreanos), e esportivas (Associação Brasileira dos Desportistas Coreanos, além de inúmeras academias de artes marciais, especialmente de taekondô, são ótimos exemplos).


3.2. Bolivianos A imigração boliviana iniciou na década de 1950 quando um programa de intercâmbio entre Brasil e Bolívia foi criado. Nesse período, estudantes bolivianos começaram a migrar em busca de formação acadêmica. O perfil dessas imigrações passou a mudar entre as décadas de 1970 e 1990, quando bolivianos de baixa qualificação começaram a chegar para trabalhar especificamente em oficinas de costura, com baixos salários. Esses grupos de bolivianos vem ocupando de maneira exponencial as regiões centrais e algumas regiões da periferia de São Paulo, estando parte deles ilegalmente no país. O Consulado da Bolívia calcula 50 mil indocumentados, a Pastoral dos imigrantes acredita habitarem 70 mil bolivianos indocumentados em São Paulo, sendo 35 mil só no bairro do Brás; o Ministério do Trabalho e Emprego tem uma estimativa que varia entre 10 e 30 mil indocumentados; o Ministério Público fala em 200 mil bolivianos ao todo (regulares e irregulares) o Sindica to das Costureiras fala em 80 mil trabalhadores irregulares (o que inclui famílias brasileiras e bolivianas). Consenso entre essas estimativas é o fato de São Paulo abrigar a maior parte destes imigrantes. Há um lado triste dessa história, que a Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público investigam: denúncias de trabalho escravo, o que indicaria que a mesma situação vivenciada no país a alguns séculos ainda persiste nos dias atuais. Os imigrantes muitas vezes se sujeitam a horas de trabalho, morando em pequenos quartos “alugados”, tornando-se escravos por dívidas, sofrendo mal tratos, agressões e alguns casos morte.



5. Bibliografia http://almanaque.folha.uol.com.br/bairros_bras.htm http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/mooca/historico/index.php?p=435 http://blogpontodeonibus.wordpress.com/2011/06/27/historia-do-bras-exemplo-de-crescimento-fe-e-trabalho-hoje-vitima-do-abandono-e-da-degradacao/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_boliviana_no_Brasil http://www.educarsecursos.com.br/view/blogInterno.php?IDP=81 http://www.madeinkorea.com.br/wp/?page_id=1200