Usuário(a):Vanessa Boldarini/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

TELEAUDIOLOGIA

Conceito[editar | editar código-fonte]

A teleaudiologia consiste em um ramo da telesaúde no exercício da profissão do fonoaudiólogo, que utiliza tecnologias da informação e comunicação (TIC), para fins de promoção de saúde, para prevenção, identificação, avaliação, diagnóstico e intervenção dos distúrbios audiológicos[1].

Este termo foi usado pela primeira vez pelo Dr. Gregg Givens em 1999 em referência a um sistema sendo desenvolvido na East Carolina University na Carolina do Norte, EUA.[2] O primeiro teste audiológico na Internet foi realizado em 2000 por Givens, Balch e Keller. O primeiro teste de teleaudiologia transatlântica foi realizado em abril de 2009, quando o Dr. James Hall testou um paciente na África do Sul de Dallas na conferência AAA. Desde aquele evento histórico, o interesse pela tele-audiologia aumentou significativamente [3].


Teleaudiometria[editar | editar código-fonte]

A teleaudiometria simula em um computador, as ferramentas e os padrões de uma audiometria de triagem executada de forma automática pelo software. O software pode ser instalado em qualquer computador com sistema operacional Windows XP® e promove a emissão de tons puros de 1000, 2000 e 4000 Hz em cada orelha separadamente. Com auxílio de um analisador de ruído, pode-se ajustar a intensidade do estímulo emitido a partir de um fone de ouvido (TDH 39). O algoritmo de execução e análise do software é semelhante ao recomendado pela American Speech-Language_Hearing Association (ASHA, 1997) para uma audiometria de triagem (5). Seguindo esta norma, o software define como triagem negativa os casos em que o indivíduo responda a pelo menos dois de três sons a 20 dB em todas as frequências testadas (1000, 2000 e 4000 Hz) em cada orelha. Se estes critérios não forem preenchidos, o programa classifica o caso como triagem positiva.

Durante a realização do exame, o software detecta qualquer clique do mouse ou da tecla espaço realizado em um período de até quatro segundos após emissão de cada tom, definindo como identificação de um som audível. Os sons são emitidos em intervalos de duração aleatória, entre três e oito segundos, para evitar que o indivíduo preveja o aparecimento dos mesmos.

Após a realização dos testes o software pode enviar os resultados e os dados dos indivíduos testados para um banco de dados central na internet. Isto facilita o controle e análise estatística dos dados e o gerenciamento dos casos que precisam de referenciamento, com avaliação médica e/ou fonoaudiológica[4][5].


Projeto Jovem Doutor[editar | editar código-fonte]

O Projeto Jovem Doutor consiste em uma capacitação de estudantes do ensino médio sobre o tema saúde  auditiva. Uma das capacitaçoes foi realizada na cidade de Bauru-SP (Brasil) e publicada em 2013.[6] No projeto 14 estudantes do ensino médio de duas escolas da rede pública participaram do  programa de capacitação. O programa foi dividido em 3 etapas: atividade presencial, tutoração online e atividade prática. Na 1ª etapa, os participantes frequentaram uma aula expositiva ministrada  pelos tutores. Na 2ª etapa os participantes tiveram acesso a um tutor eletrônico baseado na Internet,  o Cybertutor [7]. Na 3ª etapa foram elaboradas atividades práticas, proporcionando aos alunos a construção e multiplicação do aprendizado. Para avaliar o material educacional online os participantes  responderam um questionário de avaliação sobre o Cybertutor no término do programa de capacitação. Todos os participantes realizaram as 3 etapas do programa de capacitação.  Seguindo a proposta do Projeto Jovem Doutor, os alunos foram intitulados “Jovens Doutores” e multiplicaram o conhecimento adquirido sobre saúde auditiva, através de uma feira expositiva, em suas  respectivas escolas. Os dados do questionário de avaliação sobre o Cybertutor indicam que a maioria  dos participantes apresentou opinião positiva, demostrando um alto índice aprovação do Cybertutor.  No estudo, chegou-se a conclusão que o programa de capacitação em saúde auditiva favoreceu o aprendizado nesta temática para a população proposta. Iniciativas de educação em saúde, como o Projeto Jovem Doutor,  além de proporcionar a multiplicação do conhecimento, possibilitou também a integração dos alunos  participantes com a Universidade e da Universidade para com a comunidade, constituindo uma rede  de aprendizagem colaborativa[6][8].  

Agente comunitário da saúde[editar | editar código-fonte]

A atuação das equipes da saúde da família, quando capacitadas na área da audição, pode ocorrer não só na promoção da saúde auditiva, como também no resgate das famílias que não dão continuidade ao processo de Triagem Auditiva Neonatal e diagnóstico audiológico, na identificação de crianças com possíveis desordens da função auditiva e na

orientação da família, quanto à existência de tratamento e a necessidade de continuidade do mesmo, o que auxiliará a garantir a adesão da família a todas as etapas do processo [9][10].

Considerando o número de equipes de saúde da família distribuídas pelo país, surge a necessidade de se considerar maneiras de realizar programas de capacitação à distância. Experiências internacionais, que fizeram uso da videoconferência como instrumento de ensino para a formação de profissionais da saúde em áreas estratégicas e/ou carentes demonstraram êxito significativo[11][12][13][14][15][16][17][18][19][20][21].


Material informativo em DVD na adaptação de idosos usuários de aparelho de amplificação sonora individual[editar | editar código-fonte]

Num estudo sobre a a eficácia do DVD “Conhecendo e Aprendendo sobre meu Aparelho Auditivo” como ferramenta no processo de adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) em idosos[22] foi observada tendência de melhora, no grupo experimental, quanto à compreensão do conteúdo sobre o AASI, devido ao uso do DVD e elevado grau de satisfação desse grupo com o instrumento. Esse achado sugere que trata-se de um util ao processo de adaptação do AASI. O material apresentado em DVD mostrou-se eficaz para auxiliar no aprendizado do usuário do AASI, podendo ser mais um recurso a ser utilizado na adaptação deste tipo de equipamento[22].


  1. (PDF) https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Diretrizes_Boas_Praticas_Em_Telefonoaudiologia_VOL1_2020-1.pdf  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. Givens, Gregg D.; Blanarovich, Adrian; Murphy, Timothy; Simmons, Scott; Blach, David; Elangovan, Saravanan (dezembro de 2003). «Internet-Based Tele-Audiometry System for the Assessment of Hearing: A Pilot Study». Telemedicine Journal and e-Health (em inglês) (4): 375–378. ISSN 1530-5627. doi:10.1089/153056203772744707. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  3. (PDF) https://www.longdom.org/open-access/a-brief-review-of-contemporary-teleaudiology.pdf  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. (PDF) http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/pdfForl/14-01-10.pdf  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. Botasso, M; Sanches, Sg; Bento, Rf; Samelli, Ag (15 de abril de 2015). «Teleaudiometry as a screening method in school children». Clinics (4): 283–288. doi:10.6061/clinics/2015(04)11. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  6. a b Blasca, Wanderléia Quinhoeiro; Picolini, Mirela Machado; Silva, Andressa Sharllene da Carneiro da; Campos, Karis de; Pinto, Ghiedree Fernanda Ramos; Brasolotto, Alcione Ghedini; Alvarenga, Katia de Freitas; Maximino, Luciana Paula; Berretin-Felix, Giédre (dezembro de 2013). «Projeto Jovem Doutor Bauru: capacitação de estudantes do ensino médio em saúde auditiva». Revista CEFAC (6): 1407–1417. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/S1516-18462013005000035. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  7. Corrêa, Camila; Silva, Ricelly; Blasca, Wanderléia (7 de janeiro de 2014). «Elaboration and Evaluation of Contents about Hearing Health Inserted in Cybertutor». International Archives of Otorhinolaryngology (em inglês) (02): 115–121. ISSN 1809-9777. doi:10.1055/s-0033-1358578. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  8. Corrêa, Camila de Castro; Silva, Ricelly Avila da; Barros, Guilherme Toyoggi; Pardo-Fanton, Cássia de Souza; Blasca, Wanderléia Quinhoneiro (12 de junho de 2015). «Promoção da saúde auditiva baseada na dinâmica do projeto jovem doutor». Distúrbios da Comunicação (em espanhol) (2). ISSN 2176-2724. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  9. Alvarenga, Kátia Freitas; Bevilacqua, Maria Cecilia; Martinez, Maria Angelina N. S.; Melo, Tatiana Memdes; Blasca, Wanderléia Q.; Taga, Marcel Frederico de Lima (setembro de 2008). «Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiv». Pró-Fono Revista de Atualização Científica (3): 171–176. ISSN 0104-5687. doi:10.1590/s0104-56872008000300006. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  10. Melo, Tatiana Mendes de; Alvarenga, Kátia de Freitas; Blasca, Wanderléia Quinhoneiro; Taga, Marcel Frederico de Lima (junho de 2010). «Capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiva: efetividade da videoconferência». Pró-Fono Revista de Atualização Científica (2): 139–144. ISSN 0104-5687. doi:10.1590/S0104-56872010000200012. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  11. BARDEN, WENDY; CLARKE, HOWARD M.; YOUNG, NANCY L.; McKEE, NANCY; REGEHR, GLENN (outubro de 2000). «Effectiveness of Telehealth for Teaching Specialized Hand-assessment Techniques to Physical Therapists». Academic Medicine (Supplement): S43–S46. ISSN 1040-2446. doi:10.1097/00001888-200010001-00014. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  12. Rees, Clare S; Gillam, Donelle (1 de outubro de 2001). «Training in cognitive-behavioural therapy for mental health professionals: a pilot study of videoconferencing». Journal of Telemedicine and Telecare (5): 300–303. ISSN 1357-633X. doi:10.1258/1357633011936561. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  13. Haythornthwaite, Sarah (dezembro de 2002). «Videoconferencing training for those working with at-risk young people in rural areas of Western Australia». Journal of Telemedicine and Telecare (3_suppl): 29–33. ISSN 1357-633X. doi:10.1258/13576330260440772. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  14. Allen, Michael; Sargeant, Joan; Mann, Karen; Fleming, Michael; Premi, John (2003). «Videoconferencing for practice-based small-group continuing medical education: Feasibility, acceptability, effectiveness, and cost». Journal of Continuing Education in the Health Professions (1): 38–47. ISSN 0894-1912. doi:10.1002/chp.1340230107. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  15. Loewen, L; Seshia, M M K; Askin, D Fraser; Cronin, C; Roberts, S (dezembro de 2003). «Effective delivery of neonatal stabilization education using videoconferencing in Manitoba». Journal of Telemedicine and Telecare (6): 334–338. ISSN 1357-633X. doi:10.1258/135763303771005234. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  16. Stain, Steven C.; Mitchell, Marcia; Belue, Rhonda; Mosley, Vicki; Wherry, Shari; Adams, Carlton Z.; Lomis, Kim; Williams, Pamela C. (janeiro de 2005). «Objective assessment of videoconferenced lectures in a surgical clerkship». The American Journal of Surgery (1): 81–84. ISSN 0002-9610. doi:10.1016/j.amjsurg.2004.04.012. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  17. Karlinsky, Harry; Dunn, Celina; Clifford, Bill; Atkins, Jim; Pachev, George; Cunningham, Ken; Fenrich, Peter; Bayani, Yassaman (30 de novembro de 2006). «Workplace injury management: using new technology to deliver and evaluate physician continuing medical education». Journal of Occupational Rehabilitation (4): 719–730. ISSN 1053-0487. doi:10.1007/s10926-006-9047-y. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  18. Metter, Darlene F.; Woolley, F. Ross; Bradley, Yong; Morrison, John; Phillips, William T.; Salman, Umber; Duffy, Daniel; Smith, Reed; Graham, Jess (outubro de 2006). «Teaching Radiology Resident Didactics Using Videoconferencing». Academic Radiology (10): 1276–1285. ISSN 1076-6332. doi:10.1016/j.acra.2006.06.023. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  19. Bednar, Eric D.; Hannum, Wallace M.; Firestone, Allen; Silveira, Anibal M.; Cox, Thomas D.; Proffit, William R. (novembro de 2007). «Application of distance learning to interactive seminar instruction in orthodontic residency programs». American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics (em inglês) (5): 586–594. doi:10.1016/j.ajodo.2007.06.008. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  20. Bertsch, Tania F.; Callas, Peter W.; Rubin, Alan; Caputo, Michael P.; Ricci, Michael A. (fevereiro de 2007). «APPLIED RESEARCH: Effectiveness of Lectures Attended via Interactive Video Conferencing Versus In-Person in Preparing Third-Year Internal Medicine Clerkship Students for Clinical Practice Examinations (CPX)». Teaching and Learning in Medicine (em inglês) (1): 4–8. ISSN 1040-1334. doi:10.1080/10401330709336616. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  21. Rossaro, Lorenzo; Tran, Thu P.; Ransibrahmanakul, Kanat; Rainwater, Julie A.; Csik, Genell; Cole, Stacey L.; Prosser, Colette C.; Nesbitt, Thomas S. (junho de 2007). «Hepatitis C Videoconferencing: The Impact on Continuing Medical Education for Rural Healthcare Providers». Telemedicine and e-Health (3): 269–277. ISSN 1530-5627. doi:10.1089/tmj.2006.0050. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  22. a b Campos, Karis de; Maximino, Luciana; Oliveira, Jerusa Roberta Massola de; Pardo-Fanton, Cássia de Souza; Blasca, Wanderléia Quinhoneiro; Campos, Karis de; Maximino, Luciana; Oliveira, Jerusa Roberta Massola de; Pardo-Fanton, Cássia de Souza (dezembro de 2014). «Análise de material informativo em DVD na adaptação de idosos usuários de aparelho de amplificação sonora individual». Audiology - Communication Research (4): 367–374. ISSN 2317-6431. doi:10.1590/S2317-64312014000400001402. Consultado em 18 de fevereiro de 2021