Usuário(a) Discussão:Reinaldo Galhardo

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-- FábioJr de Souza msg 21h49min de 21 de agosto de 2021 (UTC)[responder]

Reinaldo Galhardo[editar código-fonte]

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Reinaldo Galhardo de Carvalho (Sorocaba, 25 de Março de 1969) é diretor da Agência de Notícias SNEWS Sorocaba https://snewssorocaba.com.br/ e jornalista há 32 anos. No dia 1º de Agosto foi alvo de agressão por um grupo de bolsonaristas, enquanto cobria ato público em defesa do voto impresso. A manifestação foi organizada pelo Movimento Conservador e Direita Sorocaba no estacionamento do Paço Municipal, reunindo cerca de 500 pessoas.

Galhardo foi acusado de ser petista por usar um celular vermelho para gravar imagens. Esse foi o primeiro caso de violência efetiva contra um profissional de comunicação no interior do Estado de São Paulo em que seu equipamento de trabalho foi quebrado, após ele ser atingido com um soco por um dos manifestantes, enquanto outros o chutavam e o xingavam de "lixo". Um terceiro homem o empurrou pelas costas enquanto flagrava um grupo de pessoas que partiam em sua direção para intimidá-lo, antes de ter o seu aparelho telefônico lançado ao chão. A sua outra câmera, uma Canon 70 D, também sofreu avarias e, desde então, passou a apresentar defeitos durante a gravação de vídeos para as suas reportagens.

Manifesto Sindicato dos Jornalistas

A unidade regional do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, representada pelos seus diretores Fabiana Caramez e Pedro Coubassier, rapidamente mobilizou-se denunciando a agressão e divulgando uma nota de protesto no site da instituição, além de protocolar no dia 3 de Agosto, na Câmara Municipal de Sorocaba, e endereçado ao seu presidente Gervino Gonçalves (PL) o seu repúdio. O manifesto cobra providências e denunciou a omissão e discurso dúbio dos líderes daquele ato público, os vereadores Dylan Dantas (PSC) e Vinícius Aith (PRTB). Na ocasião, mesmo enquanto Galhardo era hostilizado ouvia-se pelo sistema de som de um caminhão: "calma, patriotas. É isso o que eles querem", reafirmando a condição de "infiltrado" e profissional de "esquerda", expondo ainda mais o jornalista ao perigo.

Mesmo com a presença de 8 Policiais Militares no local, o jornalista não teve proteção para que os agressores se afastassem, função essa exercida por Marcelo Dom, integrante do Movimento Conservador. Galhardo solicitou, por 3 vezes, para que os PMs o acompanhassem para identificar, na mesma hora, os seus agressores, a fim de todos serem conduzidos ao Plantão Norte da Delegacia de Polícia local e, com isto, facilitar as providências jurídicas para responsabilização dos manifestantes. Ao invés disso, os PMs se mantiveram distantes da ocorrência.

Apenas na segunda-feira, dia 2, o jornalista conseguiu registrar Boletim de Ocorrência no 2º Distrito Policial e realizar exame NO IML na quarta-feira, dia 3. Isto porque no dia da confusão, ao se dirigir sozinho ao Plantão da Delegacia, alegação é que haviam 2 flagrantes em andamento, impossibilitando o seu atendimento. Galhardo registrou BO no 2º DP e também uma queixa no 7º Batalhão da Polícia Militar do Interior (7º BPM-I) pela conduta dos PMs, no qual o Comando abriu um Procedimento Disciplinar Interno para apuração do caso.

FENAJ debate violência

O caso de Galhardo se soma às estatísticas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e também chegou ao conhecimento da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) que, ainda em 2020, divulgou em seu relatório anual que, somente naquele ano, houve um aumento de 105,77% em agressões contra profissionais de comunicação no país, sendo que o presidente Bolsonaro respondeu, sozinho, por 40% das incitações de violência contra jornalistas. No dia 21 de Agosto a Fenaj realizou o Seminário "Violência contra Jornalistas. Denunciar para combater e se proteger para evitar", conduzida pela sua presidenta, Maria José Braga.

O ataque ao jornalista pode ter relação direta com a cobertura que realizou, no dia 25 de Junho, da primeira visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao município. Naquela ocasião o jornalista fez várias perguntas ao presidente que demonstrava desconforto com os seus questionamentos, entre eles se continuaria mantendo o seu vice-presidente, Hamilton Mourão, na geladeira. "O Mourão tem a vida dele", respondeu Bolsonaro irritado. Uma outra pergunta era se ele não for reeleito na eleição presidencial de 2022, viria o resultado como uma "vontade de Deus". A pergunta de Galhardo fazia alusão ao lema da campanha presidencial que o elegeu em 2018: "Brasil acima de tudo. Deus acima de Todos". O presidente, mais uma vez, apenas ouvia, fazendo gestos faciais que revelavam o seu desconforto.

Numa terceira pergunta, ou seja, se bolsonaro aceitará o resultado das urnas no próximo ano, o presidente decidiu responder. Olhou para o jornalista, sorriu e disse: "Olha ai o terrorista". Coube a deputada federal Carla Zambelli (PSL) tomar as dores do presidente e xingar o repórter; "Não" Ô pergunta imbecil", protestou ela sendo apoiada por um coro de vaias de militantes bolsonaristas que acompanhavam a entrevista coletiva no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).

Nos dias seguintes, ao repercutir a visita presidencial em seu site de notícias, Galhardo recebeu em seu Facebook uma série de ataques de militantes desqualificando as suas perguntas. Ele precisou bloquear vários deles e redigir um texto, protestando contra os ataques pessoais, sem base nenhuma de argumentos, a não ser ofensas morais contra a sua pessoa. No dia 30 de Julho Bolsonaro havia visitado a cidade de Presidente Prudente quando, ao voltar a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e defender um golpe para se manter no poder, afirmou que "soldado que vai a guerra e tem medo de lutar é um covarde".

Disseminação da violência

O caso em Sorocaba teve repercussão nacional se somando a dezenas de ocorrências contra jornalistas de outros veículos de comunicação no Brasil, alguns meses antes. Entre eles do repórter Diogo Kugé o cinegrafista Carlos Augusto da TV Cultura do Pará que cobria, no dia 24 de Abril, uma manifestação pró-bolsonaro na Base Aérea de Belém. Ele foi hostilizado e empurrado por militantes, quando precisou ser escoltado pela PM até o carro da reportagem. Outra ocorrência aconteceu no dia 23 de Maio envolvendo o repórter da CNN, Pedro Duran,que também precisou de escolta policial ao cobrir uma "motociata" com o presidente Bolsonaro na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O jornalista recebeu agressões verbais e físicas com chutes, enquanto era filmado ostensivamente por um grupo de bolsonaristas.

No dia 17 de Maio de 2020 a jornalista Clarissa Oliveira da TV BandNews foi atingida na cabeça com uma bandeirada desferida por uma militante bolsonarista, enquanto cobria um ato público em defesa do presidente em Brasília. A manifestante alegou que havia acertado a profissional sem querer. Já no dia 21 de Junho de 2020 o repórter Leonardo Martins da Rádio Jovem Pan foi hostilizado na Avenida Paulista, em São Paulo, quando gravou um militante chutando o carro de uma mulher que havia gritado pela janela contra o movimento pró-bolsonaro. Martins recebeu uma "peitada" do homem que ainda partiu em sua direção tentando quebrar o seu celular, utilizado para registrar as imagens do flagrante.

Estudo de caso acadêmico ECA/USP

A agressão contra Reinaldo Galhardo chamou a atenção do publicitário Felipe Parra, professor de Comunicação e Tecnologia e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Parra desenvolve um estudo em torno das rádios livres de Sorocaba e também sobre a violência contra profissionais de imprensa no Brasil. Ele integra o projeto Safety Matters: research and education on the Safety of Journalists, coordenado pelas Profa. Dra. Elizabeth Saad e Prof. Dra. Daniela Osvald Ramos no PPGCOM ECA-USP. O projeto é financiado pelo The Research Council of Norway e conta com três parceiros acadêmicos internacionais: a Oslo Metropolitan Unversity (OsloMet), Noruega, proponente do projeto; a University of the Witwaterstrand Johanneburg (África do Sul); The University of Tulsa (EUA), como também com os parceiros do Dart Center for Journalism and Trauma (EUA), Media Monitoring Africa (África do Sul), The New York Times (EUA) e The Intercept Brasil.

Segundo o acadêmico a sua pesquisa é voltada para as dificuldades que jornalistas do interior no Brasil enfrentam para desenvolver os seus trabalhos e, em um período o qual as agressões contra esses profissionais aumentaram durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro, como eles trabalham e tentam superar as adversidades. O seu programa de doutorado será apresentado no Congresso Internacional da UNESCO em novembro deste ano.

Carreira Profissional

Reinaldo Galhardo, 52, é graduado em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, pela Universidade de Sorocaba (UNISO); radialista – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); editor de texto e imagens, pós-graduado em “Globalização e Cultura” pela Escola de Ciências Sociais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e capacitação em Marketing Digital pela Faculdade Belas Artes de Sorocaba. Atua no jornalismo há 32 anos com passagens pelos principais veículos de comunicação locais. Iniciou a sua carreira no Jornal Diário de Sorocaba, em 1987, como repórter geral e setorista da editoria Política, cobrindo durante 28 anos as sessões da Câmara Municipal. Posteriormente, assumiu a editoria Nacional e Internacional do jornal. Na década de 90 foi produtor de programas e repórter da TV Metropolitana, primeira emissora de TV aberta da cidade.

Nos anos seguintes atuou no jornalismo das rádios Clube e CBN, Ativa FM, Ipanema e Joven Pan onde conquistou o primeiro prêmio de Radiojornalismo dessas duas últimas emissoras como Melhor Reportagem em concurso jornalístico da Prefeitura de Sorocaba.

Foi correspondente da Joven Pan/SP, em 1997, durante visitas à Região do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC). Também foi repórter da rádio Cruzeiro FM, classificando-se em 1º lugar em concurso jornalístico da Prefeitura como Melhor Reportagem.

Entre 1995 e 1998 foi repórter sênior do Jornal Cruzeiro do Sul nas editorias de Cidades, Política e do Caderno Mais Cruzeiro onde escrevia reportagens especiais aos domingos. Entre 1998 e 2005 atuou como assistente de produção, produtor e editor de texto no jornalismo da TV Aliança Paulista/TV TEM(Afiliadas Rede Globo). Nesse período produziu reportagens para os telejornais SPTV 1ª e 2ª Edição e TEM Notícias 1ª e 2ª Edição, além de produzir pautas para repórteres de Rede da emissora e reportagens especiais para o programa Antena Paulista, Jornal Hoje (JH) e Jornal Nacional (JN).

Prêmios Jornalísticos'

Nos cursos internos de formação da emissora concluiu o curso de Editor de Texto pela Central Globo de Jornalismo (CGJ-RJ). Ao longo de 2005 foi repórter especial e editor do Jornal Bom dia, pertencente ao grupo TV TEM. Entre 2006 e 2013 foi repórter, apresentador e editor-chefe do telejornal TV COM Notícias, canal 7 da NET onde conquistou, em 2009, o 1º lugar do Concurso Jornalístico ASI-Schaeffler Group de Direitos Humanos com a reportagem “Cruz de Ferro”.

A matéria mostrou o drama da desocupação de famílias de suas casas do bairro Cruz de Ferro. Nesse mesmo concurso, o Prêmio Especial “Tim Lopes”, categoria melhor imagem, foi conquistado pelo cinegrafista da emissora, Edward Céspedes.

Galhardo também conquistou, em 2012, o 2º lugar do Prêmio ASI-Schaeffler com a matéria “Pérola Negra” reportagem que abordou o preconceito racial no Século 21 e resgatou a história da abolição da escravatura em Sorocaba. As duas reportagens especiais tiveram a edição de imagens do editor Marcelo Karam e imagens de Reinaldo Galhardo, Daniele Fernandes e Luis Lázaro.

Reinaldo Galhardo também estudou inglês americano (nível intermediário) no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU) primeira e tradicional escola de idiomas da cidade que tem representação da Embaixada dos EUA no Brasil