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Usuário:DAR7/Testes/Zacarias de Góis/Presidência da Província do Paraná

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Presidência da Província do Paraná[editar | editar código-fonte]

Desde o início, cada governo necessita de adaptação. Quando ele se inicia, dando começo também para o bem coletivo um novo tipo de vida, a tarefa torna-se duplamente difícil: autoadaptação e adaptação do novo governo como função, às coletividades necessitadas. Para o Conselheiro Zacarias havia uma variedade de problemas nessa posição: organização com tateamentos e aproximações, experimentação e imposição, na totalidade das esferas de atuação.

A missão, contrariamente, teve dificuldade dupla no sentido político: é necessário a satisfação da província e dando à mostra de que seria possível a sua vida pós-emancipação e com seus meios apropriados, favorecer o reconhecimento de sua missão construtiva pelos políticos. Não seria o dever da expectativa da importância de um governo desse tipo, que daria começo a uma vida administrativa e política com ausência de existência de meios e tendo todo o começo das coisas da administração. Entretanto, o Conselheiro Zacarias realizou a instalação da província e no governo que inaugurou foi o assinante dos primeiros modelos que aparecem nos atos oficiais. Realizou a montagem da máquina administrativa e ainda que não tivesse, no sentido local, nenhuma experiência em tradição na conservação ou na correção, ou de acordo com a qual se fosse possível servir de guia, na administração local não foi um presidente que integrasse a burocracia, pessoa medíocre encarregado no encaminhamento de papéis.

Havia para ele, como para a totalidade dos políticos que o sucediam, a inadiabilidade do expediente que teria necessidade de despacho e ele, conselheiro, tinham a solução de deixar aos seguidores, urna forma que já ocorria antes, espécie de jurisprudência, de que havia de tomar posse da plenitude e do triunfo da responsabilidade com relação à história local. Tem dificuldade e muito trabalho a tarefa de organização da administração e de fazer andar os assuntos relacionados à república.

Zacarias de Goes e Vasconcelos mostrou-se, como primeiro a gerenciar dos negócios públicos da província, administrativamente muito capaz. Tinha o poder de dar incentivo somente essa vida administrativa na rotina normal que levava, e já teria cumprido, essencialmente, o seu dever. Mas não foi isso o que fez. Procurou dar influência ao futuro, dando diretrizes, e deu-as no melhor e na maior perfeição do sentido. Era talentoso e culto para ultrapassar a rotina, e ultrapassou tudo o que ele era estritamente obrigado, dando reforço aos créditos competentes que lhe dava sua vida política anterior.

Durante a chegada do Conselheiro Zacarias chegou ao Paraná, foi trazida uma auréola que seus atos não poderiam ser motivo de desonra, a não ser contrariamente, de aumento, de fixação e de engrandecimento. Na sua vinda para a província mais nova do Império do Brasil, deu por deixado o cargo de ministro da Marinha, posto oferecedor de insegurança, que quando tinha 37 anos somente havia sido o ocupante da pasta no ministério conservador de 1852. Na época do império era do parlamento quase sempre que tiveram saída os presidentes de província. A regra foi confirmada por Zacarias. Havia feito casamento anterior há pouco tempo com Dona Carolina Vieira de Matos Vasconcelos, que nasceu em Paris, e dama de honra, por muito tempo, da Imperatriz Dona Tereza Cristina Maria. Casou no dia 7 de outubro de 1853 com a filha do Sr. Domingos de Matos Vieira e de Dona Joana Carolina Leite de Castro, pessoas que pertencem à mais alta distinção.

Mas a situação política para ele, durante a tomada da investidura (de acordo com a carta imperial de 17 de setembro de 1853), não era das de maior favorecimento. Estava no governo, já no final do mandato, o ministério conservador de 11 de maio de 1852 e a 6 de setembro de 1853 sendo presidente o admirável Visconde de Itaboraí, sob cujas vistas foi determinada a criação da província do Paraná. O Visconde de Itaboraí consultou Zacarias. Foi aceito por Zacarias que o ministério da Marinha fosse deixado e assim foi. Tratava-se de um posto que não dava segurança. Depois foi instalada a província sob seu governo extremamente brilhante de 19 de dezembro de 1853 a maio de 1855, época em que foi passado o cargo ao Dr. Teófilo Ribeiro de Rezende. 

Sem se compromissar com os interesses regionais e as ambições políticas que os partidos de campanário tinham, como foi no caso em que foi escolhida a capital da província, em que foi-se mantido como óbvio juiz, estranho a pessoas que influenciassem e intervissem, foi obviamente entusiasmante, esperançosa e fiel a chegada de Conselheiro Zacarias ao litoral do Paraná em dezembro de 1853. A declaração feita pelo Jornal do Comércio de 24 de dezembro de 1853, responsável pela transmissão de impressões epistolares deixadas por um filho da província, foi esta:

Paranaguá é hoje, teatro de grandes festas pela feliz chegada à cidade, da,primeira autoridade comissionada, pelo governo imperial para pôr em execução a lei que manda transformar em província a Comarca de Curitiba.
 

Num outro trecho da notícia as impressões são continuadas:

Polido, atencioso, e prazenteiro, S. E. o Sr. Conselheiro Zacarias tem aqui sabido angariar simpatia de todas as pessoas que têm tido o prazer de lhe falar.

Sem perturbação era mantido o grande estadista no apontamento das condições de acordo com as impressões que ocorreram no primeiro dia: Tinha polidez e amabilidade até o momento de sua retirada da província. Mas os que foram iludidos com essa atitude polida, pensando que ela fosse fraca, logo foram tremendamente enganados. Zacarias teve inflexibilidade com os relapsos, mesmo quando fizessem parte de família ilustre, tivessem títulos, posições, relações e padrinhos.

O sectarismo político que o Conselheiro tinha, em exibição no parlamento, não fez com que Zacarias fosse exteriorizado na presidência da Província do Paraná. O fato de espirituosamente arejado teve capacidade de fazer distinção de conveniências e situações que ocorriam e em Curitiba jamais foi-lhe notado sequer resquícios de paixão partidária.

Contrariamente da indicação feita por seus antecedentes parlamentares e tribunícios, e teriam o direito de dar previsão, ele foi conservado na beira de competições e de partidarismos como se lhe tivesse competência para a representação do poder moderador de verdade, no lugar de se encarnar no poder executivo.

No primeiro discurso que pronunciado em Curitiba, ao dar resposta à fala do presidente da Câmara Municipal, o Conselheiro declarou:

Se o maligno espírito de partido quebrar a sua fúria ante as considerações do bem público que bradam tão alto pela união dos habitantes do Paraná, se ele se abstiver de manchar a era da instalação da província em escândalo de ambição e egoísmo, terá de ser sem dúvida o seu progresso tão rápido d'ora em diante quanto há sido até hoje, retardado o desenvolvimento de seus consideráveis recursos.
 
Zacarias de Góis e Vasconcelos.

Foi geralmente agradável ao se dar ouvidos às tais expressões e os seus atos sempre foram confirmadas às suas palavras. Foi governante do Paraná tendo a visão na sua frente somente do bem público e não dando muita importância tendências partidárias.

Assim que o Conselheiro Zacarias assumiu, as primeiras autoridades que auxiliaram na administração: Augusto Frederico Collin (secretário); Dr. Antônio Manoel Fernandes Júnior (chefe de polícia); João Caetano da Silva (inspetor da tesouraria) assumiram com ele.

No dia seguinte, Zacarias nomeou: Manoel José da Cunha Bittencourt (tesoureiro da fazenda geral) e o Dr. Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá (procurador das causas gerais).

Certos dias após a nomeação, o jornal da corte fazia a transcrição de novas impressões de correspondência particular:

O Sr. Conselheiro Zacarias vai cautelosamente estudando os homens e as coisas com tino e perspicácia admiráveis. Sabe acudir com tempo ao reclamo das necessidades públicas. A escolha dos funcionários da província, feita por S. E. tem sabido agradar.

Foi muito bom, de acordo com o que é possível ter visão dessas expressões, o ambiente em que sua administração teve início. Foi muito bom também foi a impressão que sua administração causou em seus passos definitivos. A assembléia provincial que deveria entrar em reunião primeiramente em 15 de maio de 1854, só foi realizadora da sessão inicial de 15 de julho daquele ano.

Foi naquela oportunidade que o Conselheiro Zacarias fez a declaração:

Cumpria-me, senhores, ver-nos reunidos o mais cedo possível, para ter nos representantes da província, o apoio de que tanto necessitava; mas correram razões que impeliram-me a usar da faculdade, concedida pelo artigo 24 do ato adicional, de adiar a Assembléia Provincial.
 
Zacarias de Góis e Vasconcelos.

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