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Daltonismo
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Exemplo de uma figura do teste de cores de Ishihara. Dependendo do monitor do computador, pessoas com visão normal enxergam o número "74". Muitos portadores do daltonismo enxergam na figura o número "21" e indivíduos com cegueira das cores não enxergam nenhum número.
Classificação e recursos externos
CID-10 H53.5
CID-9 368.5
DiseasesDB 2999
MedlinePlus 001002
MeSH D003117
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Daltonismo, também conhecido como discromatopsia ou discromopsia, é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos olhos, ou de lesão de origem neurológica.[1] O daltonismo pode dificultar o aprendizado e a execução de atividades rotineiras, como comprar frutas, escolher roupas e diferenciar as luzes dos semáforos.[2][3] Tais problemas, no entanto, são considerados menores pela literatura médica devido à capacidade de adaptação da maioria dos daltônicos. Indivíduos portadores de cegueira das cores também podem ter acuidade visual reduzida.[1] O distúrbio, que era conhecido desde o século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia da qual ele mesmo era portador.[4][5]

A causa mais comum do daltonismo é a falha no desenvolvimento de um ou mais dos três conjuntos de cones que reconhecem cores.[6] Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, ele ocorre com maior frequência entre os homens, que possuem apenas um desses cromossomos. Como as mulheres têm dois cromossomos X, existe a possibilidade da anomalia em um deles ser compensada pelo outro, o que explica a baixa incidência desse distúrbio no sexo feminino. O daltonismo também pode ocorrer por dano físico ou químico ao olho, ao nervo óptico ou partes do cérebro. O diagnóstico é geralmente confirmado pelo teste de cores de Ishihara, mas existem outros métodos também utilizados para este fim.[1]

Indivíduos com problemas na percepção das cores vermelha e verde são o tipo mais comum de daltônicos, seguidos por aqueles com problemas na percepção das cores azul e amarelo e pelos portadores de cegueira das cores. Estima-se que 8% dos homens e 0,5% das mulheres com ascendência na Europa Setentrional integram o primeiro grupo. A capacidade de distinguir cores também diminui na velhice.[1] O daltonismo pode ser motivo de impedimento para determinados postos de trabalho (como maquinistas, motoristas, pilotos e membros das forças armadas) em alguns países. A influência dessa anomalia sobre a habilidade artística, no entanto, é controversa.[7]

Não há cura para o daltonismo.[1] O diagnóstico precoce pode permitir a aplicação de métodos educacionais específicos para proporcionar à criança uma melhor adaptação à capacidade diminuída de reconhecimento de cor.[7][2] O uso de lentes especiais auxilia os portadores de dicromacia a perceber com maior precisão as cores vermelha e verde. Estas lentes, entretanto, só podem ser usadas ao ar livre sob condições de luz intensa. Atualmente existem aplicativos para smartphones desenvolvidos especialmente para auxiliar indivíduos daltônicos a identificar cores.[1]

  1. a b c d e f «Facts About Color Blindness». National Eye Institute. U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. 2015. Consultado em 18 de Agosto de 2016 
  2. a b Fernández et al 2003, p. 449-462.
  3. Junior et al 2015, p. 1414-1417.
  4. Hunt et al 1995, p. 984.
  5. Lanska 2014, p. 628-629.
  6. Roorda, Williams 1999, p. 520-522.
  7. a b Gordon 1998, p. 81-84.