Zanele Muholi

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Zanele Muholi
Nascimento

Umlazi (en)
Nome no idioma nativo
Zanele Muholi
Cidadania
Atividades
fotógrafo
activista social
Alma mater
Residência
Umlazi (en)
Local de trabalho
Distinções
Lista detalhada
Prêmio Príncipe Claus (en)
Index Award ()
OkayAfrica 100 Women (d) ( e )
Doutor honorário da Universidade de Liège ()

Zanele Muholi HonFRPS (nascida em 19 de julho de 1972) é uma artista e ativista visual sul-africana, trabalha com os suportes de fotografia, vídeo e instalação. O trabalho de Muholi concentra-se em raça, gênero e sexualidade, com um ampla produção ligada a pessoas negras lésbicas, gays, transgêneros e intersexuais.

Muholi foi selecionada para o Prêmio Deutsche Börse de Fotografia em 2015. Muholi recebeu o Prêmio Infinito, do Centro Internacional de Fotografia em 2016, e o grau Chevalier da Ordem das Artes e das Letras em 2016 e uma bolsa honorária da Royal Photographic Society em 2018.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Zanele Muholi nasceu em 19 de julho em Umlazi, Durban, e lá foi criada. O nome de seu pai era Ashwell Tanji Banda Muholi e de sua mãe Bester Muholi. Zanele era a mais nova de cinco filhos. A mãe de Muholi trabalhava como empregada doméstica.[1]

Em 2003 Muholi conclui o curso de fotografia avançada oferecido pela escola de fotografia e galeria Market Photo Workshop em Newtown, Joanesburgo. Em 2004 realizou sua primeira exposição individual na Galeria de Arte de Joanesburgo. Em 2009, recebeu sua titulação de mestrado pela Universidade Ryerson em Toronto. Sua dissertação mapeou a história visual da identidade das lésbicas negras e suas políticas na África do Sul pós-Apartheid.[2]

Muholi se descreveu como uma ativista visual em não como uma artista.[1][3] Muholi se dedica para aumentar a visibilidade de lésbicas negras, gays, transgêneros e intersexuais negros e negras. Muholi pesquisa e documenta histórias de crimes de ódios contra a comunidade LGBTQIAP+, a fim de trazer à tona as práticas de " estupro corretivo ",[4] agressão e HIV / AIDS .

Em 28 de outubro de 2013, Muholi se tornou professora honorária de video e fotografia na Universidade das Artes de Bremen, na Alemanha.[5] Em 2014, esteve presente na Conferência de Design Indaba na Cidade do Cabo.[6] Em 2017, foi uma das conferêncistas na WorldPride.[7]

Fotografia[editar | editar código-fonte]

A fotografia de Muholi foi comparada às de WEB DuBois - como uma forma de subverter representações esteriotipadas de Afro-Americanos. Ambos criam um arquivo de imagens, onde trabalham para desmontar percepções preexistentes e dominantes dos sujeitos que escolhem retratar em suas fotografias. Através de sua abordagem artística, Muholi espera documentar a jornada da comunidade queer africana para gerações futuras. Muholi tenta capturar o momento sem negatividade ou focando na violência predominante, retratando a comunidade LGBTQI+ como indivíduos e como um todo para incentivar a sua unidade.[3][8][9][10][11]

Seu trabalho pode ser considerado como documentativo, registrando a comunidade sul africana LGBTI+ em sua totalidade assim como seus desafios e, por vezes, mais especificamente, a luta de lésbicas negras. Os esforços de Muholi para criar uma visualização mais positiva dos africanos LGBTI+ ajuda a combater a violência por motivações homofóbicas que prevalece hoje na África do Sul, especialmente no caso de lésbicas negras.

A visão negativa de homossexuais na África leva à violência, como assassinato e estupro, e rejeição familiares. O trabalho de Muholi intitulado Zukiswa (2010), mostra uma mulher lésbica africana fazendo contato visual com o espectador, exibindo um olhar inabalável de confiança, autoconsciência e determinação. Este exemplo incentiva a conscientização, aceitação e positividade da comunidade queer.[12]

Referências

  1. a b «Zanele Muholi: dark lioness». 1843. 24 de abril de 2018. Consultado em 22 maio de 2018 
  2. «Account Suspended» (PDF). zanelemuholi.com. Consultado em 3 de julho de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 18 de julho de 2011 
  3. a b Raél Jero Salley. African Arts. Los Angeles: Winter 2012. Vol. 45, Iss. 4; pg. 58, 12 pgs
  4. «Archived copy». Consultado em 3 de julho de 2010. Cópia arquivada em 30 de abril de 2010 
  5. «HFK Bremen». hfk-bremen.de 
  6. «Design Indaba Conference 2014». Design Indaba 
  7. «Closing: Future Achievements and Needs to Build a Strong Lgbtqia+ Movement Around the World». WorldPride Summit. 28 de julho de 2017. Consultado em 17 de abril de 2022. Arquivado do original em 3 de agosto de 2017 
  8. Muholi, Zanele. "Faces and phases." Transition: An International Review 107 (2011): 112+. Literature Resource Center. Web. 14 May 2015.
  9. Natasha Bissonauth (2014), "Zanele Muholi's Affective Appeal to Act". Photography and Culture 7:3, pp. 239–251.
  10. van der Vlies, Andrew. "Queer Knowledge And The Politics Of The Gaze In Contemporary South African Photography: Zanele Muholi And Others." Journal of African Cultural Studies 24.2 (2012): 140–156. Academic Search Complete. Web. 14 May 2015.
  11. Makhubu, Nomusa M. "Violence and the cultural logics of pain: representations of sexuality in the work of Nicholas Hlobo and Zanele Muholi." Critical Arts 26.4 (2012): 504+. Literature Resource Center. Web. 14 May 2015.
  12. Salley (2012). «Zanele muholi's elements of survival». African Arts. 45: 58–69. JSTOR 41721405. doi:10.1162/AFAR_a_00028